São 20 anos, três como jogador, cinco como coordenador técnico e onze como treinador principal de uma equipe, além de título de ”MLS Cup” e dois da ”US Open Cup”, sempre exigindo que suas equipes pratiquem um futebol ofensivo, agradável de se ver.
Estes são apenas algumas das marcas do lendário Peter Vermes, do Sporting Kansas City, que concedeu entrevista exclusiva ao Território MLS uma semana antes de mais uma pós-temporada a ser disputada pelo seus comandados. Vermes falou sobre o San Jose Earthquakes, adversário no mata-mata, filosofia de trabalho e muito mais.
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Após um ano difícil em 2019, o Sporting Kansas City terminou no topo do Oeste. Você está no clube há muito tempo e talvez o conheça melhor que ninguém. Como sua experiência ajudou a dar a volta por cima nesta temporada?
A melhor coisa é que quando você já faz isso há muito tempo e também faz em um lugar em que está há muito tempo. Isso te leva há uma posição onde você não entra em pânico, fica mudando tudo… Você deve ficar com o que você tinha feito, avalia, reflete e diz: ‘ei, o que eu fiz de errado ou como eu poderia ter administrado as coisas de forma diferente?’ (Não) mudar apenas para mudar… Então eu acho que a disciplina do grupo (de jogadores ) meio que permanece com os valores, melhorar algumas coisas e também ser honesto sobre alguns aspectos que em achamos necessários fazer melhor.
San Jose tem um bom time e Almeyda no banco. O que você espera da partida e o que podemos esperar do seu time nos playoffs?
Não conheço ninguém que esteja tentando formar um time que diga ‘eu quero um cara que não tenha boas qualidades no futebol, certo?’ Você está presumindo que o cara pode jogar bem. Temos caraterísticas de posição muito específicas para todas as nossas posições, então estamos tentando identificar caras que, esperançosamente, tenham todas ou pelo menos uma boa maioria dessas características. Mas, o mais importante, também estamos tentando ter certeza de que os caras que estamos trazendo tenham um bom número dessas características já dentro deles, os valores centrais que esperamos e às vezes eles não têm tudo isso, mas você também pode ajudar alguém a encontrar o que não tem. às vezes o cara chega e ele é realmente bom, mas está alguns anos agindo como se tivesse essas características e então de repente isso muda. Nosso objetivo é tentar encontrar caras que se pareçam com o que procuramos e que também se encaixem na forma como queremos jogar, não apenas para buscar um jogador realmente bom. Tivemos bons jogadores que não chegaram aqui, não porque sejam maus jogadores, mas porque têm uma forma de jogar, estilo, a forma como poderiam ter se adaptado que nunca aconteceu realmente, por isso tiveram de ir a algum lugar e encontrar sucesso lá.
O SKC tem uma filosofia de não apostar em grandes nomes do futebol, sempre buscando jogadores de “menor expressão” e tentando desenvolve-los. Isso tem funcionado há tempos. Qual sua filosofia no mercado? Que tipo de jogador você procura?
Acho que você poderia dizer a mesma coisa sobre esportes, não necessariamente ter muita paciência com treinadores, a palavra chave é que há tempo. Você precisa de tempo para construir algo, para desenvolver relacionamentos, precisa de tempo para se tornar bom no seu trabalho. Minha sugestão é não permitir que alguém que esteja continuamente mostrando não apenas resultados ruins, você sabe que ainda pode obter alguns resultados, pode estar apresentando melhorias. Se você não fez uma avaliação muito boa da diferença entre essas coisas, se você está mostrando uma boa melhoria na visão, nos objetivos, então pode ser benéfico para você manter a filosofia certa dessa pessoa. Eu sei que aqui temos algumas coisas muito boas que vão para nós, uma delas, do topo para baixo, há alinhamento de clareza e foco, isso é o que queremos fazer, há uma linha entre todos, o que vamos tentar e fazer.
Você é um dos técnico há mais tempo no cargo nos EUA e no mundo. Aqui no Brasil vemos treinadores sendo demitidos todos os dias, como Domènec Torrent, que já deixou o Flamengo. Qual o segredo ? Talvez os brasileiros possam aprender um pouco.
Nenhum de nós realmente vai mudar muito do que vimos nos últimos 10 jogos, então todos nós seremos mais ou menos quem somos. Da nossa perspectiva sabemos o quão difícil é chegar aos playoffs, sabemos que os playoffs são um processo muito difícil de navegar porque todos têm o benefício de isso ser uma ‘nova temporada’. Tudo o mais que você fez antes não importa mais. Agora é uma nova abordagem sua, nossa abordagem, como entramos no jogo. Temos um imenso respeito não só pelo San Jose, mas por todos os times nos playoffs, e então agora o único obstáculo, a única coisa que está em nosso caminho é o San Jose, esse é o time contra o qual temos que jogar e esse é o único lugar onde estamos colocando nosso foco, nossa concentração. Nossa energia está neles, porque sabemos que será um jogo incrível, um jogo incrível e difícil, uma batalha e é para isso que estamos tentando nos preparar.
O Sporting KC, de Peter Vermes, entra em campo na sua casa no domingo (22/11) contra o San Jose Earthquakes, pela primeira rodada dos Playoffs da Conferência Oeste, com cobertura completa do Território MLS.
ORIGINAL AUDIO
(Capa: Reprodução/Sporting Kansas City)
Colaboraram: Pedro Breganholi e Gustavo Guimarães
