Os Revs foram eliminados nos penaltis para o Pumas após o jogo terminar 3 a 0 no tempo regulamentar. Tommy McNamara perdeu uma das cobranças e Sebastian Lletget isolou
Mais uma noite de vexame na vida do New England Revolution, a segunda virada que o time sofre em um espaço de quatro dias e a segunda eliminação vexatória na “era Bruce Arena” nos Revs. Após vencer o primeiro jogo por 3 a 0 em casa, o time precisava apenas de um gol fora de casa para aumentar a vantagem que por si já era grande e quase irreversível. Porém, a mentalidade e approach escolhido pelo treinador Bruce Arena foi pífia, feia e totalmente desprezível. Traduzindo com as próprias palavras do treinador: “Nós não precisamos fazer gols, eles precisam”.
Poucas frases no futebol me assustam e me trazem remorso como essa onde o treinador explicitamente impõe o antijogo. Mesmo tendo o MVP da MLS como o seu camisa 10, dois ótimos atacantes designados e um lateral de seleção no elenco, Arena ainda preferiu o antijogo e se defender por 90 minutos, que obviamente não deu certo já que o confronto terminou 3 a 0 para os mexicanos no tempo regulamentar. E ainda por cima, fez questão de reafirmar a escolha “correta” de método de jogo após a eliminação.
Outro problema foi escancarado no jogo diante do Pumas, no México, e também na eliminação trágica para o NYCFC ano passado diz respeito às substituições. O professor tende a quase não fazer trocas em jogos importantes. Por exemplo, Bruce acabou o jogo com apenas duas alterações no jogo de ontem, cenário similar diante do New York City nos playoffs de 2021.
Mesmo quando a partida gritava o nome de Emmanuel Boateng e os torcedores também, Bruce decidiu mexer colocando em campo Tommy McNamara, em um dos seus jogadores de confiança, mas que acabou fazendo um péssimo jogo, culminando com a perda da penalidade no final. Inclusive a birra em não colocar Boateng nos jogos é uma das grandes falhas de Bruce à frente do New England, já que Emma é, sem dúvida, o melhor jogador vindo do banco, mudando todas as pelejas que ele entra.
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O que aparenta ser é que Arena senta confortavelmente em seu passado glorioso e de títulos nacionais e internacionais. Por isso, a mídia e torcedores acabam por poupar o experiente técnico quando as críticas são necessárias, do mesmo jeito que outros jogadores que são amados pela torcida não são criticados quando necessário. Precisamos ser honestos e dizer que a frase “In Bruce We Trust” já não funciona a algum tempo.
O treinador precisa assumir mais a sua parcela de culpa de suas ações e diminuir o ego, porque apesar de ser um multicampeão, não ganhou nada relevante em New England ainda e está nas sombras da terrível desqualificação dos Estados Unidos para a Copa de 2018. A eliminação para o Pumas UNAM é outra mancha escura no currículo extenso do treinador.
O meu ponto aqui não é pedir a cabeça de Bruce Arena, mas sim citar que não podemos confiar 100% em um treinador que diz não precisar fazer gols. Por mais que alguns pensem que a frase é irrelevante, um time de futebol não deve ter essa mentalidade fraca e burra. Um time como o New England Revolution cheio de estrelas não podem ser eliminados desta maneira tão vergonhosa e humilhante.
Para salvar a temporada, Arena precisa urgentemente reforçar o sistema defensivo, já que o zagueiro Omar Gonzalez, ex-Toronto e LA Galaxy recebe inúmeras críticas da torcida por sua lentidão e falhou em um dos gols da última noite. Jonathan Bell, por sua vez, não faz um bom jogo em um longo tempo e começo a duvidar do seu real potencial.
Outros jogadores como Adam Buksa precisam dar um passo à frente e fazer jus ao salário e a posição de titular. Buksa perdeu vários gols nos dois jogos e ainda por cima não bateu nenhuma das penalidades, mesmo sendo um jogador designado. Arnor Traustasson ainda segue sem fazer uma boa atuação pelos Revs.
No geral, Bruce continua sendo o maior treinador da historia e o maior vencedor. Ele tem experiencia o suficiente para conseguir fazer um turnaround e levar o clube a sua primeira MLS Cup. Se o técnico realmente vai conseguir, apenas o futuro dirá, porém a eliminação diante do Pumas não deve significar o fim do mundo para os torcedores do canhão revolucionário.
Obs: este artigo não reflete necessariamente a opinião do Território MLS.
(Capa: Reprodução/New England Revolution)