Desde que chegou à MLS em 2015, o Orlando City se tornou um case de sucesso. Um clube que soube trabalhar nos bastidores e se valorizar economicamente, liderado por vários brasileiros, e que hoje está estabelecido na Liga, ainda que os resultados em campo não tenham aparecido. O melhor ano dos “Lions” na MLS foi o de estréia, quando liderado por Kaká, ficou uma posição abaixo da zona de playoffs. Nos regulamentos atuais, por exemplo, o time teria conseguido avançar. De lá pra cá, a coisa piorou e o Orlando tem feito campanhas cada vez mais decepcionantes. No entanto, mesmo com um começo sem vitórias em 2020 (1E e 1D), há motivos de sobra para que os torcedores do clube da Flórida fiquem esperançosos de que a equipe está no caminho certo.
Sob o comando de Óscar Parejo, apesar de, como já dito, o time ainda não ter conquistado uma vitória, houve evolução. Na estréia, contra o Real Salt Lake em fevereiro, o Orlando City amassou seu adversário e só não venceu pela falta de pontaria de seus jogadores naquela noite. Futebol de toques rápidos, pressão alta, aliado a jogadores de qualidade e um técnico que já conquistou título em solo americano. A formula é boa! É verdade que o time não possui hoje um jogador do gabarito de Kaká, Vela e etc, mas a direção do clube, após a saída do brasileiro, primeiro jogador designado da franquia, remontou todo o grupos de jogadores. Apenas o volante canadense Will Johnson ainda está no time em relação aos que jogaram com Kaká em 2017, seu último ano.
Mas se engana quem pensa que isso é ruim. O Orlando deixou de contratar jogadores apenas por nome e começou a buscar peças que realmente chegariam para fazer a diferença, ou no mínimo, que vieram como apostas para o futuro. Nani, hoje a grande estrela da companhia, tem só 33 anos e ainda é capaz de fazer a diferença em campo. Na temporada passada, 12 gols em 33 jogos. Do outro lado do campo, o jovem Chris Mueller é um espetáculo. Velocidade, força, habilidade e muita vontade o fazem ser uma grata opção pelos lados. Os dois, ao lado do competente Akindele, 11 gols na última temporada, formam um ataque capaz de vencer qualquer jogo.
Para municiar o ataque, o camisa 10 Mauricio Pereyra tem tudo para ser um dos destaques da liga com sua visão de jogo e talento natural. Jhegson Méndez e Junior Urso, no meio campo, formam uma dupla de volantes que sabe marcar e jogar com a bola no pé. A defesa, que é o grande calcanhar de Aquiles de muitos clubes da MLS, tem os jovens Ruan e Moutinho nas laterais e o além de Jansson e Antônio Carlos no miolo de zaga. Os quatro já se provaram e passam longe de serem incógnitas, mas sim realidades. Como cereja do bolo, o goleiro Gallese, da seleção peruana, traz a segurança necessária para a meta. No banco ainda existem opções jovens e capazes de evoluir durante a temporada, como Michel, Perea e Patiño, além de experientes e adaptados à liga, como Dwyer.
Não afirmo, no entanto, que o Orlando City será campeão da MLS ainda em 2020. Chegar ao título nos Estados Unidos dá trabalho e leva tempo. Casos como o do Atlanta United são raríssimas excessões. Mas a montagem do elenco de 2020 me leva a crer que o clube, enfim, encontrou seu grupo de jogadores e seu elenco. O melhor da história da franquia? Talvez não seja. Mas com certeza é o mais equilibrado e o que mais tem margem de evolução. O MLS is Back vem ai e, “jogando em casa”, as chances do Orlando City aumentam ainda mais.
*A coluna “Opinião TMLS” é de responsabilidade de seu redator e não necessariamente representa o pensamento do portal “Território MLS”.