Na mira de Pochettino: Sebastian Berhalter

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A temporada do Vancouver Whitecaps tem sido uma das grandes surpresas da MLS. Mesmo sem estrelas de renome no elenco, a equipe comandada pelo técnico dinamarquês Jesper Sorensen vem se destacando pelo futebol coletivo e eficiente. O treinador implementou um modelo de jogo inteligente, que não apenas deu identidade ao time, como também potencializou jogadores como Brian White, Tristan Blackmon, Pedro Vite e, principalmente, Sebastian Berhalter, protagonista do momento no meio-campo canadense.

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Sebastian Berhalter em partida pelo Whitecaps// @sebastianberhalter

O meia de 24 anos já vinha de uma crescente na temporada passada, onde fez uma temporada como uma espécie de “12° jogador” com os Whitecaps, chegando a atuar em até 6 posições diferentes, jogando pelo meio e pelos dois lados do campo durante o ano.

Após a chegada de Sorensen, Berhalter foi colocado de fato em sua posição de origem, o meio campo e foi onde deslanchou. Já são 4 gols e 5 assistências na atual temporada e são 7 participações para gol nos últimos 5 jogos. Mas a temporada vem sendo tão espetacular, que ele também está no topo das estatísticas defensivas, com uma média de 2.8 desarmes por partida, mais de 1 interceptação por jogo, mostrando a evolução técnica e tática do jovem desde a chegada do novo comandante, deixando para trás questionamentos e virando um nome forte na briga por uma convocação na seleção de Maurício Pochettino.

É só a 1° vez em sua carreira que ele tem seu nome ligado a seleção nacional, mas essa relação já existe há algum tempo, já que seu sobrenome ser igual ao do ex treinador da USMNT não é uma coincidência. Ele é filho de Gregg Berhalter— ex treinador da seleção dos Estados Unidos e atualmente no Chicago Fire— e desde o início de sua carreira sofreu com acusações de nepotismo, já que Gregg ocupou posições importantes no clube de sua formação, o Columbus Crew, Sebastian falou um pouco sobre a situação;

“Sempre vai ter gente dizendo: ‘Ele não merece isso, foi dado pra ele.’ Mas, pra mim, isso só me motiva ainda mais; eu sei que preciso trabalhar o dobro pra provar que estão errados.”

– Disse para Charles Boehm em entrevista para a MLS.

 

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Gregg e Sebastian Berhalter// Foto: Reprodução Instagram MLS

Foi sob o comando de Caleb Porter (hoje no New England Revolution) que Sebastian teve sua 1° experiência no profissional com uma passagem apagada no Crew, o que rendeu um empréstimo para o Austin, onde também não teve destaque. Voltando para Ohio, foi descartado pelo valor mínimo permitido pela MLS, de U$50.000 para o Vancouver Whitecaps, que seria o feito mais importante de sua carreira, mas ele ainda não sabia e brincou com isso dizendo que foi “trocado por algumas bolas de treino”.

Com apenas 20 anos e uma rodagem por 2 clubes, um descarte por valor mínimo e sob os holofotes por ser filho de um grande nome do futebol nos Estados Unidos, ele chega em Vancouver, foram 4 temporadas até chegar no status que atingiu hoje, mas para um jovem com todas essas frustrações, passar todos esses 4 anos progredindo sempre um pouco mais, sem lesões, aumentando a minutagem em campo e trabalhando em silêncio e focado em qualquer posição em que era escalado, é uma história que merecia um desfecho positivo.

Então após 4 anos, Berhalter se apresenta hoje como referência técnica e até mesmo de liderança nas partidas do Vancouver Whitecaps, após grande início na MLS, se consagrou ser o nome decisivo no confronto frente ao Inter Miami de Lionel Messi, Luís Suarez e companhia pela Champions Cup. Em 2 jogos, Sebastian marcou 2 gols e contribuiu com 2 assistências, levando o clube a final e dessa forma chamando atenção de todo o país e entrando de vez nos holofotes e, na mira de Maurício Pochettino.

Luciano Carvalho
Luciano Carvalho
Cursando jornalismo pela PUC-SP, focado na área dos esportes e com domínio sobre as principais ligas do mundo, além do futebol brasileiro e seleções.

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