Já sem chances de avançar aos playoffs em 2021 e novamente terminando em último, o que o FC Cincinnati precisa fazer para finalmente evoluir em 2022? Confira a análise de Bruno Oliveira
Antes de sua estreia na temporada, no dia 17 de abril contra o Nashville SC, no Nissan Stadium, muitos torcedores e admiradores da liga pensavam que a temporada de 2021 seria uma reviravolta após as duas últimas péssimas temporadas doFC Cincinnati.
O que alimentou esse pensamento frustrante foram justamente os investimentos que o time fez. Estádio novo, avaliado no valor de US$ 250 milhões de dólares e jogadores como Luciano Acosta, Ronald Matarrita, Isaac Atanga, o experiente Geoff Cameron e o brasileiro Brener, deram aos torcedores uma esperança de que 2021 seria uma borracha para apagar as temporadas passadas.
No entanto, essa esperança foi por água abaixo mais uma vez. Mesmo com todo investimento feito, o time do FC Cincinnati novamente não conseguiu mostrar um bom futebol. Alguns jogadores como Allan Cruz, Kamohelo Mokotjo, e o japonês Yuya Kubo, com um salário na casa de 1 milhão de dólares, e em algumas posições usando jogadores improvisados, não demonstravam um bom futebol e na maioria das vezes ocupavam o banco de reservas.
Jogando em seu novo belíssimo estádio, TQL Stadium, o time comandado na época por Jaap Stam, alcançou a primeira vitória em casa depois de nove jogos, mostrando mais uma vez aos torcedores que a temporada de 2021 não seria como eles imaginavam no começo. A péssima fase levou o time a ocupar, pelo terceiro ano seguido, a última posição da conferência Leste, algo jamais visto na MLS, quebrando assim o feito do Chicago Fire, que ficou em último lugar duas vezes consecutivas, nas temporadas de 2015 e 2016.
Pensando em uma solução, o magnata do time, Carl Lidner, trocou Gerard Nijkamp, que passou dois anos tentando conhecer as regras da MLS e consertar os erros do time, pelo ex-jogador, Chris Albright, para o cargo de General Manager.
No dia da apresentação de Albright, o magnata não poupou palavras para descrever o péssimo momento do time.
“Quero agradecer aos nossos fãs pela paciência que tem conosco.. Vamos acertar. O anúncio de hoje é realmente um grande passo para tornar esta cidade uma vencedora,” disse o proprietário do FC Cincinnati, Carl Lidner.
Em uma lista composta com mais de 30 jogadores, 13 deles estarão em seu último ano de contrato na próxima temporada. Seis desses jogadores recebem salários acima de US$ 750 mil dólares e cinco acima de US$ 1 milhão de dólares. Em outras palavras, é muito dinheiro gasto para pouco retorno dentro de campo.
Um dos setores mais prejudicados no time da região de Ohio é a defesa. O time soma 70 gols sofridos e está perto de quebrar o seu próprio recorde de 75 gols sofridos na temporada inaugural de 2019. Apenas o zagueiro Geoff Cameron está garantido para a próxima temporada. O zagueiro equatoriano, Gustavo Vallecilla, que chegou como uma promessa, está próximo do término de empréstimo. Segundo uma fonte próxima ao clube, o Cincy estuda a contratação do jovem jogador que pode custar aos cofres do Cincinnati cerca de US$ 1 milhão de dólares e que teria que ser fechado o acordo até o dia 1° de Dezembro. Já o contrato do lateral-esquerdo, Tyler Blackett, vai até junho de 2022, mais o Cincinnati tem a opção de exercer a compra para mantê-lo por mais um ano.
Em entrevista ao site americano, Queen City Press, da jornalista americana Laurel Pfahler, o novo General Manger do clube admite que tem muito trabalho a fazer: “Temos que limpar algumas coisas, francamente, e não vamos ter tanta flexibilidade no curto prazo quanto teremos na próxima entressafra”, disse Albright.
“Isso é uma realidade. Dito isso, existem maneiras criativas de criarmos cap space, maneiras criativas de contratar jogadores, é algo com o qual estou muito familiarizado. Então, será um desafio aqui, mas não para o qual não estamos preparados e nem para o qual não seremos capazes de enfrentar,“ afirmou.
Desde que chegou, Albright tem avaliado alguns jogadores ao lado técnico interino, Tyrone Marshall, durante essas ultimas partidas. O novo GM até mencionou que nenhum emprego é garantido, deixando assim o futuro de alguns nomes da equipe em aberto.
Para o novo GM do Cincy, sem a chance de vaga aos playoffs o time tem que aproveitar esses últimos jogos para analisar alguns nomes. Dentre eles o brasileiro Breener, que em meio a fase do time, é o artilheiro da franquia com oito gols:“Foi feito um grande investimento no Brenner, e ele é um jogador muito bom” afirmou.
Em relação a quem poderia ocupar a vaga de técnico principal no FC Cincinnati, Albright não divulgou nomes mas elogiou alguns assistentes técnicos da MLS e espera que o novo treinador principal esteja no comando do time em algumas semanas antes do Natal.
(A entrevista completa com o novo GM do Cincinnati você pode conferir no site: Queencitypress.net da jornalista americana Laurel Pfahler.)
Pelo visto, trabalho é o que não faltará para os diretores do FC Cincinnati em 2022. Com uma nova direção, um novo pensamento e com uma reformulação na cultura do time e no scout, a próxima temporada está logo ali para assistirmos de perto a mais um episódio da história dos Orange and Blues na MLS.
Edição/Revisão: Pedro Breganholi