Caribe vive nova era e pode ter quatro seleções na Copa do Mundo de 2026

O futebol caribenho vive um momento histórico. Pela primeira vez, quatro seleções da região podem garantir vaga na Copa do Mundo da FIFA 2026. A reta final das Eliminatórias da Concacaf mostra o equilíbrio entre as equipes do Caribe e as tradicionais forças da América Central — algo raro na história do torneio.


Equilíbrio nas Eliminatórias

A última fase das Eliminatórias da Concacaf tem sido imprevisível. Com exceção das Bermudas, já eliminadas, todas as 12 seleções ainda sonham com a classificação. E o destaque vem justamente das equipes caribenhas, que têm demonstrado evolução técnica e mental.

Historicamente, apenas quatro seleções do Caribe chegaram a uma Copa do Mundo: Cuba (1938), Haiti (1974), Jamaica (1998) e Trinidad e Tobago (2006). Já os países da América Central, como Costa Rica, Honduras, El Salvador e Panamá, totalizam 12 participações.

Em 2026, esse cenário pode mudar — e muito.


Grupo A: Suriname surpreende os favoritos

O grande destaque até agora é o Suriname, que nunca havia chegado tão longe nas Eliminatórias. A equipe, que faz parte da América do Sul geograficamente, mas disputa competições da Concacaf, lidera o Grupo A com seis pontos, empatada com o Panamá, mas à frente no saldo de gols.

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O time de Stanley Menzo tem mostrado personalidade. Jogou sem medo nos estádios Cuscatlán, em El Salvador, e Rommel Fernández, no Panamá — onde até gigantes como os EUA e o México já sofreram. Os surinamenses venceram fora de casa e só não somaram mais pontos porque o Panamá empatou nos acréscimos.

Classificação – Grupo A

  1. Suriname – 6 pts

  2. Panamá – 6 pts

  3. Guatemala – 5 pts

  4. El Salvador – 3 pts


Grupo B: Jamaica em alta e equilíbrio entre caribenhos

No Grupo B, o domínio também é caribenho. Jamaica, Curaçau e Trinidad e Tobago brigam diretamente pela vaga automática. Os Reggae Boyz lideram com sobras, somando 9 pontos e impressionando com um ataque de 10 gols em 4 jogos. Curaçau segue na cola, e Trinidad ainda sonha com uma arrancada final.

Classificação – Grupo B

  1. Jamaica – 9 pts

  2. Curaçau – 8 pts

  3. Trinidad e Tobago – 5 pts

  4. Bermudas – 0 pt


Grupo C: Haiti supera adversidades

No Grupo C, o Haiti também faz bonito. Mesmo jogando “em casa” no campo neutro de Curaçau, o time de Duckens Nazon tem reagido bem. O atacante brilhou com um hat-trick no empate diante da Costa Rica, resultado que manteve os haitianos vivos na disputa.

Classificação – Grupo C

  1. Honduras – 8 pts

  2. Costa Rica – 6 pts

  3. Haiti – 5 pts

  4. Nicarágua – 1 pt

Se vencer Costa Rica e Nicarágua nas últimas rodadas, o Haiti pode garantir vaga direta ou, no mínimo, chegar à repescagem intercontinental.


Recrutamento e Liga das Nações impulsionam futebol caribenho

O crescimento das seleções caribenhas não é acaso. Dois fatores mudaram o jogo: o recrutamento de talentos internacionais e a Liga das Nações da Concacaf.

Curaçau foi pioneira ao atrair jogadores nascidos na Holanda com origem local, o que elevou o nível da equipe. Sob comando do técnico Dick Advocaat, nomes como Tahith Chong (ex-Manchester United) reforçaram o elenco, tornando a “Onda Azul” mais competitiva.

Curaçau é minha casa, e ver a organização evoluir me motivou a voltar”, afirmou Chong.

O Suriname seguiu o mesmo caminho. Desde 2021, o país permite a naturalização de jogadores de ascendência surinamesa, atraindo atletas como Sheraldo Becker (Osasuna) e Kenneth Paal (Antalyaspor).

O técnico Stanley Menzo destacou o impacto dessa mudança:

“Antes, poucos jogadores com dupla nacionalidade pensavam no Suriname. Agora, veem um projeto sério e querem fazer parte disso. Eles estão aqui por orgulho, não por conveniência.”


Um futuro promissor para o futebol caribenho

A criação da Liga das Nações da Concacaf trouxe um calendário regular e competitividade para seleções que antes jogavam apenas a cada quatro anos. Isso deu ritmo, visibilidade e atraiu talentos espalhados pelo mundo.

Se o atual ciclo confirmar quatro seleções do Caribe na Copa de 2026, será um marco histórico — e a prova de que o investimento em estrutura, identidade e base finalmente está rendendo frutos.

O Caribe, antes visto como coadjuvante, pode se tornar o novo protagonista do futebol das Américas.

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