Felipe Andrade: Afirmação no Houston Dynamo e admiração por Marcelo, Ganso

Em entrevista exclusiva ao Território MLS, o jovem defensor, cria do Fluminense, fala sobre o início no Fluminense, o aprendizado com Fernando Diniz, a experiência de disputar a Libertadores e o processo de adaptação ao futebol norte-americano.


Resiliência desde a base no Fluminense

Felipe Andrade, mesmo jovem, já construiu uma trajetória marcada por resiliência. Aos 15 anos, deixou o seu estado para se integrar à base do Fluminense — um passo decisivo que moldaria sua carreira.

“Cheguei ao clube com 13 anos e fui crescendo dentro do sistema, evoluindo a cada categoria. A base foi essencial para o meu desenvolvimento e para eu conseguir chegar ao profissional, o que aconteceu em 2021”, relembra o zagueiro.

A transição para o elenco principal coincidiu com a chegada de Fernando Diniz, técnico conhecido pela intensidade e ritmo acelerado de jogo. “No começo, senti a diferença, principalmente na parte física e técnica. O jogo era mais veloz, o contato maior, e precisei me adaptar. Mas com o tempo ganhei confiança e entendi melhor o estilo da equipe.”


Aprendizado com Fernando Diniz

A convivência com Diniz deixou marcas profundas em seu estilo de jogo.

“Ele é um treinador de altíssimo nível, com uma forma de jogar muito diferente, baseada na posse de bola e no controle do jogo. Cobra muito, mas também sabe conversar, passa confiança e te faz evoluir a cada treino”, explica Felipe.

Segundo o defensor, entender o “tempo” do jogo foi uma das maiores lições: “Ter paciência com a bola, saber quando acelerar e quando manter a posse — isso é o que ele mais valoriza. Depois que você se adapta, cresce muito.”


Libertadores e convivência com ídolos

Aos 20 anos, Felipe já havia vivido o que muitos sonham: jogar uma Libertadores e conquistar o título ao lado de lendas do futebol.

“Treinar e jogar com o Ganso, o Marcelo, o Felipe Melo… foi uma experiência enorme. Eles têm uma carreira incrível e ajudam muito os mais jovens. Observar esses caras no dia a dia foi uma aula”, comenta.

O título continental de 2023 marcou definitivamente seu nome na história tricolor. “Foi um ano maravilhoso, que vai ficar para sempre na minha memória e na do clube.”


Chegada à MLS e novo desafio no Houston Dynamo

A mudança para os Estados Unidos surgiu de forma natural, mas exigiu adaptação.

“A proposta chegou através do meu empresário. O Houston já vinha me observando e aceitamos o empréstimo, porque eu queria jogar mais. Aqui é outro futebol, outra cultura. No começo foi difícil, comecei na equipe reserva, treinando e me adaptando ao ritmo da liga”, conta.

O processo foi gradual, mas recompensador. “Com o tempo, o treinador começou a me dar mais oportunidades, inclusive em amistosos antes da temporada. Quando chegou minha estreia, pude jogar, ajudar a equipe e ganhar confiança. Esse período foi essencial para conquistar espaço no elenco principal e evoluir como jogador.”


A visão sobre a MLS e o estilo de jogo

Felipe já observava a Major League Soccer de longe, mas a vivência confirmou o que esperava.

“Eu já acompanhava alguns jogos e sabia que era um campeonato forte e muito físico. Depois que cheguei, percebi o quanto é competitivo. A liga cresce a cada temporada, com jogadores de alto nível e uma intensidade enorme.”

Ele destaca também o papel de compatriotas na adaptação. “Tive muita ajuda de jogadores brasileiros como o Arthur Júnior Russo, que me deram dicas sobre os jogos e o estilo da liga. A MLS é mais direta, enquanto o Brasileirão é mais técnico e cadenciado. Aqui você precisa pensar e agir rápido.”


Um defensor com alma ofensiva

Mesmo atuando na defesa, Felipe é conhecido pela chegada ao ataque. “Minha versatilidade vem de jogar como zagueiro e lateral no Fluminense. Aqui no Houston, o técnico Ben Olsen incentiva bastante esse lado ofensivo — subir, criar jogadas e buscar gols. Ele sempre pede que eu mantenha essa característica, ajudando a equipe em várias fases do jogo.”


Olho no futuro

Ainda em fase de consolidação na MLS, Felipe Andrade demonstra maturidade incomum para a idade. Da base de Xerém à disputa de uma Libertadores e agora em destaque no Houston Dynamo, o zagueiro brasileiro segue traçando um caminho guiado por aprendizado, humildade e evolução constante.

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