Pedro Luis Cuenca é jornalista e acompanha a MLS desde antes da liga ser criada
Lionel Messi já está com 35 anos – faz 36 agora em junho – e já alcançou quase tudo que um esportista pode querer. Títulos, marcas pessoais, imagens que marcarão gerações. O nome é sinônimo de craque, até por isso ele figura entre os maiores jogadores de todos os tempos. Se aproximando do fim da carreira, o argentino quer a paz, sem mais a necessidade de ser competitivo contra os melhores do mundo e ainda desfrutar um pouco a vida com a família. No fim, a MLS e o Inter Miami foram os escolhidos da vez.
Com as camisas de Barcelona, PSG e Argentina, Messi se colocou como um dos maiores da história por seus gols, títulos e habilidade de comandar equipes para glórias. Sua chegada será a maior de um atleta aos Estados Unidos desde que Pelé desembarcou lá nos anos 1970 para defender o (quase) finado NY Cosmos. Até pelo tamanho que ambos representam para o esporte e o peso deles em suas respectivas gerações.
— Inter Miami CF (@InterMiamiCF) June 7, 2023
A revolução que a Major League Soccer tanto esperou nas últimas décadas pode enfim chegar. É bem verdade que a liga tentou, de maneira desesperada, fazer isso com David Beckham no passado. Mas o jogador inglês não tem o mesmo peso de Messi e as mudanças organizadas acabaram gerando um certo desnível dentro do campeonato, com as contratações e as trocas de dinheiro.
Messi chega na MLS, especificamente ao Inter Miami, pelo bonito rostinho de Beckham ser usado pela franquia da Flórida, enquanto os irmãos Más colocam as mãos no projeto. A Adidas, patrocinadora do atleta e fornecedora oficial da liga, também teria movido mundos e fundos nos bastidores para arrumar um espaço para o argentino dentro da liga. Óbvio que todos o desejam, mas poucos conseguem ali dentro, aí o Inter Miami leva vantagem.
Sem menosprezar os outros craques que passaram pela liga nos últimos anos, mas Messi é o outro patamar. Kaká pode ter sido melhor do mundo no passado, mas já vinha em anos ruins na carreira quando chegou ao Orlando. Lampard, Pirlo e Gerrard nunca tiveram o mesmo apelo e fizeram pouco na MLS. Ibrahimovic, coitado, fez uns golaços aqui e ali, mas nunca soube ser decisivo e esquece que folclore não vence partidas, virou um fanfarrão que jogou no Galaxy por um tempo.
Messi, por outro outro lado, é o extraterrestre na MLS. Algo como Pelé foi no passado. Só ele será responsável por fazer estádios lotarem, pessoas comentarem sobre o campeonato dentro e fora dos Estados Unidos, dar a verdadeira atenção que a liga sempre desejou desde sua criação. Pouco importa que o argentino estará no fim da carreira, sem o mesmo ritmo de antes, ainda é aquele craque que desequilibra quando quer e mudar de patamar uma equipe.
Uma prova da ‘Messimania’ antes mesmo do anúncio é o aumento no preço dos ingressos do Inter Miami como visitante. Além disso, a equipe já suspendeu a venda para a partida contra o Cruz Azul, em julho, que muitos dizem ser a primeira partida de Lionel pelo time. Sem qualquer tipo de confirmação oficial, as coisas já mudaram no futebol americano. Imagina com o craque em campo, aí será coisa de doido.
Lionel Messi e MLS já estavam próximos e acabam de se unir. O sonho de todos os dirigentes da liga está se realizando. E a sorte é nossa, convenhamos, por ver Lionel Andrés Messi Cuccittini de perto nos gramados dos Estados Unidos. Para quem acompanha a liga, o anúncio do jogador é como o Natal com um grande presente embaixo da árvore, mesmo que em junho.
(Capa: Reprodução/Twitter/Jorge Más)
