Depois de sete temporadas na MLS, New York City FC pode coroar pela primeira vez a capital do mundo no Soccer moderno
Quando o New York City FC surgiu em 2015 como o 20º time a ingressar na Liga, a franquia pertencente ao City Football Group foi um motivo de grande entusiasmo devido o lado econômico e de investimentos que poderiam crescer na Major League Soccer a longo prazo.
A tentativa de transformar uma das cidades mais importantes dos Estados Unidos num verdadeiro epicentro de uma comunidade futebolística passava também por ofuscar a marca do passado vitorioso do New York Cosmos, além dos vizinhos de Nova Jersey, o New York Red Bulls, que imediatamente se transformou numa das grandes rivalidades do país.
Com a contratação de David Villa, Frank Lampard e Andrea Pirlo para o New York City, já se mostravam as pretensões e as direções que o time tomaria dentro e fora de campo, tornar uma equipe internacional com estrelas em fim de carreira foi o movimento mais fácil e óbvio em uma cidade que exige grandes craques.
Mas o primeiro ano do New York City na MLS não saiu nada como planejado, a não classificação para os playoffs e a eliminação na US Open Cup pelo New York Cosmos era decepcionante, e principalmente simbólico, em seu primeiro ano. Não havia outra alternativa e o treinador Jason Kreis foi demitido com um aproveitamento inferior a 30%.
O trio Villa, Pirlo e Lampard no New York City: muitas camisas vendidas e eliminações marcantes (Reprodução/ New York City FC)
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Nos anos seguintes, em 2016 e 2017, o desempenho sofreu impacto imediato com a aposta no primeiro trabalho profissional como técnicodo histórico Patrick Vieira, que foi muito positivo com a definitiva explosão de uma de suas estrelas, o espanhol David Villa, que nos Estados Unidos fez 45 gols nesses dois anos e garantiu um prêmio MVP,
Além disso, atletas como a estrela em ascensão Jack Harrison, Matarrita, Ring e Frank Lampard desempenhando um melhor futebol em relação outras temporadas. O meia inglês, no entanto, teve passagem marcada por sucessivas lesões, o que acabou prejudicando seu futebol.
As chegadas do goleiro Sean Johnson e o zagueiro Maxime Chanot, por outro lado, elevaram bastante o nível do sistema defensivo. Com duas temporadas regulares terminando em segundo lugar no Leste seguidamente, uma cultura competitiva no lado azul de Nova York parecia estar em desenvolvimento rápido. Contudo, o desfecho continuava decepcionante, sofrendo goleadas para Toronto FC e Columbus Crew nos sempre cruéis playoffs da MLS, além de mais uma eliminação na US Open Cup para o Cosmos.
Depois deste três anos, a franquia realizou sua principal transformação no elenco. Nomes de significativa importância no time titular como Mikey Lopez, RJ Allen, Brillant e Ethan White se despediram e as estrelas aposentadas Lampard e Pirlo foram substituídas pelo argentino Maxi Moralez e o paraguaio Jesús Medina, adicionando experiência sul-americana e muito mais vitalidade no meio de campo.
Além deles, aquisições como o sueco Tinnerholm e o atacante Castellanos e as subidas para o profissional dos jovens Joe Scally e James Sands mostravam um pouco da força da base do NYCFC e do seu novo projeto.
Maxi Moralez teve impacto imediato no NYCFC liderando as assistências da Liga em 2019 (Reprodução/ New York City FC)
Assim como o plantel, o corpo técnico também foi alterado no meio do ano de 2018. A saída de Vieira deu lugar à Domenec Torrent, que repetiu boas marcas de desempenho e pontuação, incluindo um terceiro lugar em 2018 e a melhor campanha do Leste em 2019, mas sempre parando nas semifinais de Conferência
A saída de Villa, melhor jogador da equipe em 2019, que foi para o Vissel Kobe/JAP, foi facilmente substituídas pelo desempenho All-Star de Moralez e as contratações de Héber e Mitriță, sendo o romeno por um valor recorde.
Dessa forma, mesmo o alto nível se tornando uma constância no New York City, faltava dar o salto a mais numa competição que premia não apenas a regularidade, mas a parte psicológica de muitos jogos decisivos durante o ano. Com apenas contratações pontuais em 2020 como o uruguaio Acevedo, a volta de Keaton Parks, e aquisição da base de Tayvon Gray, a franquia apostou no norueguês Ronny Deila para comandar um time que estava pela primeira vez disputando competições internacionais.
As eliminações nas quartas de final da CONCACAF Champions League, do MLS is Back e no Round One dos Playoffs contra o Orlando City, colocaram a equipe envolta numa nuvem de desconfianças para 2021.
Neste ano, o ponto de interrogação continuava com as saídas importantes de Ring, Matarrita e Mackay-Steven e as reposições vieram com jogadores em sua maioria bem jovens, como Talles Magno, Thiago Andrade, Santi Rodríguez e Amundsen, dando entender a possibilidade de mudar a estratégia, saindo de um clube voraz e gastador para a transição de clubes com foco na formação de atletas, como o FC Dallas e seu rival NY Red Bulls.
O quarto lugar cheio de altos e baixos na temporada regular e uma eliminação decepcionante na Leagues Cup para o Pumas UNAM/MEX representavam tempos duvidosos em Nova York. E se transformaram em glória quando o torcedor menos esperava.
Campeões do Leste, o New York City enfrentará o Portland Timbers na final (Reprodução/ New York City FC)
O título da Conferência Leste de 2021 mostrou uma evolução constante e um trabalho de longo prazo com chegadas de jogadores que sempre adicionaram um grande nível no plantel do New York City FC, a iniciativa de contar com estrelas internacionais, passando sempre por uma mescla de juventude e experiência sul-americana e de contratações em mercados periféricos europeus, como Romênia e em países nórdicos, o transformaram numa franquia versátil na captação de talentos e que soube se adaptar ao contexto exato da MLS, e do clube, para ascender numa Liga que a glória e a decepção sempre estiveram muito próximos e os títulos aparecem quando o torcedor menos espera.
O New York City enfrente neste sábado (11), o Portland Timbers, fora de casa, pela final da Major League Soccer, com transmissão da Rádio Território MLS.
(Capa: Reprodução/ New York City FC)