InícioMajor League SoccerAtlanta United FCOpinião TMLS: Gabriel Heinze e Atlanta United, um casamento perfeito?

Opinião TMLS: Gabriel Heinze e Atlanta United, um casamento perfeito?

Na última sexta-feira (18), o Atlanta United oficializou a contratação do técnico Gabriel Heinze, que se tornou apenas o terceiro técnico principal na história da franquia, e que chega com a promessa de conduzir a equipe de volta aos tempos vencedores e ao estilo de jogo na qual foi ”fundado” com o lendário Gerado Martino. No entanto, a dúvida que fica é se ele será capaz disso, afinal a sombra do outro argentino pode ser muito grande.

O PASSADO GLORISOSO

O time das ‘‘Five Stripes” fez sua estreia na Major League Soccer em 2017, com Gerardo ”Tata” Martino no comando. Com ele, conseguiram título da MLS Cup em 2018, um então recorde de pontos na temporada regular – que foi quebrado pelo Los Angeles FC em 2019 -, assim como a marca do maior número de gols em uma só temporada por um jogador, no caso Josef Martínez – marca também quebrada pelo time da Califórnia, com Carlos Vela.

Martino foi o primeiro técnico da história do clube, montou aquele elenco à sua imagem e semelhança, do zero, para a estreia na MLS. Aproveitou os investimentos pesados para casar muito bem cada característica dos jogadores, como se portavam em campo, suas potencialidades, seus problemas e como isso tudo potencializaria se encaixava com seu estilo.

Nesse processo, trouxe alguns compatriotas e vizinhos de América do Sul, como González Pírez, Carlos Carmona, Héctor Villalba, Yamil Asad e principalmente Josef Martínez e Miguel Almirón. Além disso, formou uma base de norte-americanos muito boa, com jogadores renomados, acostumados aos títulos, como Brad Guzan, Michael Parkhurst e Jeff Larentowicz.

Em outras palavras, ele fez o que quis e da forma que quis, com o sucesso estando atrelado ao mapeamento no mercado, junto com o diretor esportivo Carlos Bocanegra, para que aqueles atletas caíssem como uma luva em uma ideia de jogo estabelecida.

A SOMBRA DE MARTINO

Gabriel Heinze não terá a mesma ”praticidade” em montar um time do zero, afinal o Atlanta United já tem um elenco formado, que inclusive passou pelas mãos de Frank de Boer por um ano e meio, com o holandês trazendo algumas peças que se encaixam melhor no seu diferente estilo de jogo em relação ao dos argentinos. E além disso, De Boer tentou implantar por todo esse tempo uma outra forma tática, o que gera um impacto também em como aqueles jogadores enxergam e praticam futebol.

Por isso, Heinze terá um grande desafio, de à primeira vista tentar se conectar com o plantel, para daí sim fazer qualquer alteração pro futuro, porque, claro, e também para além disso, este time que o argentino comandará não passou da fase de grupos do MLS Is Back e não conseguiu vaga nos Playoffs da Conferência Leste e tem que ser reformulado.

Estas mudanças ocorrerão não sem a equipe estar jogando, como foi o caso de Martino. Elas acontecerão enquanto numa semana haverá dois ou três jogos. A pressão estará no cangote de Heinze.

Mesmo que a imprensa argentina considere, inclusive, ”El Gringo” e ”Tata” como técnicos que praticam um mesmo futebol, o contexto é diferente como já exposto, e o agora atual técnico do Atlanta tem suas particularidades.

Outro ponto importante é que Heinze não tem trabalhos muito longos quando comandou na Argentina. Em nenhuma das equipes que esteve a frente entre Godoy Cruz, Argentinos Juniors e Vélez Sarsfield alcançou a marca de pelo menos 100 jogos. Além disso, é o primeiro trabalho fora do seu país natal. Martino já havia treinado o Barcelona/ESP, quando aceitou o convite dos rubro-negros.

O Atlanta United também não investirá tanto como antes, os reforços serão mais modestos e, por vezes, podem até não encaixar no ”padrão Heinze de estilo” para ajudar na reformulação truncada e diária.

O FUTURO

A dúvida colocada no título do texto e discorrida principalmente no tópico anterior não ficará com uma resposta ampla e completa, porque o futebol é imprevisível, tem variáveis e o máximo que se consegue fazer é notar o atual contexto e partir daí há algumas conjecturas.

Neste cenário, então, há mais pedras que flores no caminho do treinador, mas certamente se conseguir se adaptar a tudo isso (e essa talvez seja a maior qualidade de um técnico), Gabriel Heinze terá uma boa estadia em Atlanta, principalmente no segundo ano de comando, em 2022, com as mudanças graduais. Estrutura, qualidade em alguns jogadores no elenco como Ezequiel Barco, Marcelino Moreno e Jurgen Damm ele terá para isso, e a partir daí ir vencendo os obstáculos pouco a pouco.

* As opiniões citadas no texto não necessariamente refletem o posicionamento integral do Território MLS.

(Capa: Reprodução/ Site Vélez Sarsfield)

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