domingo, dezembro 22, 2024
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Entrevista com Matheus Rossetto: ”Vamos voltar a ser o Atlanta United que todo mundo está acostumado a ver”

Sete meses após desembarcar nos Estados Unidos, Matheus Rossetto conversou com o Território , na sexta-feira (19), sobre a oportunidade de se transferir para o Atlanta United, a experiência no clube, a experiência na , a crise técnica que a equipe atravessa e que culminou com a demissão do técnico Frank de Boer, a falta do apoio do torcedor e a expectativa para o futuro do Atlanta.

(Foto: Reprodução Instagram/Matheus Rossetto)

Como foi todo o processo da saída do Atlético Paranaense para o Atlanta United? 

Então, foi algo assim que me puxou muita atenção. Não tinha apenas o Atlanta United, tinha outros clubes interessados e o Atlanta chegou e a gente começou a conversar. Cada dia mais, eu conhecia mais o Atlanta United, os objetivos que eles tinham e isso também foi despertando o interesse. Foi algo assim que me interessou muito. A MLS está crescendo a cada ano e a visão que eu tinha da MLS, eu acompanhava, mas não tão de perto como agora. Mas eu já sabia que é um campeonato que está crescendo, campeonato forte, que tem grandes nomes no futebol mundial aqui jogando. Isso me interessou bastante. Os objetivos que eu tinha em mente e, no final de tudo, deu certo a minha vinda para cá. Foi isso que acabou me puxando para o Atlanta. 

Você já está bem adaptado? O que tem achado da vida em Atlanta? 

No início eu achei que a adaptação não ia ser tão fácil assim, por causa da língua, eu não sei muito falar inglês. Hoje eu já sei de algumas coisas, inclusive estou fazendo aula, mas a adaptação está sendo mais acelerada. O pessoal aqui me recebeu super bem, tanto o clube, quanto os atletas e os diretores do clube. Então, me acolheram bem e estão me fazendo sentir em casa. E isso está me ajudando bastante. A cidade é uma cidade muito boa, muito linda e ainda não conheci tudo, até porque estamos, creio eu, no final dessa pandemia. E quero que tudo volte ao normal para eu poder turistar um pouco mais. 

Por falar em pandemia, como foi a experiência da MLS is Back, em Orlando? 

Foi uma experiência sensacional que eu nunca tinha vivenciado ainda. Todas as equipes lá, isso foi uma coisa muito planejada, por mais que a gente estava no meio dessa pandemia toda, e também nos transmitia muita segurança, né? A gente testava um dia sim, um dia não, no teste do corona e isso foi dando mais segurança para a gente. As equipes também estavam seguras para treinar, para jogar e isso foi um bom retorno para a gente. Uma ótima decisão da MLS. 

O que você têm achado da temporada atual? Por que as coisas não estão caminhando tão bem quanto o clube esperava? 

É um ano bem atípico né? Primeiro essa pandemia toda, o Frank também (de Boer, treinador que foi demitido em julho), estava tentando ainda melhorar o seu trabalho e não conseguiu se manter aqui no clube. Teve a saída de alguns jogadores também, então a chegada de novos jogadores, técnico novo, então a gente está se adaptando ao meio disso tudo. Então ainda estamos treinando, se conhecendo, creio que já vamos voltar a ser o Atlanta United que todo mundo está acostumado a ver, né? O time sempre buscando os três pontos na partida e a vitória também. Time que está acostumado a vencer e a conquistar títulos. O pouco tempo que a gente está jogando aqui na MLS, a gente está indo muito bem. 

Você acha que esse ano é um ano que o clube deveria já começar a pensar na montagem de elenco do ano que vem ou ainda dá para ressurgir no campeonato?

Penso que a gente consegue fazer os dois ao mesmo tempo, nós temos um bom elenco, por mais que teve a saída de um atleta nosso que era importantíssimo e também, creio eu, que vão chegar alguns atletas para nos ajudar. Nesses últimos jogos, nós temos pecado muito em alguns detalhes e estamos tentando corrigir nos treinamentos. Estamos ouvindo bastante o que o nosso professor tem nos passado e temos a expectativa de terminar o campeonato da MLS lá em cima. Surpreender todo mundo. 

Como foi a saída do Pity Martínez?  

O Pity Martínez teve grandes atuações aqui em Atlanta. É um jogador que era essencial aqui, que todo mundo conhece. A carreira que teve a curto prazo no River [Plate], aqui também. Eu não esperava que ele iria sair tão rápido, mas creio que foi uma opção dele, um objetivo novo na carreira dele. Então, é um jogador que estava validando sim, um jogador importante dentro do campo. Mas nem por isso devemos parar de trabalhar, né?  

(Foto: Arte/Território MLS)

Claro, sem dúvida. A imprensa diz que o Marcelino Moreno, atleta lá do Lanús vai desembarcar no Atlanta e começar a trabalhar com vocês. O que você acha disso? O que hoje está seduzindo um atleta lá da América do Sul vir jogar nos EUA, vir jogar numa liga que até anteriormente tinha fama de liga de aposentados?

Olha, não só os jogadores sul-americanos, mas na Europa também tem alguns atletas que estão vindo para cá. Eu tinha uma visão, hoje tenho outra. Só quem está aqui vai entender o que eu estou falando e é uma liga que está crescendo muito. Muito gente falava que era liga para pessoas se aposentarem, que o futebol não era tão evoluído, mas, para mim, é o contrário. O futebol está evoluindo muito, jogadores de alta qualidade estão chegando, estão tentando mudar isso, no nível técnico. Então, creio que daqui a alguns anos vai ser uma das principais ligas mundiais.

O problema desse ano é a ausência de público. Quanto que isso está pesando, Matheus? Quanto isso influencia no jogo?

Olha, para mim, nos primeiros jogos que estavam jogando sem torcida foi algo bem diferente. Eu, principalmente, quando estava no Brasil, sempre a torcida ali, incentivando e isso nos ajuda, né? Nos motiva mais. Ter o torcedor sempre ali gritando, nos apoiando. Isso nos ajuda bastante, faz uma festa. Nos primeiros jogos, eu senti muita diferença. Então, eu particularmente, gosto de jogar com torcida e isso me ajuda, me incentiva mais de correr, não só pelos meus companheiros de campo, mas para o torcedor. O torcedor vai no estádio para ver o futebol, gosta de ver gols e a gente também gosta da festa, do modo geral. 

Já está propício a permitir a volta gradual da torcida, você acha que ainda não está na hora?

Então, quando se trata de liberar a torcida é uma questão bem delicada de falar, né? Mas creio que tem que liberar certa quantidade de torcedores, indo aos poucos e todo mundo se protegendo. Usando máscaras, estando seguro creio que isso a gente vai vencer essa pandemia. Já estamos vencendo, né? Para o futebol voltar ao normal, ao que era antes. Os torcedores poderem ir sem medo aos estádios, todo mundo poder torcer. Todo mundo poder vibrar para o Atlanta United, que antes era um grupo vencedor e fazer a festa como sempre. Temos que ir pouco a pouco, passo a passo, para a gente poder evoluir nesse aspecto. 

(Capa: Reprodução Twitter/Atlanta United)

@GdeGustavo83
@GdeGustavo83
Jornalista, moro nos Estados Unidos desde 2006. Gosto de viajar com a família, conhecer estádios e arenas. MLS é o futuro e eu posso provar!
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