A saída de Stam era algo inevitável, mas não é a única mudança necessária no FC Cincinnati
Jaap Stam não é mais treinador do FC Cincinnati. Isso pra muitos, é algo que estava fadado a acontecer mais cedo ou mais tarde. O desempenho do holandês no comando do time era pífio. Mas não nos enganemos. Apesar de Stam ter seus deméritos, é nítido que o seu trabalho ruim não é um único motivo do Cincy não ser uma equipe competitiva. E não é a sua saída que fará o time de Brenner e companhia subir os degraus que faltam pra isso.
O problema do FC Cincinnati passa, inevitavelmente pelas escolhas da sua diretoria. A própria escolha de Stam, treinador que ainda busca se consolidar nessa função, é um ponto. Mas o fator que mais contribuiu pro patamar do time de Ohio foi a montagem do elenco.
O Cincy estreou na Major League Soccer em 2019, e tanto nessa temporada, quanto na de 2020, amargou a lanterna com toda a razão. O time raramente vencia, e volta e meia sofria (na verdade até hoje sofre) goleadas acachapantes.
O ponto em comum nesses dois anos eram elencos fracos, que poderiam até contar com alguns jogadores experientes e interessantes, mas que no geral eram muito limitados. Era impossível, olhando pro nível dos jogadores e do futebol apresentado, imaginar no Cincy uma equipe capaz de sonhar com uma vaga na pós-temporada.
Pra 2021, o Cincinnati deu a impressão de que finalmente iria em busca de ambições maiores. A contratação impactante do brasileiro Brenner, além da vinda do argentino Luciano Acosta, que brilhou ao lado de Wayne Rooney no DC United, ensaiava uma subida, ainda que não tão grande, do patamar da franquia.
Mas isso não ocorreu. Atualmente o FC Cincinnati é penúltimo colocado no Leste, com apenas 20 pontos ganhos, e bem longe da zona de playoffs. A única competição visível é pra não ser novamente o lanterna da conferência ao final da temporada.
E um dos motivos pra essa frustração, é a já mencionada má montagem do elenco. Nomes como Brenner, Acosta, e Cameron chegaram e se tornaram importantes, ao lado de nomes que já estavam por lá, como o jovem Álvaro Barreal. Apesar de formar uma espinha dorsal interessante, o resto do elenco continua muito limitado.
Uma prova de que a diretoria do Cincy ainda precisa aprender a acertar a mão nas contratações é a posição de goleiro. O time, em anos anteriores assistiu um revezamento entre Tyton e Spencer Richey debaixo das traves. Na atual temporada, Richey foi pro Seattle, e seu substituto, Cody Cropper, mostrou que não daria conta do recado.
E de quem foram atrás? Vermeer, recém saído do LAFC. Tudo bem que era uma oportunidade, já que o arqueiro estava sem clube. Mas quem acompanhou Vermeer no LAFC sabe que ele não correspondeu à altura. Seria totalmente plausível a escolha por outro alvo. O fato é que o Cincinnati segue com um camisa 1 de qualidade duvidosa.
A queda de Stam era praticamente inevitável. Mas está longe de ser o único problema do Cincinnati. A diretoria precisa, além de acertar a mão na escolha do novo comandante, formar um elenco que de fato consiga ser competitivo. Os nomes contratados desde o início da trajetória na MLS só demonstram que não entenderam o nível crescente da liga.
Em resumo, é preciso que as cabeças pensantes que administram o FC Cincinnati entendam a realidade da MLS e façam o possível para que a franquia acompanhe esse processo. Somente esse entendimento e essa mudança de postura farão com que o Cincinnati dê o salto de patamar tão desejado.
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(Capa: Reprodução/Site MLS)