21 pessoas, entre alunos e professores de uma escola primária, foram mortas na cidade americana de Uvalde, no Texas; Comunidade da MLS pediu atitude por parte dos políticos locais
Na última terça-feira (24), o jovem de 18 anos Salvador Ramos matou 21 pessoas a tiros na Robb Elementarry School, em Uvalde, no Texas, e posteriormente foi morto pela polícia. Entre as vitimas do tiroteio, estão alunos que tinham uma faixa etária de cinco a onze anos, e professores. O fato que gerou comoção internacional, também ganhou espaço nas discussões dos personagens da Major League Soccer, com homenagens aos mortos, apoio aos familiares e cobrança por atitude dos políticos do país.
Na partida entre Philadelphia Union e New England Revolution, que terminou empatada em 1 a 1 pela Semana 14 do campeonato nacional, o time da Pensilvânia foi para o aquecimento com camisas com os dizeres ”acabe com a violência armada”, em protesto contra o grande número de massacres semelhantes ao longo dos últimos anos nos Estados Unidos, sem que ocorra mudança nas leis para que o número da violência seja reduzido.
A special armband & a statement from the team pic.twitter.com/clJpDPDxgW
— Philadelphia Union (@PhilaUnion) May 28, 2022
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O capitão do Union, Alejandro Bedoya, que já representou a Seleção Americana e é um dos atletas mais politizados da liga, também comentou sua insatisfação com a situação, após o jogo. “Há pessoas que nos dizem para calar a boca e driblar ou ficar no futebol ou qualquer outra coisa. Acabei de dizer, há coisas que são maiores que esportes, que futebol. Estamos falando de sair de uma semana em que vimos 19 crianças baleadas, dois professores. É nojento, é horrível, terrível’‘, ressaltou.
“Meus companheiros de equipe são noruegueses, britânicos, um dinamarquês, de todo o mundo. Eles vêm aqui e não conseguem entender, não entendem a obsessão e por que esses tipos de tiroteios em massa acontecem neste país. Por que temos que viver assim?”, completou Bedoya.
Os times do estado onde ocorreu o massacre, Houston Dynamo, FC Dallas e Austin FC, todos entraram em campo na Semana 14 da MLS com adesivos em seus uniformes em sinal de luto. Colorado Rapids e Nashville também fizeram sua parte. Ao invés de colocarem as escalações para o jogo que se enfrentaram no último sábado (28), puseram no lugar os nomes das vítimas.
Tonight, we are wearing black armbands to remember the victims of this week's tragedy in Uvalde ❤️
Enough is enough. pic.twitter.com/bRwkH5jqmb
— FC Dallas (@FCDallas) May 29, 2022
Outro jogador ativo politicamente, Stefan Frei, goleiro do Seattle Sounders e atual campeão da CONCACAF Champions League, ainda na última quarta-feira (25), cobrou para que atitudes das autoridades fossem tomadas contra a violência armada no país. “Sinto muita raiva por ainda estarmos exatamente no mesmo lugar (em relação a situação da violência e das leis). Toda maldita vez, são ‘pensamentos e orações’. Isso não significa merda nenhuma, honestamente. Não ajuda em nada. Precisamos de alguma ação real”, disse.
“Precisamos eleger pessoas que farão algo a respeito, mas as pessoas que foram eleitas para fazer algo a respeito também precisam fazer algo. Não é uma moeda de troca para que as pessoas votem mais em você, é para você fazer alguma coisa. Não use isso para irritar sua base e derrubar a base adversária. Use isso para realmente mudar alguma coisa, porque as pessoas estão realmente morrendo. As crianças estão morrendo”, finalizou.
Além disso, donos de algumas franquias na Major League Soccer, como Arthur Blank, do Atlanta United, e o ator Matthew McConaughey, do Austin FC e nascido em Uvalde, postaram em suas redes sociais mensagens de solidariedade e apoio as famílias.
Uvalde, Texas, USA. pic.twitter.com/0iULRGtREm
— Matthew McConaughey (@McConaughey) May 25, 2022
A torcida organizada do Austin, ”ATX Los Verdes”, também anunciou que criou um fundo de arrecadações para as famílias das vitimas, e que até sexta-feira (27) foram levantados mais de U$ 20 mil.
Real Salt Lake, Seattle Sounders, Inter Miami e outros clubes e personalidades da MLS também se manifestaram durante a semana, em luto e solidariedade para com as famílias.
Em 2020, de acordo com matéria publicada pela BBC News Brasil, quase 21 mil americanos foram mortos por armas de fogo em homicídios. Em uma relação de proporcionalidade, para cada cinco homicídios cometidos no país, quatro são consumados com arma de fogo.
(Capa: Reprodução/Twitter Philadelphia Union)