quinta-feira, março 28, 2024
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Além da MLS: Clubes menores sofrem com efeitos da pandemia

Toda sexta-feira o Território MLS apresenta a coluna “Além da MLS”, que traz informações e curiosidades sobre as outras divisões norte-americanas.

A United Soccer League, empresa que organiza a USL Championship, USL League One e USL League Two vinha vivendo grande momento antes da pandemia. As ligas, respectivas segunda, terceira e quarta divisão dos Estados Unidos, estavam em grande expansão, conquistando novos mercados e torcedores.

Mas ai veio a pandemia! Depois que tudo foi fechado, a poeira baixou e os esportes foram, pouco a pouco, retomando às atividades. A USL não foi a primeira a retornar nos Estados Unidos, mas foi a primeira a conseguir fazer com que suas equipes jogassem em seus próprios estádios, re-distribuindo os times em grupos menores, regionalizados.

Foi também umas das primeiras no mundo a permitir o retorno do público aos estádios, com a abertura do Lynn Family Stadium, em Louisville, no mês de julho.

Tudo caminhava de forma ordeira. Alguns casos de COVID aqui, outros ali, algumas partidas adiadas, mas nada que impedisse o andamento da liga. Até que, na última semana, as finais da USL Championship e da USL League One foram CANCELADAS porque as equipes envolvidas tiveram surto de COVID-19. Um baque para uma liga que batalhou muito para a realização da temporada. Temporada esta que, em 2020, infelizmente não terá um campeão.

Para 2021, as incertezas continuam. A pandemia não acabou (e está longe de acabar) e com isso as incertezas seguem rondando ligas menores. As dificuldades financeiras enfrentadas pelas equipes estão agora cada vez maiores. Afinal de contas, as franquias estão há quase um ano sem público nos estádios e a maioria delas é jovem e ainda está buscando formar uma base de torcedores em suas cidades.

Os clubes norte-americanos tem donos. Todos eles. E, em geral, donos com muito dinheiro. Mesmo assim, nenhum empresário quer jogar para perder, principalmente quando se trata de dinheiro. Por isso, o fechamento de alguns clubes já em 2021 pode acontecer e assusta.

Os casos mais recentes foram o do Lansing Ignite, que faliu após uma temporada na USL League One (2019), Saint Louis FC e Reno 1868, que fecharam as operações em 2020. Os três clubes tinham donos poderosos, mas optaram por fechar as portas, cada um por um motivo, mas todos relacionados à dinheiro.

Em 2021, a incerteza de poder receber torcedores no estádio ou não, segue trabalhando contra, principalmente no caso da USL Championship, a maior liga abaixo da MLS e que exige um alto investimento de operação. A liga já pensa em adiar o início da temporada para maio, apostando num controle da pandemia e na reabertura de todos os seus estádios, mas nada disso pode ser dado como certo.

Algumas equipes que não podem receber torcedores por conta de legislações locais estão receosas em reiniciar a temporada e ter mais um ano de prejuízo nos cofres. Em entrevista ao Território MLS em julho de 2020, o meia Rafa Mentzingen, que jogou a temporada pelo Memphis após passagem pelo Lansig Ignite, revelou acreditar que outros clubes também podem fechar as portas se a situação não melhorar.

A pandemia afetou a todos e os efeitos nas ligas menores dos Estados Unidos, que ainda buscam se estabelecer, podem ser ainda mais devastadores se a situação não mudar. Novos clubes surgem, mas já passam a adiar seus projetos, como o Queensboro FC, que entraria na USL Championship em 2021, mas acabou mudando planos para 2022.

Torço para que a USL Championship continue se estabelecendo, pois penso que os Estados Unidos merecem ter outro divisão forte, além da MLS. A USL tem feito muitos esforços para ter times competitivos e tem trabalhado forte na revelação de novos jogadores.

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