Na 16ª edição da Coluna do Guga, assinada pelo Jornalista Gustavo Demétrio, o leitor terá a análise sobre a incógnita que é o FC Cincinnati, do brasileiro Brenner
O FC Cincinnati foi a pior equipe da Major League Soccer nas duas últimas temporadas, sendo lanterna na classificação geral da competição e por consequência não conseguindo vaga nos playoffs da liga. Essa marca negativa fez com que os donos e diretores da franquia mudassem alguns parâmetros no que diz respeito a montagem do elenco para 2021, em um primeiro momento deixando contratações de jogadores mais experientes de lado. Dentro disso, o brasileiro Brenner, ex-São Paulo, e Luciano Acosta, ex-DC United, desembarcaram em Ohio, no que se imaginava que poderia ser o inicio de uma nova era para o clube.
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No entanto, o recente anúncio sobre a contratação do zagueiro Geoff Cameron, de 35 anos, e a forte especulação de que Giorgio Chiellini, de 36, também poderá vestir a camisa do Cincy, colocaram em dúvida o tipo de planejamento que está sendo feito na franquia.
É imprescindível afirmar, primeiramente, que tanto o reforço norte-americano quanto o zagueiro italiano são bons jogadores, mas além de fugirem dos perfis de Brenner e Acosta, ficam distantes do padrão de negócios atual que a maioria dos times da MLS estão fazendo. E além disso, e talvez o principal ponto, essas especulações ganham força no momento em que a temporada não teve um bom inicio por parte do time, deixando escancarado que o planejamento do Cincinnati na verdade não existe, está suscetível a mudar em qualquer momento. Uma franquia que aspira ser de elite não pode ter essa postura.
Quando se define uma linha a ser seguida, não se pode mudar o curso como uma pessoa muda de roupa ao longo de 24 horas. As equipes vencedoras dentro da MLS nos últimos anos, só ganharam algo porque, apesar de algumas trocas inevitáveis, mantiveram-se dentro deste percurso pré-estabelecido. Quando Sigi Schmid saiu do Seattle Sounders, quem foi contratado pro lugar foi Brian Schmetzer, alguém formado dentro do clube. Quando o Portland Timbers deu adeus à Caleb Porter, quem veio foi Giovanni Savaresse. Em Atlanta, primeiro Tata Martino e agora Gabriel Heinze. Isso vale, obviamente, também para os atletas que se contrata. É preciso definir parâmetros, independentemente de resultados mais ou menos ruins em curto prazo.
Além disso, dos times medianos também mantém um padrão. Colorado Rapids, com seus jovens, Inter Miami e suas superestrelas, Philadelphia Union e suas peças contratadas de mercados periféricos, e tantos outros exemplos.
A franquia de Ohio parece sem rumo. Em outras oportunidades, já ficou claro também que seu treinador, Jaap Stam, não está enquadrado numa filosofia moderna de jogo. Então, não existe nem coordenação vindo de cima, nem segurança de algo bom que está sendo feito em campo, minimamente.
Até aqui, em 2021, foram um empate e duas derrotas para o Cincinnati, com 10 gols sofridos e apenas dois marcados. Realmente é possível acreditar que Geoff Cameron e Chiellini farão uma diferença a tal ponto de tirar esse time do precipício? Sinceramente, diria que essa seria uma avaliação ingênua.
(Capa: Reprodução/Twitter Zwolle)