No último domingo (20), o Portland Thorns recebeu, pela primeira vez no ano, o Utah Royals FC. Em uma partida dominada pelas donas da casa, o Thorns fez o seu melhor jogo no ano e conquistou os primeiros três pontos na Fall Series, novo torneio da National Women’s Soccer League (NWSL), com um resultado de 3×0. A partida aconteceu no Providence Park, em Portland, no Oregon.
O Portland Thorns mandou no jogo desde o primeiro minuto. A equipe pressionou as visitantes, mantendo a posse de bola no setor ofensivo, mas a dupla de zaga do Royals, que contou com Elizabeth Ball e a rookie Kate Del Fava, conseguiu segurar as investidas pelos primeiros trinta minutos. Foi só aos 35′, que após um belo lançamento de Lindsey Horan, a bola caiu nos pés da habilidosa Simone Charley, que não teve dificuldades para, sozinha, encarar Del Fava e Maemone, para chutar rasteiro no canto direito da goleira Smith e abrir o placar.
As equipes não tiveram grandes oportunidades até a segunda etapa, quando Vero Boquete entrou em campo pelo Utah Royals. Bastou trinta segundos para a meia criar a melhor oportunidade da equipe no jogo, com uma bola enfiada para a capitã Amy Rodriguez, que passou pelas costas da defesa e ficou livre na frente da goleira Eckerstrom, mas desperdiçou a jogada com um chute rasteiro que passou triscando na trave esquerda.
O Thorns continuou pressionando, mas só conseguiu definir o jogo com a entrada de Sophia Smith, a rookie que foi a primeira escolha no draft universitário em 2020, mas que perdeu a Challenge Cup devido a uma lesão. Com apenas um minuto em campo, a jogadora trouxe perigo para o gol de Abby Smith. Pouco depois, aos 72′, a meia Diallo, do Royals, passa a bola de graça para Klingenberg na linha de fundo, e a lateral do Thorns aproveita para cruzar precisamente para Smith, que cabeceia a bola para o fundo da rede, marcando o seu primeiro gol profissional.
Mesmo com a vantagem no placar, o Thorns seguiu buscando ampliar, e aos 81′, após um recuo perigoso de Ball, Lindsey Horan pressionou a goleira Smith, que acabou chutando a bola que rebateu na meia e voltou pro gol, fazendo 3×0.
O Utah Royals veio para o jogo um tanto quanto diferente do que os fãs estão acostumados, a começar pela comissão técnica: Amy LePeilbet, ex jogadora da seleção dos Estados Unidos e medalhista de ouro em Londres 2012, que vinha atuando como técnica do Utah Royals Reserves – time semiprofissional da franquia, foi anunciada como técnica interina, após o afastamento de Craig Harrington, o técnico, e seu assistente, Louis Lancaster.
Taticamente, o time também veio diferente: LePeilbet decidiu por um 4-3-3 que há muito tempo não víamos na equipe. A principal mudança foi na defesa, que vinha desde a Challenge Cup jogando com apenas 3 zagueiras. Sem Kelley O’Hara, que optou por não jogar o torneio, e Rachel Corsie, que está emprestada na Inglaterra, o time decidiu não se arriscar e trazer uma defesa mais consistente, o que funcionou até certo ponto, mas dificultou muito a capacidade do time de armar jogadas e ser ofensivo. A equipe criou poucas chances efetivas, com apenas três chutes à gol.
Mesmo levando 3×0, o Utah teve um destaque defensivo: Elizabeth Ball fez sua melhor partida vestindo a camisa do Royals, com 4 recuperações, 4 interceptações, 2 bloqueios, 3 desarmes e afastou o perigo 6 vezes . Uma jogadora que estávamos acostumados a ver na lateral, mas que se saiu ainda melhor na zaga. Vero foi o destaque ofensivo: foram 5 passes-chave para o time e uma dinâmica totalmente diferente com sua presença em campo, criando jogadas e trazendo perigo para o Thorns na segunda etapa, algo que não vimos nos primeiros 45′.
Já o Portland Thorns veio para o primeiro tempo com uma equipe muito parecida com o que vimos na Challenge Cup, mas com uma grande diferença: entrosamento. O time funcionou muito bem e teve poucas dificuldades para dominar a partida. Lindsey Horan, um dos principais nomes não só do Thorns, como da NWSL, foi destaque no meio de campo, conseguindo transitar facilmente entre os setores e sendo o principal nome na criação do time da casa, terminando a partida com um gol e uma assistência. Mas o nome do jogo fica com Sophia Smith, a rookie que entrou aos 69′ com muitas expectativas, e que demorou apenas três minutos para cumpri-las.
Nessa primeira partida, o Thorns parece finalmente ter encontrado o ritmo de jogo que tanto faltou no primeiro torneio. O elenco volta, aos poucos, a ter o peso e a tradição que a camisa historicamente carrega. Já o Royals, passando por tantas mudanças e desafios em sua administração, não traz uma surpresa nessa derrota. Sob o comando de LePeilbet, a equipe já conseguiu melhorar pontos que vinham de atenção desde a temporada 2019, e o time pode ter um futuro interessante caso a treinadora continue definitivamente no cargo.
O próximo jogo das equipes no grupo da região Oeste acontecem contra o OL Reign. No próximo sábado (26), às 16h30 (horário de Brasília), o Royals recebe o Reign; já na quarta-feira (30), é a vez do Thorns sediar o jogo contra a equipe no Providence Park, às 23h (horário de Brasília).
A última rodada da NWSL contou com dois outros jogos: no sábado (19), o North Carolina Courage empatou com o Orlando Pride; e no domingo (20), o Chicago Red Stars goleou o Sky Blue por 4×1.
Ficha Técnica:
Portland Thorns – 3
Eckerstrom; Klingenberg, Hubly (Sauerbrunn – 62′), Menges, Westphal (Pogarch – 46′); Salem (Seiler – 70′), R. Rodriguez, Horan; Sinclair, Lussi (Everett – 86′), Charley (S. Smith – 69′).
Utah Royals – 0
A. Smith; Maemone (Weber – 46′), Del Fava, Ball, Bowen; Lytle (Vero – 46′), Diallo, Labonta; King (Strom-Okimoto – 63′), A. Rodriguez (Ship – 63′), Ratcliffe.
Gols: Charley – 35′ (Thorns); S. Smith – 72′ (Thorns); Horan – 81′ – (Thorns).
Cartões amarelos: Pogarch – 88′ (Thorns); Klingenberg – 90+5′ (Thorns).
(Foto: Reprodução Twitter/NWSL)
