Pedro Luis Cuenca reflete sobre a janela de contratações no inverno do hemisfério norte antes do início da temporada regular da MLS
A temporada 2023 da Major League Soccer está batendo na porta. E a empolgação deveria, sim, estar batendo com força, ainda mais pelo que vimos no ano passado. Tivemos um americano campeão da ConcaChampions e participando do Mundial de Clubes primeira vez, com o Seattle Sounders, além da MLS Cup mais emocionante até hoje, fazendo o LAFC vencer o Philadelphia Union de maneira inacreditável nos pênaltis.
Ainda que a derrota precoce de Seattle no Mundial tenha dado um tom de ressaca na festa, a MLS começa prometendo muito. Como já é padrão, é muito difícil prever quem entra no campeonato como franco favorito, ainda mais depois das muitas mudanças de elenco que vimos. Mas foram mudanças de fato positivas?
Se considerarmos as entradas e saídas da liga, as coisas realmente não empolgam muito. O atual campeão LAFC, por exemplo, fez algumas mudanças no elenco, mas as mais notáveis foram as saídas de Gareth Bale, que se aposentou, e Cristian Arango, que reforçou o Pachuca. Perder essas duas peças, ainda que só o colombiano fosse realmente efetivo no elenco, machuca muito as pretensões de um segundo título consecutivo.
Se olharmos as outras chegadas, poucas chamam nossa atenção. O Atlanta United foi atrás de Georgis Giakoumakis, do Celtic. Quem? O New York Red Bulls caçou e gastou no atacante Dante Vanzeir. Ok, são transferências que podem dar certo, como já vimos no passado, mas que não atraem os torcedores e fazem levantar algumas dúvidas na liga.
Leia mais: Lateral brasileiro do DC United fala sobre relação com Wayne Rooney
Nos anos anteriores, vimos vários sul-americanos jovens se arriscando na MLS, inclusive com certo sucesso. Muitos, porém, já saíram para a Europa e até mesmo para o futebol brasileiro, com nomes como Jhegson Méndez, Alan Franco ou Marcelino Moreno, entre outros. Hoje, o futebol dos Estados Unidos não parece tão atraente para essas promessas, pelo menos na atual janela, combinada com uma certa cautela dos dirigentes, deixando as coisas ainda mais paradas.
Para ter uma noção do mercado parado na MLS, a grande mudança nos clubes foi a saída de Sean Johnson do NYCFC rumo ao Toronto. Ok, é um goleiro de renome, com passagens pela seleção nacional, mas não deixa de ser uma negociação interna.
É bem verdade que não queremos ver medalhões europeus enganando e enrolando na MLS novamente, como já foi no passado (oi, Lampard), mas alguns nomes mais interessantes seriam mais atrativos. Fica para a próxima janela, né?
(Capa: Celso Oliveira/Território MLS)
