Três das últimas sete finais colocaram frente a frente norte-americanos e mexicanos, todas elas com vitória dos latinos
Após grandes jogos nas semifinais, a CONCACAF Champions League terá em sua final mais uma disputa entre uma equipe mexicana e uma norte-americana. Na decisão que acontece nos dias 27 de abril na Cidade do México (ida) e 4 de maio em Seattle (volta), Seattle Sounders e Pumas UNAM duelam pelo título continental. Mas pelo menos para um dos lados, os 180 minutos representam muito mais do que um novo troféu na galeria, podendo simbolizar também a consolidação de uma nova etapa do futebol nos Estados Unidos.
Para a equipe da Major League Soccer, a decisão vem carregada de um peso imensamente maior do que para os adversários mexicanos. Somado aos desafios da campanha na edição atual competição, o Seattle Sounders traz consigo a responsabilidade de ser mais um time norte-americano a disputar a final após derrotas amargas recentemente, sendo a quinta equipe da liga a alcançar a final do torneio em seu formato mais moderno.
Seja do Canadá ou dos Estados Unidos, as equipes da MLS viram de perto os clubes mexicanos compartilharem um verdadeiro oligopólio da competição, conquistando todos os títulos deste novo formato. Real Salt Lake, Montreal, Toronto FC e Los Angeles FC. Todos estes falharam, cada um da sua maneira, em conquistar a taça continental na última década, e o time treinado por Brian Schmetzer certamente não quer fazer parte deste grupo.
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Em um início sem seu brilho característico na temporada da MLS, o Sounders dividiu atenções entre campeonato nacional e continental. Na Champions, eliminou o modesto Club Motagua (Honduras) e superou o mexicano León, tendo como último desafio nas semifinais o atual campeão da MLS, New York City FC.
A caminhada diversa, mas desafiadora, mostrou que a equipe não chegou na decisão por acaso, e tem na consistência do trabalho de longo prazo de Schmetzer, o grande diferencial entre os finalistas norte-americanos dos últimos anos. Com o elenco reforçado por Albert Rusnák na última janela, e ainda mais adaptável para diferentes situações de jogo, o Sounders possui peças acima da média da liga em todos os setores: de Nouhou Tolo a Raul Ruidíaz, passando por João Paulo, os irmãos Roldan, além de outros nomes de qualidade que vivem bom momento.
Em um confronto histórico, a equipe de Seattle encara na final da Champions o tricampeão continental, mas que não ergue a taça desde 1989 e vive um jejum de títulos. Ou seja, não é dos adversários mais pesados em edições recentes da competição. Ainda assim, a notada força dos clubes mexicanos na Champions League será um fator de desequilíbrio em favor do Pumas, ainda mais quando acompanhada pelo bom trabalho do técnico argentino Andres Lillini no torneio. Eliminando equipes como o tradicional Deportivo Saprissa, o New England Revolution, em uma virada incrível, e o compatriota Cruz Azul, o time mexicano chega com sede para encerrar a seca de conquistas.
Mirando chegar ao título, a equipe da MLS terá que entender o tamanho do desafio que irá encontrar nos dois jogos e, de alguma maneira, fazer com que isso não se transforme em uma pressão prejudicial ao time, mas sim motive a equipe a coroar um dos trabalhos mais bem estruturados do futebol norte-americano. Brian Schmetzer, acostumado a trabalhar o lado mental de seus atletas, sabe que deve preparar seu time no plano esportivo, mas principalmente psicológico. Dessa forma, buscando o equilíbrio entre tratar essa final como apenas mais um jogo a ser vencido, mas ao mesmo tempo como o mais importante deles, o Sounders pode se tornar o primeiro campeão norte-americano da Champions League da CONCACAF.
Em um esporte onde o contexto é tão importante quanto o jogo em si, é impossível descolar o Sounders da própria MLS nesta disputa pelo título. O time de Seattle pode dar um passo que coloca a liga como um todo um patamar acima. Em constante evolução seja em sua estrutura ou no futebol jogado, a Major League Soccer ainda esbarra em desafios esportivos, sendo o maior deles representado pelo torneio continental. Na competição, alcançar a final nunca foi o maior dos problemas, porém bater na trave em decisões continentais se tornou uma das barreiras das quais a MLS deve se livrar o quanto antes, pois a cada ano que passa, a pressão se torna ainda maior.
(Capa: Reprodução/Imago Imagens)
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