A ausência de Christian Pulisic na convocação dos Estados Unidos para a Copa Ouro 2025 gerou reações que vão de frustração a preocupação. Mas por trás da ausência, há uma história do atleta de desgaste físico, decisões técnicas ousadas por parte de Pochettino e um torcedor da Seleção Americana cada vez mais impaciente.
Por que Christian Pulisic não está na lista da USA Gold Cup
O atacante Christian Pulisic , líder da seleção dos Estados Unidos , será uma das ausências notáveis na Copa Ouro , confirmou o técnico Mauricio Pochettino na quinta-feira . O atacante de 26 anos do Milan perderá o último torneio antes dos Estados Unidos sediarem a Copa do Mundo de 2026, juntamente com México e Canadá.
“Após conversas e análise da situação, todos decidimos juntos que é melhor que Christian tire o descanso necessário”, confirmou Pochettino. O técnico argentino abordou esse caso ao apresentar sua convocação para os amistosos de 7 de junho contra a Turquia , em East Hartford, Connecticut, e três dias depois contra a Suíça, em Nashville, Tennessee.

Pulisic não está incluído nesta lista de 27 jogadores, assim como outras figuras da equipe dos EUA, como Weston McKennie e Tim Weah , que também perderão a Copa Ouro, pois estão competindo simultaneamente no Mundial de Clubes com a Juventus.
Pochettino ficará, portanto, sem grande parte dos titulares da seleção em um momento em que os Estados Unidos precisam se recuperar do fiasco sofrido em março na final four da Liga das Nações da Concacaf , na qual terminaram em quarto lugar.
De acordo com a Associação de Futebol dos EUA, o próprio Pulisic pediu para ser excluído da Copa Ouro (14 de junho a 6 de julho) para se recuperar de duas longas temporadas com o clube e a seleção.
Pochettino, no entanto, tentou minimizar o impacto dessas ausências nos preparativos para a Copa do Mundo. “Às vezes damos muita importância à união, e um grupo nem sempre funciona dessa maneira”, observou ele.
Entre as novidades da lista está o meio-campista do Vancouver Whitecaps , Sebastian Berhalter , filho do antecessor de Pochettino no banco americano, Gregg Berhalter.
O Fator Pulisic: Quando o corpo cobra e a cabeça já mira 2026
Após uma temporada de alto nível no Milan, onde igualou sua melhor marca de gols (15) e ficou a apenas 49 minutos de seu recorde pessoal de tempo em campo, Christian Pulisic chegou ao limite. O atacante discutiu diretamente com a federação e a comissão técnica da seleção sobre a possibilidade de ficar fora da Gold Cup para se recuperar — física e mentalmente — antes da maratona que antecede a Copa do Mundo de 2026.

O timing da decisão não poderia ser mais delicado. Após atuações apagadas na Liga das Nações da Concacaf, e com a Copa Ouro sendo o último grande torneio antes do Mundial em casa, sua ausência levanta dúvidas sobre a liderança da equipe e a química de grupo. Para alguns torcedores, a decisão soa como uma preferência pelo clube em detrimento da pátria. Para outros, trata-se de uma escolha estratégica para preservar um jogador fundamental em sua melhor forma.
Pochettino e a cartada de risco: “Descansar agora para vencer depois”
O técnico Mauricio Pochettino não escapou das críticas. Ao optar por deixar fora Pulisic, Antonee Robinson e outros nomes importantes, ele abriu mão da espinha dorsal do time. No lugar, convocou um grupo com forte presença de atletas da MLS — 17 no total — e poucos representantes da elite europeia.
A justificativa? Planejamento de longo prazo. Segundo fontes próximas à comissão técnica, a prioridade é garantir que os principais nomes da seleção estejam em condições ideais para 2026. Mas após derrotas dolorosas para Panamá e Canadá na Nations League, muitos enxergam na decisão uma fuga da responsabilidade imediata.
Além disso, questionamentos táticos começam a pesar. A insistência em usar Pulisic como meia-central na última janela, por exemplo, foi amplamente criticada. Agora, a aposta em uma seleção alternativa precisa mostrar mais que boa vontade — precisa de resultados.
Torcida em ebulição: “Estamos regredindo”
Para o torcedor da USMNT, o clima é de descontentamento. A ausência do maior astro da equipe, somada a uma convocação com cara de “time B”, transmite a sensação de retrocesso. Após anos construindo uma base sólida com talentos na Europa, a volta massiva aos nomes da MLS levanta suspeitas sobre o rumo do projeto.
O discurso de “sacrifício presente por sucesso futuro” já não cola com parte da torcida, especialmente diante da falta de progresso tático e da ausência de identidade clara. Pochettino chegou para reerguer a seleção com um plano ousado, mas, para muitos, ele ainda não mostrou serviço. E o tempo está se esgotando.

O que vem por aí?
Sem Pulisic, a Gold Cup se torna um laboratório forçado. Uma chance para nomes menos badalados aparecerem — e, ao mesmo tempo, um teste de fogo para a credibilidade de Pochettino. Com a Copa do Mundo se aproximando em solo norte-americano, a margem de erro diminui. Descansar pode ser estratégico. Mas desconectar do torcedor, não.
Lista de convocados de Pochettino para os Estados Unidos
Goleiros: Matt Freese, Patrick Schulte, Zack Steffen e Matt Turner.
Defensores: Max Arfsten, Sergiño Dest, Alexander Freeman, Dejuan Jones, Mark McKenzie, Tim Ream, Chris Richard e Miles Robinson.
Meio-campistas: Tyler Adams, Sebastian Berhalter, Johnny Cardoso, Luca de la Torre, Diego Luna, Jack McGlynn, Malik Tillman e Sean Zawaszki.
Atacantes: Brenden Aaronson, Patrick Agyemang, Folarin Balogun, Damion Downs, Quinn Sullivan, Brian White e Haji Wright.
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