Na sexta edição da ”Coluna do Guga”, assinada pelo jornalista Gustavo Demétrio, o leitor terá a análise sobre um novo marco na história da Major League Soccer: a contratação em massa de jovens sul-americanos, com especial atenção ao mercado brasileiro, que agora virou alvo dos americanos.
A vinda de jovens promessas da América do Sul para a MLS é cada vez mais constante. Nessa atual intertemporada da liga isso ficou ainda mais claro, já que foram 21 contratações com esse perfil até o momento em que esta coluna foi escrita. Dentre essas movimentações, se destaca a do brasileiro Brenner, vendido pelo São Paulo ao FC Cincinnati, e também uma especulação corrente sobre o meia Mateus Vital, do Corinthians, que é ligado Real Salt Lake. Isso prova que os olhos da MLS se abriram para o mercado tupiniquim.
Brenner tem 21 anos, Vital tem 23, dois jogadores que mantém essa cartilha atual da MLS. Porém, como a liga vem se tornando cada vez mais forte economicamente, exportando cada vez mais jogadores para Europa e fomentando ideias sobre conceitos de futebol, pontos que o Brasileirão passa longe de ter ou não cuida para que sejam feitos de uma maneira melhor, não vai demorar muito para que além das promessas os renomados nomes também irem para os Estados Unidos.
Imagine Arrascaeta, Gabigol e outros tantos que estão no auge de suas carreiras por aqui optando por DC United, Sporting KC ou Austin FC, trocando a instabilidade do seu time a longo prazo (e até a curto, já que com três derrotas seguidas se pede a demissão do treinador), a pressão surreal que se coloca na vida privada de um atleta profissional, o amadorismo no tratamento dos clubes com suas carreiras e todo um combo de aspectos ruins que compõem o futebol local para passarem a ter exatamente o reverso disso tudo, que é a MLS, com acréscimo financeiro nos salários, de padrão de vida – afinal estamos falando de Estados Unidos, e também de conhecimento futebolístico, onde eles poderão trabalhar com técnicos que são um reconhecidamente ricos taticamente, que podem potencializar ainda mais seus estilos de atuarem e até, mesmo com uma idade mais elevada em relação aos negócios que os clubes europeus, fazem arrumarem uma transferência.
A Major League Soccer oferece mais, em todos os âmbitos, que o Brasileirão atualmente.
Outro ponto importante, é que essa não é uma previsão e nem um chute pro que vai acontecer no futuro, mas sim um visão sobre um movimento que já é existente e que não vai parar em si mesmo, vai evoluir. O marco da Copa do Mundo de 2026, onde os Estados Unidos sediarão o maior número de partidas do torneio, talvez seja o momento que isso comece mais fortemente a acontecer, pois os donos de cada franquia sabem que ali é um palco para promoverem seu negócio. Ou, além disso, é possível que nesses próximos cinco anos o objetivo da MLS já vai ter ultrapassado trazer os principais jogadores da liga do país pentacampeão do mundo, estando em outro patamar de aspirações.
E para quem está lendo e acha que isso um absurdo que jamais vai acontecer, recordo que até muito pouco tempo era muito comum dizerem que nunca um jovem jogando em um dos maiores clubes do Brasil, com projeção para ir jogar na Europa, escolheria a MLS. Pois bem, esse texto começou ressaltando a vinda do Brenner…
(Capa: Reprodução/ Getty Imagens)
Isso pode acontecer infelizmente num futuro bem próximo,se o futebol brasileiro não se organizar melhor.