A situação de Mohamed Salah no Liverpool chegou ao ponto mais delicado desde sua chegada ao clube em 2017. Após atritos públicos com o técnico Arne Slot, queda de rendimento e sua exclusão da lista para o jogo da Champions League contra a Inter de Milão, o egípcio vive um momento de ruptura que reacendeu os debates sobre seu próximo destino.
Com contrato até junho de 2026 e autorização para negociar pré-contratos a partir de janeiro, Salah se aproxima de uma decisão importante — e, pela primeira vez em anos, clubes da Major League Soccer reaparecem como possibilidades reais, dependendo do andamento da crise em Anfield.
O colapso em Liverpool: como Salah chegou a esse ponto
A sequência de eventos nas últimas semanas mudou o tom da relação entre jogador e clube:
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Salah foi reserva pela terceira partida seguida, no empate por 3 a 3 contra o Leeds United.
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No pós-jogo, deu uma entrevista explosiva dizendo que foi “jogado aos leões” e que sua relação com Arne Slot está “quebrada”.
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Questionado se o duelo contra o Brighton poderia ser o seu último em Anfield, respondeu:
“No futebol, nunca se sabe.”
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Dias depois, o Liverpool anunciou que Salah não viajaria para enfrentar a Inter, para “evitar distrações”.
A crise pública não só afetou o ambiente interno como colocou pressão sobre o clube diante de um risco esportivo óbvio: perder seu maior ídolo da era moderna sem reposição imediata e em meio a uma temporada irregular.
Aos 33 anos, Salah vive seu ano menos produtivo em muito tempo — apenas quatro gols na Premier League — e sabe que sua permanência sob Slot tende a ser insustentável.
Por que a MLS voltou ao debate
A perspectiva de uma saída traumática de um gigante europeu muda completamente o tamanho do mercado disponível para Salah.
E é exatamente aí que alguns clubes da MLS se reposicionam discretamente.
Não se trata de uma corrida aberta — e sim de leitura de cenário. Salah busca:
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estabilidade após um período de desgaste;
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protagonismo, algo que perdeu em Anfield;
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projeto esportivo claro;
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e um ambiente mais leve, longe do escrutínio diário europeu.
A MLS oferece tudo isso — e três clubes aparecem naturalmente.
1. San Diego FC — o projeto bilionário e a conexão nacional
O San Diego FC, que terminou em primeiro lugar no Oeste em sua temporada de estreia, tem talvez o maior apelo estratégico. O clube pertence ao bilionário egípcio-britânico Mohamed Mansour, um dos nomes mais influentes da diáspora africana no futebol global.
This is just the beginning.
A letter from Sir Mohamed Mansour to you: pic.twitter.com/oMlU5bRwyT
— San Diego FC (@sandiegofc) November 30, 2025
Embora o SDFC adote um modelo fortemente baseado em academia, Mansour já deixou claro que está aberto a contratações de impacto:
“Faremos o que for necessário para fortalecer o San Diego Football Club.”
Para Salah, seria um ambiente em que:
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teria adaptação cultural imediata;
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viraria o centro esportivo e comercial do projeto;
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e ainda ajudaria a consolidar a expansão mais bem-sucedida da história recente da MLS.
2. Chicago Fire — um clube que busca um rosto global
Chicago tenta há anos adicionar um astro internacional ao seu projeto.
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Chegou a negociar por semanas com Kevin De Bruyne antes de o belga escolher o Napoli.
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E, segundo apuração internacional, fez consultas por Salah antes da renovação com o Liverpool em 2023.
Com um proprietário disposto a investir (Joe Mansueto) e uma cidade com uma enorme comunidade árabe e africana, Chicago é um destino que faz sentido tanto esportivo quanto comercial.
3. Inter Miami — sempre no radar, mas com cautela
A presença de Messi transforma o Inter Miami em candidato automático a qualquer estrela global.

O clube tem um espaço de jogador designado disponível após a aposentadoria de Jordi Alba, mas fontes indicam que o plano atual de Miami envolve outro alvo.
Isso não elimina a possibilidade — apenas reduz a probabilidade imediata.
Por que Salah poderia considerar a MLS agora
4 fatores tornam a liga uma opção mais plausível que no passado:
1. Relação com o Liverpool irrecuperável
As declarações públicas e a exclusão da Champions colocam ambos em rota de separação.
2. Liberdade contratual a partir de janeiro
Salah poderá assinar pré-contratos com qualquer clube fora da Inglaterra.
3. Pressão da Arábia Saudita — mas não única opção
Os sauditas continuam favoritos financeiramente, mas Salah tem enfatizado o desejo por um ambiente estável, não apenas salário.
4. Impacto comercial nos EUA seria gigantesco
Ao lado de Messi, seria um dos dois maiores nomes da liga.
O que esperar nos próximos meses
A tendência é de que:
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Liverpool e Salah entrem em negociação já em janeiro;
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Arábia Saudita faça nova investida;
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clubes europeus monitorem, mas sem prioridade imediata;
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MLS mantenha portas abertas caso a negociação entre Salah e Liverpool quebre de vez durante a AFCON.
O cenário provável é uma saída — se em janeiro ou no verão europeu, depende de como Slot e a diretoria gerenciam o conflito.
Salah ainda não definiu seu destino, mas a ruptura em Liverpool mudou completamente sua rota.
A MLS, que por anos parecia uma possibilidade distante, agora aparece no mapa não como fantasia — mas como alternativa estratégica, especialmente para clubes com ambição de reestruturar sua marca e identidade.
San Diego, Chicago e Miami permanecem os três caminhos mais viáveis caso Salah decida iniciar um novo capítulo na América do Norte.
