Ao acompanhar o New York City FC, é possível identificar que a equipe tem desmontado significativamente seu elenco. O último a deixar o elenco foi o lateral costa-riquenho Matarrita, que foi negociado com o FC Cincinnati. Além dele, vários outros nomes já deixaram o clube, seja por meio de venda ou sendo dispensado da equipe.
O curioso é que a saída de alguns nomes surpreende por serem atletas titulares. Jogadores como o goleiro Stuver, e o meia Zelalem, que não tiveram quase nenhum tempo de jogo na temporada, não surpreenderam ao serem dispensados do time. Porém nomes como o de Matarrita, titular da lateral esquerda, e Alex Ring, volante titular e, muitas vezes, até capitão da equipe, tinham a permanência garantida em 2021.
Vale lembrar que o New York City já havia perdido, alguns meses antes, o atacante romeno Mitrita, um dos mais decisivos do time. As saídas de jogadores experientes e importantes da franquia nova-iorquina trazem uma incógnita para o futuro. O New York City vai contratar nomes experientes para a próxima temporada ou vai encarnar o espírito de filial?
Não é segredo para ninguém que o New York City é um dos times que fazem parte do City Football Group, que é composto por vários clubes ao redor do planeta, tendo como o maior e mais relevante o Manchester City/ING. Entretanto, o New York City seria um dos clubes que serve para ajudar a desenvolver jogadores que podem ser úteis a equipe inglesa. Ou seja, a franquia da Major League Soccer acaba sendo usada, muitas vezes, como ponte para que jovens jogadores se desenvolvam tecnicamente e possam ser aproveitados pelo clube inglês.
O maior exemplo disso envolvendo o New York City é o lateral espanhol Angeliño, de 23 anos. Cria da base do próprio Manchester City/ING, o jogador atuou por empréstimo junto ao New York City em 2015. Depois, rodou por outras equipes. Mesmo que o lateral tenha sido sub-aproveitado no Manchester City/ING, hoje, o jogador atua pelo RB Leipzig/ALE e é tido como um dos melhores laterais esquerdos da atualidade.
Citar o Leipzig/ALE é interessante pois a equipe é exemplo de um projeto semelhante ao do City Football Group. Pois também dispõe de uma filial na MLS. trata-se do arquirrival do New York City, o New York Red Bulls. E aí cabe o questionamento: Qual seria o problema do time ser uma filial?. O problema não é, necessariamente, ligado a um grupo esportivo maior. E, sim, na forma em que os objetivos do time influenciam na montagem do elenco.
Dentro de projetos como o da Red Bull ou do City Group, clubes como o New York City acabam tendo como papel principal desenvolver e revelar talentos que possam ser úteis ao clube “matriz”. Nesse contexto, a ênfase das contratações acaba se voltando para jovens promessas e a promoção de atletas da base. Nada demais, certo? Sim. Sobretudo, se o trabalho conseguir revelar e desenvolver jogadores de qualidade.
Porém é válido lembrar que jogadores experientes também são necessários para trazer equilíbrio emocional à equipe. Atletas mais cascudos, como se diz, geralmente tem um papel de liderança significativo pro time, além, é claro, de agregar tecnicamente.
O questionamento que fica é saber se o New York City vai repor à altura as peças importantes ou vai apostar em garotos para conduzirem a equipe e vão conseguir ser um time mais competitivo, haja vista que a equipe ainda não sabe o que é levantar um troféu. Rejuvenescer a equipe, dentro do contexto em que o New York City está inserido, não seria uma surpresa, mas caso aposte cada vez mais num elenco muito jovem, a franquia precisará ter cuidado para não minar sua competitividade.
(Capa: Reprodução/Instagram New York City)