As eliminatórias da Concacaf chegam ao fim com um cenário raro: ninguém classificado, todos os grupos embolados e cada gol podendo mudar o destino de uma seleção. A região terá três vagas diretas na Copa do Mundo de 2026 e duas vagas na repescagem intercontinental, o que transforma a rodada final num teste de gelo emocional.
A fase reúne 12 seleções divididas em três grupos de quatro. Os líderes carimbam o passaporte para a Copa. Já os dois melhores segundos colocados disputam a repescagem mundial. Essa dinâmica cria uma guerra paralela: não basta ficar em segundo no grupo, é preciso superar os segundos das outras chaves. Saldo de gols, gols marcados e confronto direto entram na conta. Num cenário assim, qualquer vacilo pesa.
Grupo A – A reviravolta que embaralhou tudo
O Grupo A virou uma disputa inesperada. Suriname e Panamá dividem a ponta com nove pontos. O Suriname leva vantagem no saldo: +5 contra +2 dos panamenhos. Pode não parecer muito, mas nessa reta final é o suficiente para deixar o time no controle do próprio destino.
O que o Suriname precisa
-
Se vencer a Guatemala, fora de casa, garante a vaga direta.
-
Se empatar ou perder, ainda pode se classificar, desde que o Panamá não vença.
O Suriname, que há pouco tempo mal aparecia na conversa, agora é dono da maior surpresa da fase final. O time mostrou organização, segurou resultados importantes e chega à rodada decisiva sabendo que depende apenas de si.
O Panamá sob pressão
Acostumado a brigar na parte de cima da Concacaf, o Panamá chega com a corda no pescoço. Precisa:
-
Vencer El Salvador, em casa.
-
Recuperar a diferença no saldo caso o Suriname também ganhe.
Se ambos vencerem, a disputa vai para os detalhes matemáticos. Em caso de empate em saldo e gols sofridos, o Panamá leva a melhor por ter marcado mais gols ao longo da campanha.
Guatemala ainda respira
A Guatemala corre por fora. Para sonhar, precisa:
-
Vencer o Suriname.
-
Torcer por um tropeço do Panamá.
-
E ainda contar com um saldo que vire do avesso.
É pouco provável, mas matematicamente possível.
Mesmo se perder a ponta, o Panamá tem boas chances na corrida pelos melhores segundos colocados, já que deve terminar com pontuação competitiva.
Grupo B – O duelo direto que vale passagem para a Copa
No Grupo B, a conta é simples: Curaçao lidera com 11 pontos e a Jamaica vem logo atrás, com 10. E o jogo final é entre os dois, em Kingston.
O que cada um precisa
-
Curaçao: joga pelo empate.
-
Jamaica: só a vitória interessa.
A seleção de Curaçao vive o momento mais promissor de sua história. A equipe cresceu nos últimos ciclos, ganhou casca e agora encara a chance mais real de chegar à Copa. Tem vantagem técnica, emocional e numérica.
A Jamaica, porém, joga em casa e não costuma tremer em jogos grandes. O elenco, recheado de jogadores que atuam na Inglaterra, aposta na força física e no ambiente favorável. Mas há pressão: ficar em segundo não garante nada. O grupo é equilibrado e o saldo jamaicano não é tão confortável para disputar vaga entre os melhores segundos.
Grupo C – O caos instalado
O Grupo C é o mais imprevisível. Honduras e Haiti têm oito pontos, com Honduras à frente por dois gols de saldo. A Costa Rica, irregular e longe do padrão que sempre apresentou na região, ainda tem chance, mas precisa de uma combinação perfeita.
O que Honduras precisa
-
Se vencer a Costa Rica, fora de casa, está na Copa.
-
Se empatar ou perder, abre caminho para o Haiti.
O Haiti de olho
O Haiti recebe a Nicarágua, que faz campanha fraca. Se vencer, pressiona Honduras até o fim. Um tropeço hondurenho pode colocar os haitianos no topo.
Costa Rica no limite
A Costa Rica vive uma das campanhas mais decepcionantes de sua história recente.
Para continuar viva, precisa:
-
Vencer Honduras.
-
Torcer contra o Haiti.
-
E ainda contar com saldo favorável.
O peso dessa possível eliminação sem sequer ir à repescagem é enorme, ainda mais numa competição sem Estados Unidos, México e Canadá.
