O Manchester United, da Inglaterra, anunciou nesta quarta-feira (9) a contratação de duas jogadoras da seleção dos Estados Unidos: Tobin Heath, do Portland Thorns, e Christen Press, do Utah Royals, assinaram contrato com o clube até o fim da temporada 20/21. A contratação das duas estrelas era especulada há semanas pela mídia americana. Julie Foudy, ex jogadora da seleção dos EUA e agora na ESPN, chegou a falar em entrevista que suas fontes afirmavam que o acordo já estava certo. Com a janela de transferências da liga inglesa se encerrando, o clube finalmente anuncia a notícia que não pegou nenhum fã de surpresa.
Christen Press, de 31 anos, é um dos maiores nomes do futebol dos Estados Unidos atualmente. Conhecida por sua rapidez, habilidade e precisão, tem passagens por times da Suécia e dos Estados Unidos. Na National Women’s Soccer League (NWSL), ela defende o Utah Royals desde 2018. Em 25 jogos pelo clube, marcou 10 gols e quatro assistências. Na última temporada, em 2019, foi a segunda artilheira do time, com oito gols em 14 jogos; a artilheira, a agora capitã Amy Rodriguez, fez nove gols em 24 jogos. O impacto dela na equipe foi tanto que, apesar de perder quase metade da temporada devido aos seus compromissos com a seleção e a Copa do Mundo, Press foi o principal nome do ataque do Royals em 2019. Existia um Royals com Press e um Royals sem Press; a presença da jogadora em campo mudava completamente a equipe, e para melhor.
Pela seleção dos Estados Unidos, foi uma jogadora que lutou por espaço na era Jill Ellis. Ainda assim, sempre mostrou todo o seu potencial quando tinha a oportunidade de estar em campo, como na semifinal da Copa do Mundo da França em 2019. Press teve a responsabilidade de substituir Megan Rapinoe, o grande nome daquele ano e da própria competição, e marcou o primeiro gol da equipe na vitória por 2×1 contra a Inglaterra. Na era Vlatko Andonovski, é sem dúvida um dos pilares do ataque americano. Em 2020, é a artilheira da seleção ao lado de Lindsey Horan, com sete gols. No total, são 138 aparições pela equipe nacional, com 58 gols e 37 assistências, além da conquista de duas copas do mundo, em 2015 e 2019.
“Estou muito animada em me juntar ao Manchester United nessa temporada. Sou grata por ter a oportunidade de jogar em um clube de elite e mais do que pronta para estar de volta ao campo”, comentou Press sobre a sua transferência para a equipe inglesa. “Me sinto abençoada por ter a oportunidade de continuar a lutar para ser o meu melhor e para competir por troféus esse ano. Estou ansiosa por esse novo desafio e mal posso esperar para começar a treinar com o time,” disse.
Casey Stoney, a técnica do Manchester United, comentou: “Christen é uma jogadora de classe mundial e estamos entusiasmados por tê-la a bordo do clube. Ela tem um histórico comprovado e suas estatísticas falam por si; ela é uma atacante implacável que marca tantos tipos diferentes de gols, e eu sei que ela pode adicionar alguma qualidade real ao nosso time […] Christen também é extremamente experiente e para mim é fantástico adicionar outra figura sênior como ela no vestiário”.
Conhecida pelos seus dribles e visão de jogo, Tobin Heath, de 32 anos, é uma das ídolas do Portland Thorns e da seleção americana e uma das jogadoras mais queridas pelos fãs. Tem uma carreira vitoriosa desde os tempos universitários, quando defendeu a North Carolina Tar Heels, além de grandes títulos por clube e seleção. Em um país sem uma cultura forte de soccer, Heath sempre foi uma jogadora extremamente diferenciada em seu estilo de jogo, tendo se inspirado muito no futebol brasileiro, principalmente em uma das lendas do nosso futebol, o jogador Ronaldinho.
Está no Thorns desde a sua temporada inaugural, em 2013, e tem 70 jogos pelo time, tendo anotado 12 gols e 24 assistências, estando no top 4 jogadoras com mais assistências na NWSL. Ganhou dois NWSL Championships, em 2013 e 2017, e um NWSL Shield, em 2016. Foi eleita uma das melhores jogadoras da liga, participando da seleção da temporada, nos anos de 2016, 2018 e 2019. Em 2013, foi a MVP no jogo que garantiu o primeiro título das playoffs da NWSL e do Portland Thorns. Fora dos EUA, Heath jogou pelo Paris Saint Germain, da França, entre 2013 e 2014.
Na seleção americana, é uma das jogadoras com mais títulos. Heath possui nada mais, nada menos, do que dois ouros olímpicos, conquistados em 2008 e 2012, duas copas do mundo, em 2015 e 2019, e um vice no mundial de 2011. Foi um dos nomes mais regulares no elenco nos últimos anos. Tem a impressionante marca de 168 jogos pela seleção, com 33 gols e 40 assistências. É uma das veteranas da equipe, com mais de uma década na seleção sênior.
Sobre sua ida para o Manchester United, Heath comentou: “Manchester United é um clube excepcional e estou muito feliz por me juntar a eles. Estou ansiosa para o desafio de competir na Inglaterra, jogando com e contra algumas das melhores jogadoras do mundo. Tenho grandes ambições para esta temporada e mal posso esperar para voltar ao campo com meu novo time e começar esse próximo capítulo”.
“Estamos todos entusiasmados com a chegada de Tobin ao clube; ela é uma jogadora excepcional, que traz muita experiência ao time. Ela é extremamente habilidosa e possui muita qualidade com a bola; sua velocidade e inteligência em uma situação de um contra um será um verdadeiro trunfo que impulsionará a equipe nesta temporada, e mal posso esperar para vê-la deixar sua marca na liga”, comentou Stoney sobre Heath. “Os muitos elogios e troféus de Tobin também mostram que ela é uma vencedora comprovada e estou ansiosa para vê-la ter um impacto real no time”, comentou.
Heath e Press optaram por ficar de fora da Challenge Cup, torneio bolha da NWSL que aconteceu entre junho e julho. As jogadoras seguem agora para a Inglaterra, buscando regularidade em uma temporada que antecede as Olimpíadas, algo que a NWSL não foi capaz de fornecer em 2020. O Portland Thorns e o Utah Royals mantêm os direitos das jogadoras na NWSL.
Lembrando que as duas jogadoras são alocadas da US Soccer, a federação americana. Apesar dos times da NWSL possuírem seus direitos, elas não têm contrato com os clubes, mas sim com a federação, que paga seus salários de seleção e de liga. Jogadoras nessa situação possuem uma maior complexidade para negociar com times de fora dos Estados Unidos. Ainda assim, com a situação da pandemia da COVID-19 e com a NWSL impossibilitada de promover uma temporada regular, vimos até agora cinco jogadoras contratadas da seleção irem à Europa: além de Heath e Press, Sam Mewis e Rose Lavelle se juntaram ao rival do Manchester United, o Manchester City, e Emily Sonnett foi para a Suécia para defender o Kopparbergs/Göteborg FC.
Heath e Press entram para a grande lista de jogadoras que saíram da NWSL após a Challenge Cup. A NWSL agora continua com o seu torneio Fall Series, que já teve sua estreia no último sábado (5), em partida entre Washington Spirit e Sky Blue. O próximo jogo da liga é na sexta-feira (11), às 20h, entre o North Carolina Courage e o Houston Dash.
O Território MLS fará a cobertura completa da NWSL Fall Series.
(Foto: Reprodução Instagram/USWNT).
