Na terceira edição da coluna MLS Drops, Pedro Luis Cuenca fala sobre os recentes amistosos envolvendo os clubes da principal divisão do soccer nos Estados Unidos contra tradicionais equipes da Europa
Já virou tradição no meio do ano, especialmente em julho. Enquanto se preparam para a temporada que se aproxima, equipes da Europa desembarcam nos Estados Unidos – um atraente mercado e cheio de grandes estádios – e fazem uma sequência de amistosos. Muitas vezes, entre si. Outros, contra times locais, sejam eles americanos, canadenses e até mesmo mexicanos.
Por mais que sejam interessantes na questão econômica, os amistosos de europeus com equipes da Major League Soccer pouco acrescentam tecnicamente para os dois lados. É válido dizer, inclusive, que apenas atrapalham os times da MLS por conta do diferente calendário que a liga adota.
Por isso, há pouco a se comentar sobre alguns jogos que as equipes acabam aceitando e passando uma impressão negativa. O Orlando City, por exemplo, perdeu de 3 a 1 para um Arsenal que pouco se esforçou em campo. Pior foi o Inter Miami, que não é forte nem nos EUA, levando um sonoro 6 a 0 do Barcelona.
É bem verdade que alguns surpreenderam, como o frágil Charlotte FC empatando com o Chelsea ou a goleada do Minnesota United sobre o Everton por 4 a 0, mas são exceções.
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Com o calendário apertado em 2022, por causa da bizarra ideia de levar a Copa do Mundo para o Catar e levá-la para o fim do ano, a MLS ficou mais acelerada nesta temporada, com mais jogos em menor espaço de tempo. Estamos chegando ao fim de julho e muitas equipes já estão pensando nas vagas para os playoffs ou até mesmo se organizando para negociar jogadores no próximo ano porque esse está perdido.
Sendo assim, o ritmo dos times é completamente diferente. Com a cabeça totalmente volta para a liga e suas constantes decisões semanais que podem render uma vaga na próxima fase, é claro que os times não vão colocar força máxima e nem o maior dos empenhos nesses amistosos inúteis contra equipes européias descansadas e cheias de reforços que desejam mostrar serviço.
Não é o fim do mundo e nem surpreendente ver o Inter Miami ser goleado pelo Barcelona, mas é uma imagem negativa que poderia ser evitada, por exemplo. Basta olhar para a tabela da liga para saber que o décimo primeiro colocado da Conferência Leste não vai conseguir fazer frente para uma das maiores equipes do mundo – e que apresentou diversos reforços nas últimas semanas.
Mesmo assim, o clube comandado por David Beckham se arriscou nessa jornada quando poderia focar no campeonato principal, onde está apenas três pontos atrás da zona de classificação.
Os amistosos nos Estados Unidos até são legais. Eles lotam estádios, criam uma atmosfera interessante e dão mais espaço para o esporte no país, mas deixem que os europeus se enfrentem, que possam fazer duelos mais equilibrados e justos. É óbvio que a MLS não está pronta para enfrentar as grandes equipes do mundo neste momento, ainda mais times frágeis como Charlotte ou Inter Miami. É preciso focar na liga, no futebol interno, antes de sonhar com voos mais altos.
(Capa: Reprodução/Twitter/ Inter Miami)