A chegada de Gabriel Milito ao Chivas de Guadalajara promete transformar o estilo de jogo do clube. Conhecido por sua obsessão por organização tática e intensidade, o treinador argentino carrega uma filosofia clara: posse de bola, pressão alta e construção desde a defesa.
DNA ofensivo e defesa bem ajustada
Gabriel Milito gosta de equipes que controlam o jogo. Seus times priorizam a saída curta, evitando o chutão e valorizando a posse de bola. Defensivamente, é adepto da marcação sob pressão, tentando recuperar a bola rapidamente no campo adversário.
Essa proposta exige muita disciplina e preparo físico, além de zagueiros com boa saída de bola e volantes dinâmicos. No Atlético-MG, por exemplo, buscou reforçar a construção desde a defesa, apostando em linhas compactas e transições rápidas.
Adaptação ao elenco do Chivas
O desafio será adaptar esse modelo ao perfil do elenco do Chivas. O clube tradicionalmente aposta em jogadores mexicanos e mantém limitações na contratação de estrangeiros, o que pode influenciar a execução das ideias de Milito.
Alguns nomes do atual plantel, como Víctor Guzmán e Fernando Beltrán, podem se encaixar bem nesse estilo de jogo mais propositivo. No entanto, será necessário reforçar setores específicos, principalmente na defesa e nas pontas, para garantir profundidade e intensidade.
Pressão por resultados imediatos
O Chivas vive jejum de títulos e pressiona por uma volta ao protagonismo no futebol mexicano. A expectativa em torno de Gabriel Milito é alta, especialmente após o clube ter fracassado em negociações com outros treinadores.
O técnico argentino já mostrou, em sua passagem pelo Galo, que é capaz de montar times competitivos rapidamente, mas também é conhecido por cobrar muito de seus jogadores. No Chivas, não será diferente.
Experiência europeia como trunfo
Como ex-jogador de elite, com passagem marcante pelo Barcelona, Gabriel Milito traz bagagem europeia importante. Sua vivência nos bastidores do futebol internacional pode ser um diferencial na gestão do elenco e no desenvolvimento de jovens talentos do Chivas.
Possível escalação do Chivas com Gabriel Milito
Com base no modelo tático preferido por Gabriel Milito — o 4-3-3 ou, ocasionalmente, o 3-5-2 — dá para imaginar o Chivas com a seguinte formação inicial:
Formação base: 4-3-3
Goleiro:
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José Rangel — jovem, mas já mostrou segurança. Gosta de participar da saída de bola, algo essencial no estilo Milito.
Defesa:
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Alan Mozo (LD) — bom apoio ofensivo, encaixa bem na proposta de amplitude.
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Gilberto Sepúlveda (Z) — zagueiro técnico, ideal para a saída curta.
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Antonio Briseño (Z) — mais físico, compensando o parceiro.
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Cristian Calderón (LE) — agressivo e com bom cruzamento, peça chave no apoio.
Meio-campo:
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Fernando Beltrán (volante) — cérebro da equipe, distribui bem e pressiona na saída rival.
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Víctor Guzmán (meia) — chegada forte à área e visão de jogo; Milito gosta de meio-campistas assim.
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Erick Gutiérrez (meia) — pulmão do meio, essencial para a pressão pós-perda.
Ataque:
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Roberto Alvarado (PD) — drible e velocidade, ideal para quebrar linhas.
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José Juan Macías (CA) — homem de referência, precisa recuperar confiança.
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Isaac Brizuela (PE) — experiência e inteligência tática, ainda útil no modelo.
Reforços ideais para o esquema de Gabriel Milito
O Chivas vai precisar mexer no elenco para executar a filosofia do argentino com eficiência:
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Um zagueiro canhoto: facilita a saída de bola pelo lado esquerdo e dá equilíbrio.
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Um ponta vertical: alguém mais agressivo no 1×1, para acelerar transições.
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Um lateral esquerdo de mais marcação: caso queira alternar para linha de três, pode ser fundamental.
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Mais profundidade no meio: para manter a intensidade que Milito exige, rodar o elenco é obrigatório.
E o 3-5-2?
Gabriel Milito também gosta de variar para esse esquema, especialmente para dar mais liberdade aos alas. Nessa formação, Mozo e Calderón virariam alas, e Sepúlveda seria o líbero, com Briseño e outro zagueiro completando a linha de três. Isso permitiria povoar o meio e dar mais segurança defensiva.
Conclusão: um Chivas mais intenso e organizado
Com Gabriel Milito, o Chivas deve ser um time mais propositivo, que busca o controle do jogo e pressiona o adversário no campo de ataque. Vai ser uma mudança grande em relação ao que o clube apresentou nas últimas temporadas.
Mas não tem mágica: vai precisar de reforços e tempo para ajustar a engrenagem.
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