Representantes do New York City e Seattle Sounders conversaram com o Território MLS também sobre o período longe do Brasil
Nesta quarta-feira (6), Seattle Sounders e New York City FC farão a primeira partida da semifinal da CONCACAF Champions League 2022, no Lumen Field, estádio da equipe da Conferência Oeste. A partida, marcada para as 23h (horário de Brasília), será transmitida pela Star+, serviço de streaming da Disney, no Brasil.
Atacantes das equipes, Talles Magno, do NYCFC, e Léo Chú, dos Sounders, falaram com exclusividade ao Território MLS sobre a expectativa para o confronto, que levará uma das franquias para a decisão do torneio mais importante para as equipes da América do Norte, Central e Caribe.
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Apesar da fase negativa dos Pigeons, que soma três derrotas consecutivas, a expectativa no clube é alta, revela Talles: “Todos nós, do nosso time, sonhamos com a decisão. Sabemos da dificuldade que vamos enfrentar e vamos trabalhar o máximo para conquistarmos nosso sonho de sermos campeões. Por mais que na MLS, perdemos o último jogo, estamos confiantes que podemos chegar à final.”
Chegar a decisão, naturalmente é um feito a se comemorar, mas para clubes da MLS apresenta um sabor a mais. Desde a criação do novo modelo da competição, valendo vaga ao Mundial de Clubes da FIFA, em 2005, nenhum clube dos Estados Unidos se consagrou campeão. O LAFC, em 2020, e o Real Salt Lake, em 2011, bateram na trave e ficaram com o vice-campeonato.
Para Chú, a experiência obtida em campeonatos mata-mata, quando ainda atuava no Brasil, pode fazer a diferença no confronto: “Vai ser muito difícil. Vamos jogar contra o atual campeão da MLS. Para nós, que somos sul-americanos, entendemos melhor essa questão de mata-mata que os americanos, que jogam mais por pontos corridos”, afirma o ex-atacante do Grêmio/BRA e do Ceará/BRA. “Sabemos da grandeza de poder ser o primeiro time americano a ser campeão, mas para isso temos que fazer um grande jogo contra o New York City.”
Mesmo com a competição se encaminhando para sua reta final, os jogadores concordaram que o clima para os duelos decisivos ainda não possuem a mesma intensidade de um jogo realizado em competições brasileiras e sul-americana: “A atmosfera é outra, mas teve a apreensão, o frio na barriga e a dificuldade (contra o Comunicaciones/GUA, na fase anterior)”, disse Talles. “Eu creio que a passo a passo a MLS vai trazer mais paixão nos estádios, como a torcida dos Sounders, claro que ainda muito diferente, por causa da cultura. Com a liga crescendo cada vez mais, vai incentivar ainda mais pessoas irem ao estádio e serem ainda mais fãs do futebol e do clube”, completou Chú.
Desde a metade da última temporada nos Estados Unidos, ambos os jogadores afirmaram estar cada vez mais adaptados ao país e ao estilo de jogo adotado por cada clube: “No começo foi muito complicado, confesso, por não saber a língua por não estar adaptado ao estilo de jogo, mas na virada de chave do ano passado para este ano, tudo mudou. Ganhei meu espaço, estou trabalhando também para aprender o inglês em 100%. Estou entendendo bastante, mas ainda não consigo dialogar tanto. É uma dificuldade, que quando superá-la, será um aprendizado para a vida”, confessou o atleta de 19 anos da equipe de Nova Iorque e que teve seu discurso endossado pelo rival desta quarta.
Outra similaridade que os dois brasileiros possuem, foi o curto tempo em campo na temporada 2021. Todavia, tanto Talles Magno quanto Léo Chú conseguiram obter maior atenção dos treinadores Ronny Deila e Brian Schmetzer, respectivamente, em 2022. Enquanto o jogador do grupo City, é titular indiscutível da franquia, o atacante do time da Conferência Oeste é figura cativa entre as alterações realizadas por Schmetzer nos Sounders.
Embora enfrente dura concorrência em sua posição de origem, Léo Chú se diz contente com a minutagem recebida, até o momento, nesta temporada e batalhará para conseguir ainda mais espaço no clube, que possui um elenco majoritariamente montado há algumas temporadas: “Desde que eu cheguei, notei que era um time que estava encaixado há algum tempo e que a formação era montada com apenas um atacante de frente. Eu entendia. Esse ano, mudamos para a formação que eu gosto e que me adapto melhor, como jogava no Brasil e estou tendo mais oportunidades. Sei que por posição, disputo com o jogador da seleção principal dos Estados Unidos, Jordan Morris, mas creio que passo a passo vou conquistando meu espaço na equipe”, afirmou o gaúcho, que completa 22 anos no dia do duelo.
Quanto aos demais brasileiros que atuam na Major League Soccer, os atletas compartilham um sentimento de companheirismo, por mais que nunca tenham interagido diretamente um com o outro, como o caso dos entrevistados: “Não estamos no nosso país de origem, então qualquer brasileiro que a gente encontra, por mais que a gente nunca tenha se falado, parece que é amigo faz anos. Qualquer brasileiro que passa, eu trato de chegar e falar”, comentou o ex-jogador do Vasco da Gama.
No final da entrevista, Léo Chú e Talles Magno falaram sobre a relação que possuem com seus antigos clubes: “Jogava no Grêmio desde os meus nove anos. Sou gremista desde a minha infância. Sempre que posso, falo com os meninos que estão la. Outra equipe que tenho muito carinho é o Ceará, onde acabei jogando por um ano e meio. São duas equipes que estou sempre acompanhando”, afirmou Chú. “Estou acompanhando todos os jogos (do Vasco). Tenho amizade com todos dali. É um carino enorme que teno. Estou torcendo muito por eles e espero que esse ano seja melhor”, finalizou Talles.
O jogo de volta acontecerá na próxima quarta-feira (13), às 22h, no horário de Brasília, na Red Bull Arena.
(Capa: Reprodução/ Território MLS)