O jovem Ricardo Pepi faz uma temporada fantástica pelo FC Dallas, e esse desempenho pode fazer com que ele se torne peça-chave também na seleção dos EUA
Não é segredo pra quem acompanha, que a seleção dos Estados Unidos tem um elenco muito qualificado e promissor. Greg Berhalter sabe que tem em mãos uma geração que certamente é a mais talentosa da história do país.
Porém, engana-se quem acha que todas as posições já tem dono. É certo que Steffen é dono da camisa 1, apesar de ter a (ótima) sombra de Matt Turner. Nomes como McKennie e Sergiño Dest também costumam ter cadeira cativa, quando à disposição. Isso pra não falar de Giovanni Reyna e Pulisic.
Todavia, existe uma função para a qual ainda não há um jogador consolidado: a de centroavante. Apesar do experiente Gyasi Zardes ter várias oportunidades, e até corresponder, enxerga-se uma disputa futura entre jovens valores pelo status de dono da Camisa 9 dos EUA.
É dentro desse contexto que chegamos ao personagem desta coluna: Ricardo Pepi. A joia de 18 anos do FC Dallas faz uma belíssima temporada na Major League Soccer, onde já soma 12 gols em 22 jogos O desempenho fez Pepi se tornar um All-Star, além de receber sua primeira convocação pra seleção dos EUA.
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A estreia do garoto prodígio ocorreu na última quarta-feira (8). Na vitória por 4 a 1 contra Honduras, em jogo válido pelas Eliminatórias pra Copa do Mundo. E foi uma estreia memorável, com Pepi marcando um gol e dando duas assistências, construindo a virada pra seleção norte-americana.
Essa atuação fez com que Ricardo Pepi ganhasse muitos pontos com Berhalter. Nenhum dos seus concorrentes pode ostentar, até aqui, uma atuação tão impactante quanto a de Pepi contra Honduras.
Comparando com os jogadores próximos da sua faixa etária, isso fica mais claro. Matthew Hoppe, de 20 anos, recém chegado ao futebol espanhol, possui cinco jogos com a seleção dos EUA e tem um gol marcado. Daryl Dike, atacante do Orlando City, que surgiu com grande projeção na temporada de 2020, possui três gols em oito jogos pelo selecionado estadunidense. Josh Sargent, recém contratado pelo Norwich/ING, possui cinco gols, só que em 19 jogos.
Dike e Hoppe, estrearam já em 2021 com a seleção, ao passo que Sargent é chamado desde 2018. É claro que são jovens muito promissores, que serão parte do futuro da seleção norte-americana. Mas na disputa pela posição de centroavante, pode-se dizer que Ricardo Pepi largou na frente.
Claro que um único jogo não é suficiente pra dizer que Pepi será na seleção o mesmo fenômeno que já é na MLS. E a ideia também não é subestimar seus concorrentes. Mas Ricardo Pepi conseguiu, logo de cara algo que nenhum desses outros conseguiu: impacto.
Essa palavra define a estreia de Pepi pelos EUA. Palavra essa que serve pra definir esse jovem talento. Contra Honduras, Pepi foi o grande nome de uma partida difícil, onde a sua seleção saiu atrás no placar, e precisava vencer pra não ver seu início de eliminatórias ser frustrante.
Embora Dike, Hoppe e Sargent tenham seus méritos pela seleção dos EUA, e o futuro pra construir ainda mais, nenhum deles tem, pelo menos ainda, uma atuação tão marcante quanto a de Pepi. A atuação foi digna desse jovem, que já se está se acostumando a isso: ser marcante. Tal qual ele foi com seu memorável hat-trick diante do Los Angeles Galaxy, ou com o pênalti decisivo cobrado no All-Star Game contra a Liga MX.
Como já foi dito, é necessário calma. Pepi tem apenas 18 anos, e embora já mostre um grande futebol, é um jovem que ainda tem muitas páginas da carreira para serem escritas. Mas o fato é que o jogador tem feito gols em profusão. E na seleção ele já chegou mostrando seu cartão de visitas.
A história de Pepi ainda está sendo escrita, mas pelo andar até carruagem, é bem provável que ela tenha belos capítulos com a camisa dos Estados Unidos.
(Capa: Reprodução/Instagram FC Dallas)