domingo, dezembro 22, 2024
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A Lei do Soccer: O que é o Homegrown Player?

Um dos aspectos mais criticados pelos amantes do futebol na “Terra do Tio Sam” é a complexidade das regras criadas pela principal liga de futebol do país. A , maior organização profissional de futebol dos Estados Unidos, opera de maneira muito diferente de outras ligas ao redor do mundo. As descrições das suas regras tendem a ser um pouco mais complexas e, como se não bastasse, são sujeitas a inúmeras exceções. 

Porém, se você acompanha as nossas publicações aqui no Território sabe que o nosso objetivo é desmitificar todas essas “regrinhas” complicadas que giram em torno da principal liga de futebol norte-americana. Na coluna de hoje, vamos falar sobre uma regra, criada há mais de 10 anos, que influencia diretamente na formação dos elencos dos clubes, a Homegrown Player Rule. 

A REGRA

A “Homegrown Player Rule” é uma regra criada pela Major League Soccer, que permite que as equipes da MLS contratem jogadores locais de academias de desenvolvimento de base, diretamente, sem que este necessite passar pelo Draft. Antes da existência da regra, em 2006, todos os jogadores jovens que desejassem ingressar na Major League Soccer teriam que ser designados através de um dos processos existentes de alocação de jogadores da MLS, o MLS SuperDraft.  

Em 2007, a Major League Soccer lançou uma nova iniciativa chamada Homegrown Player Rule (Regra do Jogadores “Caseiros”), como forma de incentivar as equipes a investir em suas academias de formação de base e permitir que estes clubes que participaram do desenvolvimento do jogador em suas divisões de base retivessem os seus direitos, ao invés de perdê-los para outros clubes em um eventual MLS SuperDraft.

Entretanto, eleger um atleta como Homegrown não é tão simples. Por exemplo, um dos fatores principais de elegibilidade deste atleta é a obrigatoriedade da sua formação de base ser realizada no território local da equipe que deseja contratá-lo. E esta formação dentro do território tem que ser por um período de um ano. O objetivo dessa delimitação é impedir que os clubes entrem em áreas “ocupadas” por outros clubes e contratem jogadores que não tiveram sua formação esportiva influenciada pelo clube contratante. A maioria desses limites varia entre 75 e 100 milhas dos estádios sede do clube. 

Para ficar mais clara a compreensão, vamos entender este conceito de território com o exemplo de um clube bem famoso aqui no Brasil, o Orlando City. O território atual do Orlando City é o centro e o norte da Flórida, até a fronteira dos estados da Geórgia e do Alabama. Dentro deste território, os Lions podem participar da formação esportiva deste atleta e “convocá-lo” sem que passe pelo draft. A título de curiosidade, o território da parte sul do estado da Florida é ocupado pelo Inter Miami, que tem como dono o ex-jogador David Beckham.

Entretanto, é possível que um clube reivindique um jogador fora do seu território, caso ele esteja em uma área não coberto por um outro clube. É importante destacar que este atleta pode ter qualquer nacionalidade, desde que cumpra os requisitos para se qualificar como membro de uma academia de base de clubes da MLS, tanto nos EUA como no .

Para um clube, os benefícios de contratar um Homegrown Player são: preenchimento de vagas ilimitadas na lista de Homegrown e menor encargo salarial (com base nas regras da MLS relativas a diferentes categorias salariais). Por outro lado, na perspectiva do atleta, alguns, mesmo sendo designado como Homegrown, optam por ter a “experiência” de ir para um campus universitário através de uma bolsa universitária e ser selecionado por um clube da MLS via Draft. Este é um caminho que pode parecer um pouco mais “arriscado”, porém é um caminho cultural e comum para atletas norte-americanos e, dificilmente, um jogador que já tenha sido designado Homegrown não consiga um lugar em clube no Draft.  

Como se pode ver pelo gráfico abaixo, o número de contratos de Homegrown Player vêm aumentando consideravelmente nos últimos anos.

ELEGIBILIDADE

Depois que um jogador inicia sua carreira nas academias de base, existem requisitos específicos que devem ser atendidos para que ele seja elegível como um Homegrown Player. Além da obrigatoriedade do jogador residir no território designado do clube, existem requisitos específicos que devem ser atendidos para que ele seja elegível como um jogador Homegrown. 

Para ser elegível como um Homegrown Player, o atleta deve:

1) Residir no “Território Doméstico” de uma equipe e Participar do sistema de desenvolvimento de base do clube por pelo menos um ano. 

2) Os jogadores devem ser adicionados à lista de jogadores Homegrown de uma equipe da MLS antes de ingressar em uma faculdade que tenha duração de quatro anos. Esses podem manter seu status de Homegrown player durante a faculdade, mas devem ser registrados como tais antes de ingressar nesta instituição.

3) Os membros da Seleção Nacional dos Estados Unidos Su -17, Sub-20 e Sub-23 não podem ser adicionados à lista de Homegrown, no entanto, se um jogador que já possui contrato assinado com determinado clube for convocado, este pode manter esse status posteriormente a sua convocação.

4) Atenda a outros requisitos não especificados da liga.

Por fim, para impedir que o jogador entre no SuperDraft da MLS, o clube deve assinar um contrato de Homegrown Player antes da realização do Draft, caso contrário, não terá vínculo com este atleta. 

CONCLUSÃO

O Desenvolvimento da categoria de base é de suma importância para o futuro de uma equipe de futebol. Por mais que o sistema de Draft seja um caminho interessante e igualitário aos times de futebol, é importante que seja dada uma atenção as categorias inferiores. Na opinião deste autor, o é um exemplo claro da importância em se investir nas academias de base.  

Os Toros começaram seu trabalho de desenvolvimento com jovens no ano de 2008, ingressando na competição organizada pela USSDA. A academia cresceu, se desenvolveu e deu frutos, tendo o FC Dallas se classificado para a final da MLS Cup em 2010 e, em seguida, a conquista do título da Conferência Oeste em 2015, com oito jogadores formados em suas no seu elenco, enquanto a média da liga naquela temporada ficou em apenas três jogadores por elenco. 

É inegável a importância de um bom desenvolvimento de uma academia de base. Os clubes americanos já perceberam isso e vêm cada vez mais apostando em contratos Homegrown a fim de desenvolver e “segurar” aquele atleta.

Por Rafael Martins
Foto: Reprodução Instagram/FC Fallas

Fonte do Gráfico: Total Football Analysis

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