O meia Johnny Cardoso, do Internacional de Porto Alegre, foi convocado pela primeira vez para a seleção principal dos Estados Unidos. O jogador, que fez sua estreia na partida contra País de Gales na última quinta-feira (12), concedeu hoje entrevista coletiva falou sobre a realização do sonho de vestir a camisa de uma seleção, sobre a Major League Soccer e a experiência de estar convivendo com grandes jogadores do futebol europeu.
O jogador iniciou a coletiva falando sobre a oportunidade de ser convocado para a seleção americnaa: “Sobre essa convocação, está sendo muito especial para mim. Muito feliz com essa oportunidade. É uma oportunidade única e eu sempre sonhei com isso. Não esperava que ia ser tão rápido, mas eu sempre trabalhei para alcançar meus objetivos. Sempre dei meu máximo, meu melhor para chegar onde cheguei”, disse.
“Está sendo importante dividir esse momento com jogadores renomados na Europa. Dividir o mesmo espaço com McKennie (Juventus), Dest (Barcelona) e Reyna (Borussia Dortmund), então fico muito feliz em compartilhar meu dia a dia aqui com eles”, afirmou o volante.
“Sobre a minha estreia, isso era um sonho e agora é uma felicidade que não cabe no peito e fico muito feliz com isso.todos os meus objetivos. Estou muito feliz” concluiu o jogador, demonstrando estar bem à vontade.
Olha, o Johnny é um jogador de boa capacidade de organização e distribuição na base das jogadas. Ajuda bastante na saída de bola, tem uma leitura de jogo bem interessante e sabe fazer a bola progredir. No Inter, tem variado bastante entre a primeira função de meio e a posição central da linha de três do 4-1-3-2.
Defensivamente, tem um posicionamento bom e tem capacidade de combate, mas ainda sofre com a pouca potência física pra sustentar um jogo um pouco mais duro no setor.
Dimitri Barcellos – Footure
O comentarista Diego Padovani, do Território MLS, perguntou se Johnny acompanha a MLS e se ele um dia gostaria de jogar por lá. Veja a resposta:
Você acompanha a MLS e tem vontade de jogar lá?
Os jovens da MLS tem a oportunidade de estrear no profissional muito cedo e acabam indo para a Europa cedo também. Acho que a MLS tem grande visibilidade na Europa. No momento estou trilhando meu caminho no Inter. Sonho em jogar na MLS um dia, mas não nesse momento.
Na próxima segunda-feira (16), Johnny deve entrar em campo novamente quando a seleção americana enfrenta o Panamá, na Áustria.
Confira todas as respostas de Johnny durante a coletiva, que contou com a presença apenas de jornalistas brasileiros.
O trabalho na seleção é diferente da forma como se trabalha no Inter? Você está acompanhando a mudança de treinador no Internacional?
Resposta: sobre o método da seleção, tem muito a ver com os treinos do inter. Procuro agregar as coisas que não fazia para levar comuigo as experiências até porto alegre. Sobre o Inter, eu acompanho sim. Estou por dentro da troca de treinador. Ano passado, quando fui convocado para a seleção Sub-23 também houve a mudança de treinador no Inter. No momento brigamos por 3 campeonatos difíceis mas a gente sabe a dificuldade. A gente valoriza muito o trabalho do Coudet até então e tive muitas oportunidades. O Abel chega com uma responsabilidade mas ele é um técnico vitorioso, experiente e vai agregar muito para a equipe.
Na seleção dos Estados Unidos também tem trote para jogadores que são convocados pela primeira vez?
Teve trote sim (risos) na mesma ideia da seleção brasileira. Tive que subir na cadeira, me apresentar, contar minha história e depois cantar uma música. Óbvio que cantei em inglês então a vergonha acaba sendo maior. Mas a gente releva pela situação, estou feliz demais por esse momento indescritível.
Como é a sua ligação com os Estados Unidos e como foi a escolha por defender a seleção?
Tudo começou com a vinda dos meus pais para os EUA. Nasci na época do atentado de 11 de setembro, então pouco tempo depois minha família voltou para o Brasil, onde fui criado. Mas eu sempre tive curiosidade de voltar para os EUA. Essa oportunidade é incrível para mim. Até o momento é a seleção que está me dando valor, está me dando visibilidade e minha ideia é continuar aqui com eles. Até porque eu não recebi nenhuma outra opção, só tive oportunidade aqui.
Você já tem essa escolha de defender em definitivo a seleção dos EUA? Pode falar um pouco sobre a sensação de ter entrado em campo?
Temos que tomar uma escolha quando temos mais de uma opção. No caso eu tenho só a seleção americana, ainda não tive nenhuma oportunidade na brasileira. Minha cabeça está na seleção americana. Sobre a minha estreia, é algo incrível. Com 19 anos jogar representando um país é algo imensurável e é algo que vou levar para a minha vida.
Como você tem visto o ambiente e o clima da seleção pensando na próxima Copa do Mundo?
Eu sempre sonho. É uma oportunidade que quero ter e vou trabalhar muito para isso. Para isso acontecer, preciso desenvolver meu bom futebol no meu clube, que é o Inter, para ter essa oportunidade. A seleção montou uma base jovem e daqui um tempo vamos brigar por copa do mundo.
Você procurou se aproximar dos grandes jogadores que jogam na Europa para trocar experiências?
Eu fui muito bem recebido por todos. Tive contato com todo mundo. Conversei com o Dest, com o Weston. A maioria dos jogadores atua na Europa e qualquer conversa com eles vai ser de grande aprendizado para mim.
O que você evoluiu nesse período com a seleção dos Estados Unidos?
Tenho que aproveitar esse momento para ganhar tudo de positivo. Tiro um pouco de cada jogador, de cada escola. Eu saio com muito aprendizado. Não só pessoal, mas também técnico e tático. São escolas diferentes que sempre agregam. Tenho certeza que vou voltar melhor para o Brasil.
Agradecimento especial a assessoria do Internacional que organizou a coletiva.
(Capa: Reprodução/Twitter Johnny Cardoso)