O ano é 2009. O Seattle Sounders vai entrará em campo pela Major League Soccer pela primeira vez em sua história. Sim, a expansão da MLS chegava à Seattle e trazia consigo uma equipe vinda da United Soccer League (USL). O que hoje é até comum, antes era algo raro. Em geral, os proprietários de franquias preferiam apostar em novos nomes, cores e não mantinham traços de outras equipes que existiam ou chegaram a existir em suas cidades. Com o Sounders foi diferente! A franquia, após muitos estudos, resolveu manter o mesmo nome e as mesmas cores do time da USL, time esse que carregava consigo uma grande paixão da população fã do soccer na cidade. E foi um tiro certeiro! Seattle de cara abraçou a franquia, que tem até hoje casa sempre cheia e é sucesso dentro e fora de campo.
Bom, o resto da história do Sounders você pode ler em português em um excelente livro da Editora Grande Área. Mas porque Seattle se o título faz menção ao FC Cincinnati? É simples. Os Sounders enxergaram que, para se ter sucesso na liga, era precisa manter todas as suas tradições. No entanto, uma coisa não poderia ser igual: o nível da equipe.
Logo de cara, o Seattle Sounders percebeu que precisaria de símbolos, jogadores grandes e experientes, para conduzir uma primeira temporada de qualidade, sem fazer feio. Por isso, buscou o goleiro americano Kasey Keller, ídolo da seleção americana, e o meia sueco Ljungberg, de carreira muito vitoriosa no Arsenal/ING. Aquela temporada ainda apresentou boas surpresas no elenco, como Brad Evans, que defendeu o clube por nove temporadas e Fredy Monteiro, hoje em Vancouver, que marcou 13 gols em sua temporada de estréia. Além deles, para conduzir a engrenagem, o saudoso e vitorioso Sigi Schmid foi “arrancado” de Columbus com a missão de levar Seattle à glória. Foram oito temporadas! E mesmo sem títulos, o Seattle chegou a bater na trave na MLS Cup e se tornou umas das grandes forças da liga. O treinador do Sounders USL, Brian Schmetzer, continuou no clube como auxiliar, assumindo o posto de principal após a saída de Schmid.
Se tivesse dado uma pesquisada no case de sucesso do Sounders, o FC Cincinnati teria feito tudo diferente. Assim como o Seattle, o time manteve oito jogadores da USL no elenco e apostou em outros nomes mais desconhecidos. Porém, as grandes estrelas do FCC são Fatai Alashe, contratado junto aos Quakes, Emannuel Ledesma, que veio do New York Cosmos e Faendo Adi, o primeiro jogador designado da franquia, ex-Portland Timbers. Percebeu a diferença? Enquanto Seattle tinha duas estrelas internacionais, quase em fim de carreira, é verdade, mas que ainda poderiam somar ao clube, o Cincinnati apostou em caras, com todo respeito, irrelevantes para o futebol mundial e para a própria MLS.
O que poderia equilibrar a balança, como aconteceu com Seattle, seria a contratação de um grande técnico. No entanto, Alan Koch foi mantido e o resultado, como sabemos, foi desastroso. O treinador de 44 anos, que assumiu o time em 2017, durou apenas 11 jogos na MLS, conquistando pífias duas vitórias. Alegar que a franquia não tem tanto dinheiro explica alguma coisa, mas outras franquias já chegara à liga com orçamentos modestos e tiveram inícios mais decentes.
A esperança agora é para que o time se recupere na temporada e termine o ano de forma digna. Para 2020, o trabalho precisa ser totalmente repensado. Perder por 7×1 para o Minnesota United e ser eliminado por um time da USL na Open Cup, são golpes difíceis da assimilar e que mancham o nome da MLS. Então, que 2020 seja um novo ano para Cincinnati, porque 2019 já era, e que Nashville não siga os mesmos passos.