Nesta última terça-feira (15), o Austin FC escolheu cinco jogadores no Draft de Expansão 2020, já que é uma franquia que estreará nos gramados da Major League Soccer no próximo ano.
O time do Texas selecionou o goleiro Scott, ex-Nashville, os meias Stroud e Joe Corona, de New York Red Bulls e LA Galaxy respectivamente, além de Kamal Miller, que ainda foi trocado com o Montreal Impact por dinheiro de alocação e a décima terceira escolha no SuperDraft, que envolve jogadores do College.
Para avaliar essa ida ao mercado do novo clube da liga, nossos especialistas analisaram quais os pontos positivos e negativos das escolhas feitas pelo treinador Josh Wolff e o Diretor Esportivo Claudio Reyna. Confira:
Douglas Maranhão – Comentarista Território MLS
O draft de Austin baseou-se na seleção de jogadores baratos, os quais trazem muito mais dúvidas que certezas quanto seu desempenho dentro de campo, tendo em Kamal Miller (trocado com Montreal pela 1° escolha no Superdraft e U$$ 225.000) seu único acerto. O orçamento limitado em seu primeiro ano e os gastos em torno de U$$1.000.000 já no início da janela de transferências talvez tenham sido fatores determinantes para tais escolhas, porém montar o elenco com atletas de qualidade discutível pode cobrar um preço caro demais em uma MLS que cada vez mais demanda talento em troca de sucesso esportivo. Reyna e Wolff terão um longo caminho pela frente para contrariar as previsões e realizar um grande trabalho.
Gustavo Demétrio – Comentarista Território MLS
Cinco escolhas muito questionáveis por parte de Claudio Reyna e Josh Wolff. Nenhum jogador ali atingiu um nível minimamente confiável de regularidade desde que entraram na liga. Stroud reserva desde que assinou profissionalmente com os Red Bulls, assim como Scott no Nashville, mas como são jovens jogadores ainda podem evoluir e entregar algo a equipe. Joe Corona e Hoesen, que foram os mais experientes entre os selecionados não contam com este espaço para evolução, eles serão no Texas o que sempre foram na carreira, ou seja, atletas que não fazem parte nem do nível médio que podemos encontrar na liga, estão abaixo desta linha. As escolhas no Draft só se tornariam entendíveis se o clube fez uma jogada de “poupar dinheiro” para fazer outros movimentos de trazer alguns jogadores com qualidades realmente comprovadas posteriormente.
Junior Ribeiro – Analista/Comentarista Território MLS
O Draft de Expansão vem se tornando apenas algo protocolar. Mais uma dor de cabeça para quem cuida da montagem do elenco de uma nova franquia. Poucas opções a disposição possuem bom custo-benefício e não vale a pena fazer loucura tão cedo. A edição deste ano seguiu o panorama dos anos anteriores, o clube novato preocupado em deixar espaço salarial e quem sabe conseguir negociar por algo mais proveitoso em longo prazo em seguida, como o caso do Kamal Miller. Talvez o Scott e Stroud possam ser aproveitados ao longo de 2021 tendo minutos em campo, assim como os mais experientes Danny Hoesen e Joe Corona. Mas se eles forem titulares, mostrará que Austin não terá um time competitivo. Creio que se aparecer oportunidade de troca, seria uma boa opção negociá-los. Vejo que nos últimos anos apenas o LAFC conseguiu fazer bons negócios no Draft de Expansão. Está na hora de repensar este processo na MLS, já que nos próximos anos várias franquias entrarão na liga. Austin precisa mostrar mais para ter um bom elenco em 2021, terão tempo para isso.
(Capa: Reprodução/Site Austin FC)