Atletas da Jamaica reclamam de falta de organização e compromisso da Federação Jamaicana de Futebol
A seleção do Canadá não é a única a estar em confronto com sua federação na CONCACAF. Nesta segunda-feira (6), jogadores da seleção da Jamaica divulgaram carta aberta, onde criticaram a JFF (Federação Jamaicana de Futebol), por desorganização e descumprimento de promessas com os jogadores.
A gota d’agua teria sido a não marcação de um voo para que a seleção retornasse para a Jamaica após enfrentar Suriname no último sábado (4), fora de casa. Os atletas ficaram “presos” em Suriname e só conseguiram retornar na segunda-feira, após intervenção do Ministério do Esporte.
Em carta, os atletas denunciam que não é a primeira vez que algo similar acontece. No duelo contra Suriname, por exemplo, Ravel Morrison e Shamal Nicholson não puderam viajar porque não tinham passagens compradas.
Veja carta (em inglês)
SAÍDA DO DIRETOR DA JFF
Os jogadores da Jamaica também pediram a saída do diretor Dalton Wint e disseram que não voltariam a jogar enquanto ele permancesse no cargo. De acordo com o site The Athletic, Wint pediu demissão na manhã desta terça-feira (7) e a partida contra Suriname pela Nations League, que acontece nesta noite, na Jamaica, está mantida.
Atletas importantes como Leon Bailey e Kemar Roofe endossaram o coro juntamente a atletas menos famosos da seleção, o que de fato pesou na demissão do diretor chefe da federação.
TÉCNICO TAMBÉM PODE SAIR
Após empatar com Suriname no último sábado (4), notícias dão conta de que o técnico interino, Paul Hall, atualmente treinador do QPR sub 23, comandará a Jamaica pela última vez nesta terça (7). Perguntado pelos jornalistas, Hall desconversou e disse que estará sempre comprometido com os Reggae Boyz.
Paul Hall assumiu a seleção interinamente em dezembro de 2021 após a demissão do então treinador Theodore Whitmore.
PROBLEMA ANTIGO
Os problemas na seleção da Jamaica não são novidade. Ainda na carta divulgada pelos jogadores, a JFF vem há tempos descumprindo acordos e contratos com os atletas.
Segundo eles, os pagamentos prometidos não vem sendo realizados há algum tempo e os jogadores defendem as seleções sem receber valores acordados.
O problema, no entanto, não seria dinheiro, mas sim a falta de organização e principalmente transparência de quem comanda o futebol jamaicano de seleções.
A Jamaica foi a apenas uma Copa do Mundo, em 1998, após classificação histórica. De lá pra cá, os Reggae Boyz até conseguiram revelar bons jogadores e atualmente tem elenco para buscar vaga na Copa, mas a federação é incapaz de conseguir reunir seus principais talentos constantemente, o que acaba fazendo com que o time perca força nas eliminatórias.
Na carta, os atletas disseram que sim, eles não conseguem desempenhar um bom futebol dentro de campo como seleção, e que aceitam serem cobrados por isso, porém deixam claro que, para conquistar resultados, é preciso que a JFF seja mais organizada e trate melhor os jogadores.