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Opinião TMLS: Inter Miami não ganha. Tem um culpado? Time está em crise?

Lá se vão oitos jogos de temporada regular e o Inter Miami venceu apenas uma vez, em seu sétimo jogo, contra o rival Orlando City. Na vitória por 3×2, o fator de estar estreando seu novo estádio deu um gás a mais ao time, que superou as próprias dificuldades e conquistou uma importante vitória. Mas nos outros sete jogos até aqui, apenas derrotas. Nem sequer um empate surgiu no caminho. O time parece sempre estar correndo atrás, parece que falta alguma coisa. Alguns acham que é preciso tempo, outros já veem a temporada como perdida. Colocamos nossa equipe para analisar a atual fase do Inter Miami. Confira:

Pedro Breganholi – CEO Território MLS

O elenco foi mal montado, isso é óbvio. E ai é culpa da direção. Ao mesmo tempo que ela tem méritos em trazer Pizarro, por exemplo, tem também o demérito de não ter laterais confiáveis e só ter um centro-avante no elenco. Acredito que eles imaginaram que esses reforços apareceriam ao longo da temporada, como oportunidade de mercado, mas aí veio a pandemia e atrapalhou tudo. González Pirez e Matuidi são boas contratações, mas foram feitas com o a temporada já em andamento e não vão fazer milagres sozinhos. O time simplesmente não tem reservas confiáveis.

Ao mesmo tempo, não posso eximir de culpa o técnico Diego Alonso. Ele ainda está conhecendo a MLS, está se adaptando, mas não pode cometer os erros que vem cometendo. Tem substituído muito mal e sub-utilizado alguns jogadores, como Nguyen e Agudelo. Outro erro, na minha visão, foi não insistir no esquema com três zagueiros utilizado na estreia do MLS is Back contra o Orlando. Ali, até a lesão de Reyes, no segundo tempo, o Inter Miami massacrava seu rival. Quando o zagueiro precisou sair, Alonso mudou o esquema, colocou Pizarro e tomou a virada. Esperava mais dele neste começo, mas talvez com o tempo evolua.

Gustavo Demétrio – Comentarista Território MLS

Falar do Inter Miami é complexo, principalmente porque esta é a primeira temporada do time na liga, e a exceção nestes casos é o time estreante ir bem. Tendo isso como pressuposto, acho que os problemas que o time da Flórida passa são de ordem do tempo, o tempo em que o Diego Alonso tem para implementar sua filosofia com este elenco. Pegando exemplos de outras franquias que estrearam mal e só posteriormente fizeram algo relevante, inclusive em desempenho, o Minnesota United, de Adrian Heath, se encaixa nisso. Uma primeira temporada difícil, e as outras conseguindo passar as suas ideias mais corretamente. Assistindo aos jogos do Inter, fica claro que é uma equipe com boas intenções táticas, mas ainda faltam ajustes cruciais, inclusive do próprio Diego Alonso, que para ideia e prática se harmonizarem, é necessário fazer algumas concessões no sentido de abrir mão de alguns jogadores e lançar outros, como o ótimo Lee Nguyen, que dá uma dinâmica ao time que outros da posição, como Ulloa, não dão.

Pizarro pode fazer a torcida do Inter Miami sorrir ainda este ano? (Foto: Reprodução Twitter/MLS)

Pedro Cuenca – Analista de MLS/Território MLS

Não vejo má fase do Inter Miami. Não com essas palavras ou nesses termos que conhecemos de “crise” ou “má fase”. Precisamos lembrar que é uma franquia nova e que, por ter o apoio de um gigante do futebol como David Beckham, ganhou o status de que poderia contratar os maiores do futebol em atividade e se tornar um clube gigante da Major League Soccer em algumas partidas – ainda mais se lembrarmos de como era hesitante o rival Orlando City até o MLS is Back.

E o projeto do Inter Miami, por maior que seja, por mais pomposo que pareça, é a longo prazo. Ele trabalha para vencer lá na frente, não agora. Se bons resultados surgirem nesta temporada, ótimo, mas as vitórias vão aparecer nos próximos anos. Até por isso o time contratou jovens atletas como Carranza, Pellegrini e Makoun. E mesmo o grande craque do time, Pizarro, foi feito para ser uma peça a ser lapidada, apesar de um pouco mais velho – 26 anos.

Não há uma má fase do Inter Miami, há um início hesitante. Uma franquia feita com tempo de sobra, mas que surgiu mesmo no atropelo para entrar logo na MLS. Algumas peças ainda estão sendo ajustadas. Matuidi está chegando para reforçar o meio-campo e, por mais que passe longe de ser o craque desejado, é um jogador que tem função dupla em campo e é bem voluntarioso. Em vez de gastar em alguém pomposo que buscaria férias na costa da Flórida, o time preocupou-se com alguém vencedor e que pode ajudar a moldar os jovens atletas. González Pirez, de vitoriosa passagem pelo Atlanta, também está na zaga agora.

O Atlanta, aliás, pode ser um bom exemplo. Chegou à MLS com boa expectativa, é verdade, mas não venceu logo de cara. Sem jogadores conhecidos ou de renome, foi longe várias vezes, encantou e até conquistou um título. Não sem antes passar por maus bocados na temporada regular, oscilando muito, como faz agora o Inter Miami. É uma fase, é uma coisa normal de quem entra na liga. “Ah, mas perdeu para o Nashville que também entrou agora”, podem bradar alguns esquecendo que o mesmo Inter Miami fez uma partida irretocável contra o agora badalado Orlando City dias atrás e venceu com propriedade – Nani, inclusive, deve estar no bolso do Sweat até agora.

Um técnico novo, implementando sua filosofia de jogo, uma franquia criada no atropelo, a pressão por resultados devido ao famoso dono e jovens jogadores latinos que precisam de tempo para render. Todos esses podem ser motivos para alguém cravar uma “má fase” ou uma “crise” no Inter Miami. Mas é preciso tempo, calma para deixar o time jogar. É cedo, muito cedo mesmo, para qualquer prognóstico. O novo clube da MLS está seguindo seu caminho natural, só isso.

Júnior Ribeiro – Analista de Soccer/Território MLS

A situação do Inter Miami diz respeito à relação expectativa e realidade. O time passou por três momentos diferentes, os dois jogos iniciais e depois a pausa, o torneio na Flórida, e agora o retorno da temporada regular. São sete jogos. Em condições normais, este número seria alcançado em abril. Mas já estamos em setembro e o senso de urgência alarma e a “crise”, o “mal momento” já duram seis meses.

Gosto de várias peças do elenco do Miami, bebeu da fonte de outras expansões, como Atlanta e Miami. Trouxeram jovens argentinos como o campeão de 2018 e um nome do futebol mexicano, tal qual os californianos. Outros veteranos de MLS completam o elenco, como Robles, a dupla Trapp e Ulloa e o meia Nguyen. Porém, esses jogadores juntos não estão bem. O time não consegue render e os resultados não surgem, perder para o Nashville acende o sinal vermelho. Não sei se Matuidi irá resolver todos os problemas, mas é certo que o técnico Diego Alonso tem que abrir a caixa de ferramentas e começar a mostrar repertório tático e técnico.

(Foto: Reprodução/ Twitter Nashville SC)

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