A pré-temporada do NYCFC começou na última semana, de forma tímida, por causa da Florida Cup, em Orlando. Por conta do calendário atropelado, o novo treinador Ronny Deila decidiu dar chances para jovens da academia ou oriundos do draft, além de reservas com pouca minutagem na temporada 2019. O pior de tudo seria enfrentar Corinthians e Palmeiras, duas tradicionais equipes brasileiras, correndo o risco de passar vergonha. Afinal, é isso que sempre esperamos de times da Major League Soccer contra os mexicanos, imagina contra brasileiros e ainda desfalcados. Era o pior cenário possível, convenhamos.
Contra o Corinthians, nem teve muita graça, o NYCFC entrou todo desfalcado, cheio de caras novas e pouco produziu em campo. Se resumiu a defender, de maneira desorientada, mas com bons momentos. Tomou um gol após falta inexistente, depois se desesperou e perdeu. O segundo tempo, diante do Timão reserva, foi menos pior e originou um gol. Resultado final: 2 a 1.
Diante do Palmeiras, o New York City fez mudanças. Titulares finalmente apareceram em campo. Tinnerholm, Channot, Matarrita, Ring, Parks e Mitrita entraram como os principais destaques da equipe americana no primeiro tempo. E a equipe não jogou mal, de verdade. Enquanto o time brasileiro entrava com titulares e produzia em maior escala, o NYCFC soube se defender bem e ainda saiu bem nos contragolpes. Numa das poucas chances, o jovem De Rosario (sim, filho daquele craque canadense) ganhou de Felipe Melo na bola aérea e fez 1 a 0 no último minuto. Já estava ótimo, sério, mas infelizmente ainda teríamos mais um tempo de jogo.
E foi no segundo tempo que tudo mudou. Com a equipe modificada e reservas em campo, poderia ter mudado para melhor. No início da etapa, uma chance incrível foi perdida, raspando a trave de Weverton. Minutos depois, pane geral na defesa. Lucas Lima cruzou, Willian passou batido, a marcação não achou nada e Barraza não alcançou. Pronto, empate esperado. O problema é que aí o Palmeiras colocou novos atletas em campo e o ritmo da partida mudou. Zé Rafael apertou a marcação, tocou para Willian, que virou o jogo. Normal, acontece, mas poderia ter sido melhor.
Depois de dois jogos complicados, o NYCFC não passou vergonha. Se defendeu de maneira digna contra o Corinthians e complicou a vida do Palmeiras, exigindo a virada da equipe paulista. Mostrou boa noção de passes, saindo sempre pelo chão da defesa e escapando da marcação rival. No ataque, ainda falta um pouco de aproximação, mas é só o início do trabalho de Ronny Deila, então vamos aguardar mais tempo para criticar. E podemos dizer até que os titulares “venceram” o Palmeiras por 1 a 0 hoje, então valeu demais.
Deila deu rodagem para os jovens e reservas. Colocou os titulares para aquecerem e não fizeram feio. O NYCFC sai da Florida Cup sem vitórias, mas sem motivos para ficar chateado, foi muito bem em campo nos dois jogos e conseguiu realizar um ótimo teste antes da dura ConcaChampions. Se a Major League Soccer que evoluir, o processo será aos poucos, enfrentando adversários duros e tropeçando no caminho. Depois de tantas humilhações, o NYCFC mostrou que pode jogar em um nível mais equilibrado.
E, por fim, o NYCFC prova que deve manter o bom futebol da última temporada, quando terminou a temporada regular como o melhor time da Conferência Leste e foi eliminado nas semifinais. Há o sentimento de que, com os titulares, e tempo para o novo treinador trabalhar, o bom rendimento deve seguir em 2020. Ótimo sinal, ótima notícia para quem curte a MLS.