Já falamos sobre a quantidade de estrangeiros, mas você tem noção de quantos minutos eles ficam em campo?
Na semana passada, falamos sobre o crescimento dos estrangeiros na Major League Soccer e como os europeus e sul-americanos tem dominado a liga, com a Argentina tendo 10% dos estrangeiros da temporada 2020. Mas, e a minutagem? Essa quantidade toda de jogadores está de fato em campo ou estão no banco colocando pressão no elenco? Essa é uma estatística que oscila na liga e parece cíclica. Enquanto nas primeiras temporadas a minutagem dos estrangeiros tinha uma porcentagem levemente superior ao da quantidade de jogadores, esse cenário se inverteu em meados de 2002 e se manteve assim por 10 temporadas. Já a partir de 2013, nova inversão com um ponto a ser destacado: o gap entre as porcentagens está aumentando.
AMERICA DO SUL
Sabendo que a América do Sul é um dos maiores exportadores da MLS, sendo a Argentina o maior, com quantos minutos cada país contribui?
Apesar de ser o segundo em minutos jogados, o Brasil vem perdendo espaço na questão minutos por jogador. Nessa análise, a Argentina continua liderando com 1066′ minutos por jogador, com a Colômbia em segundo 988′ e o Uruguai em terceiro 963′. O Brasil aparece apenas na quarta posição 946′.
Curiosidade: O Brasil perde para a Colombia em minutos jogados na história. A argentina lidera com 454k, seguido de Colombia com 342k e depois vem o Brasil com 311k.
EUROPA
No velho continente, apenas três países têm 10 jogadores ou mais na MLS: Inglaterra (14), França (11) e Holanda (10). E, na comparação com a América do Sul, apenas Inglaterra (10.213) e França (10.322) apareceriam na lista. Com 7.214 minutos, a Holanda estaria na linha “demais países”.
Porém precisamos olhar com carinho para a participação europeia nesse levantamento. Apesar de nenhum deles ficar a frente do Brasil nos minutos por jogador, a França já está perigosamente perto com 938′. Inglaterra e Holanda estão bem distantes, com 729′ e 721′ e ainda não incomodam os americanos em termos de participação nas equipes.
Se é assim, como a Europa consegue ter 114.969 minutos jogados, ou seja, muito próximo dos 127.146 dos sulamericanos? A questão aqui é a divisão dos países. Enquanto a América do Sul tem 12 países (todos representados na MLS), a Europa tem 50 países, 29 deles participando da temporada 2020. Dessa forma, enquanto Brasil e seus vizinhos tem 10.595′ minutos por país, os europeus contribuem com apenas 3.964.
Muitos comentários chegaram para mim dizendo que era natural que a América do Sul fosse o maior exportador para a MLS. Escrevi essa coluna para mostrar que não é tão óbvio. Talvez os jogadores ainda não queiram sair da Espanha, Inglaterra ou Itália, mas são 50 países e muitas ligas europeias são tecnicamente inferiores a Major League Soccer. E os jogadores já começam a ver a organização e competitividade da liga como um trampolim para voltar a Europa com um status melhor.
(Capa: Arte/Cymon Designer)