sábado, novembro 23, 2024
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Opinião: Union testa paciência de seu torcedor

A derrota para o e a consequente eliminação nos playoffs da última temporada fazem parte do passado para o Philadelphia Union. Quase três meses depois, o clube, melhor equipe da durante a fase regular da competição de 2020, desempenho que garantiu a classificação para a inédita disputa da CONCACAF Champions League, vê a sua inércia no mercado de jogadores começar a preocupar seu torcedor.

O Union notou o sucesso de suas ganhar seus dois primeiros alicerces com as vendas do meia-atacante Brenden Aaronson para o Red Bull Salzburg, da Áustria e do zagueiro Mark McKenzie para o Genk, da Bélgica. Com os cofres abastecidos por somas voluptuosas – apenas a venda de Aaronson pode render um valor aproximado na casa dos US$10 milhões por conta de cláusulas de desempenho -, a expectativa era de que o Philadelphia iria empolgar com a chegada de reforços que aumentassem a confiança de seu torcedor na busca por um bom desempenho no torneio continental e que, obviamente, pudesse manter o clube como candidato natural à conquista da MLS Cup.

Mas, até a data da publicação deste texto, terça-feira (23), o atual detentor do Supporter’s Shield não realizou nenhum movimento no sentido de aumentar a qualidade de seu elenco. Se a expectativa do fã do Philadelphia incluia a reapresentação de seu elenco com novos atletas contratados, este mesmo torcedor teve que se contentar apenas com a promoção de jovens valores da base como Paxten Aaronson, irmão de Brenden e que reúne a esperança do clube em realizar mais uma venda para a Europa, além do volante Brandan Craig e o meia-atacante Quinn Sullivan, por exemplo, dentre outros jovens prospectos.

A mentalidade única do Union

Claro que a nova fase da , mais reveladora de atletas, acaba exigindo investimentos na formação de talentos e o Philadelphia Union procura fazer o ciclo girar. Adepto de uma nova cultura na liga, o clube mantém uma das categorias de base mais agressivas na captação de adolescentes desde a chegada do diretor esportivo Ernst Tanner e abre mão do tradicional – e um pouco antiquado mecanismo proporcionado pela liga: o draft, modelo bastante utilizado (e com sucesso) por outras modalidades esportivas nos Estados Unidos, mas que, aos poucos, perde importância dentro das franquias da MLS, cada vez mais alinhadas ao processo de formação caseira de atletas. 

Apenas para refrescar a memória do leitor, em 2021, a franquia da Pensilvânia negociou suas escolhas no draft com o por US$225 mil em General Allocation Money. Vale ressaltar que, em 2019, o Union vendeu suas três picks para o FC Cincinnati por US$150 mil e viu os atletas escolhidos pela então nova franquia da MLS combinarem apenas 244 minutos naquela temporada.

Bastante confiante no seu modelo de formação de talentos, o Philadelphia costuma utilizar suas redes sociais para “cornetar” o SuperDraft. 

Impaciência 

Apesar da falta de notícias sobre a chegada de jogadores capazes de movimentar sua torcida, Ernst Tanner já deixou claro que ele e o técnico Jim Curtin sabem das carências do elenco. Os dois, durante a última coletiva realizada pela franquia em dezembro, afirmaram que o Philadelphia irá contratar, mas sem pressa, até mesmo para evitar inflacionar o preço de seus alvos. Curtin, mais recentemente, adiantou que as reposições para as saídas de Aaronson e McKenzie estavam “chegando”.

O problema é que o termo que escrevi no princípio desta crítica, a “inércia” – o Philadelphia Union é a única franquia da MLS que não anunciou reforços – começa a ganhar olhares impacientes de quem estava animado para acompanhar a equipe no torneio mais importante do continente. Impaciência esta que recebeu mais destaque desde o sorteio da Champions League que colocou o Deportivo Saprissa, da Costa Rica e sua “Cova do Monstro”, apelido carinhoso do Estádio Ricardo Saprissa Aymá, no caminho do Union. 

Os confrontos, marcados para acontecer na primeira quinzena de abril, com a franquia da MLS abrindo a disputa na Costa Rica e recebendo a volta no Subaru Park, adiantam uma disputa equilibrada, cujo final não causaria estranheza em caso de eliminação do Union, representam a oportunidade de aumentar o patamar do clube de Chester, mas é preciso investir no elenco. 

Não dá para postular a conquista da Champions League, tampouco da MLS Cup, contanto com apenas o veterano meia-atacante brasileiro Ilsinho, no auge dos seus 35 anos, para mudar o panorama de partidas difíceis.

Não dá para depositar a criação de jogadas nas costas de um Alejandro Bedoya, liderança positiva dentro do grupo, mas com pernas que evidenciam os muitos quilômetros percorridos ao longo de seus 33 anos de idade.

Não dá para depositar totalmente a expectativa nos homegrown players, garotos que ainda ganharão rodagem no futebol, mas crus diante do cenário que se apresenta para o Philadelphia Union em 2021.

Diante destas três negativas (posso pedir música no Fantástico?) resta torcer para que a simpática franquia de Chester, que me recebeu tão bem na última temporada, possa pisar no acelerador e anunciar as caras novas bastante aguardadas por seu torcedor. 

(Capa: Reprodução / Getty Images)

@GdeGustavo83
@GdeGustavo83
Jornalista, moro nos Estados Unidos desde 2006. Gosto de viajar com a família, conhecer estádios e arenas. MLS é o futuro e eu posso provar!
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