O Glorioso não honrou pagamento na compra de Thiago Almada e clube norte-americano levou a justiça
O Botafogo foi condenado pela Fifa a desembolsar 21 milhões de dólares ao Atlanta United pela contratação do meia Thiago Almada. A decisão atende ao processo aberto pelo clube norte-americano em novembro de 2024, quatro meses após o jogador ter sido negociado com a equipe carioca. Caso o pagamento não seja efetuado, o Alvinegro poderá sofrer um transferban e ficar impedido de registrar reforços.
O litígio teve origem no não pagamento das duas primeiras parcelas previstas no acordo, que venceriam em julho e setembro do ano passado. Nenhuma delas foi quitada, fato confirmado pelo próprio Botafogo ao ge em junho deste ano. Almada atuou no clube entre agosto e dezembro de 2024, período em que participou dos títulos da Libertadores e do Brasileirão. Depois, foi repassado ao Lyon, integrante da rede de clubes de John Textor, e posteriormente negociado com o Atlético de Madrid.
A Fifa havia determinado inicialmente que todo o valor da transferência deveria ser pago, mas o Botafogo recorreu. Em fevereiro, o clube brasileiro argumentou que apenas seis milhões de dólares — referentes às parcelas vencidas no momento da reclamação — deveriam ser considerados. A análise do recurso foi realizada em outubro, em audiência virtual no Tribunal Arbitral do Esporte (CAS), que publicou o veredito nesta terça-feira.
RESPOSTA DO BOTAFOGO
O Botafogo sustenta que, no fechamento da negociação, em junho de 2024, ficou acertado um pagamento diluído ao longo de quatro anos. No entanto, segundo a documentação apresentada pelo Atlanta United à Fifa, o total deveria ser quitado até 30 de junho de 2026.
O negócio quase desandou por uma exigência do clube norte-americano: que Thiago Almada renunciasse aos 10% a que teria direito por lei na MLS. Como os representantes do jogador rejeitaram essa condição, definiu-se que a Eagle, empresa ligada ao grupo de John Textor, compraria o crédito de 2,1 milhões de dólares do atleta e buscaria posteriormente o reembolso junto à liga norte-americana.
A disputa agora ocorre em dois fronts: o Botafogo tenta reaver os 10% na Justiça dos Estados Unidos, enquanto o Atlanta cobra o pagamento integral na Fifa. A defesa do clube brasileiro sustenta que existe um débito do Atlanta/MLS com o Alvinegro — mas que está sendo tratado em outro processo.
NOTA OFICIAL DO BOTAFOGO
“Em comunicado divulgado nesta terça-feira (09/12), o Botafogo, por meio do escritório Bichara e Motta Advogados, confirmou o recebimento da decisão do CAS e afirmou que seguirá adotando todas as medidas jurídicas cabíveis. O texto destaca ainda que John Textor, acionista majoritário da SAF, apresentou propostas de financiamento aos demais integrantes da Eagle Football Holdings para garantir o pagamento das pendências com a Fifa e assegurar recursos para contratações na janela de janeiro e para a temporada de 2026. Segundo o clube, os valores estão assegurados, e Textor aguarda a aprovação do conselho da Eagle.”
