Megan Rapinoe virou símbolo não apenas da seleção feminina de futebol dos Estados Unidos, como também uma inspiração no esporte em todo mundo e uma bandeira para igualdade de direitos. A atacante sabe que é muito boa, provavelmente um tanto acima da média e, por isso, fala com propriedade. Ela se coloca na frente de outras companheiras de profissão sabendo que será ouvida por estar no melhor time do mundo. E ouvida ela foi durante a Copa do Mundo que aconteceu no mês passado.
Rapinoe encarou de frente o presidente Donald Trump. Abertamente LGBT, a jogadora enfrentou um político de discurso discriminatório, levantou a bandeira de inclusão de gêneros no esporte e também a da igualdade de pagamentos. As mulheres americanas conquistaram o quarto título mundial enquanto os homens sequer se classificaram para a Copa do Mundo. Mesmo assim, eles receberam muito mais.
Falando com propriedade, de quem sofre e busca visibilidade, Rapinoe virou referência. Não demorou muito e conseguiu idolatria em boa parte do mundo, exceto ingleses e franceses, chateados com as eliminações. No tribunal da internet, porém, Rapinoe virou arrogante. Sua confiança, para os incultos, se transformou em pedantismo e seu discurso rapidamente foi distorcido. Suas comemorações, para alguns, viraram sinal de prepotência. E tudo que ela queria era jogar futebol e provar o quão boa ela era.
Se Trump disse que as mulheres da seleção feminina precisariam vencer a Copa para visitar a Casa Branca, elas conseguiram. E, mesmo assim, devem esnobar o presidente que não acreditou no talento delas. Uma coragem e tanto. Que alguns insistem em distorcer para o próprio discurso vazio.
Na última semana, Ibrahimovic foi o centro das atenções antes do duelo do LA Galaxy contra o LAFC. Depois de derrotas seguidas nos clássicos para o San Jose Earthquakes, Ibra e sua equipe chegavam pressionados ao derby de Los Angeles. Isso, no entanto, não o preocupava.
Perguntado pelos repórteres sobre Carlos Vela, rival e principal candidato ao título de MVP da temporada, o sueco foi irônico. Questionou onde estava aos 29 anos (jogando na Europa) e comparou sua carreira com a do mexicano. Reduzir o currículo do adversário, assim como o de um companheiro de profissão, não ajuda muito a visibilidade a Major League Soccer. Dizer que é uma Ferrari no meio de Fiats também não.
Cercadas de arrogância, as declarações de Ibrahimovic mais atrapalham a promoção da MLS do que ajudam. Fazem a liga parecer um torneio de amadores, um bando de jogadores ruins, sendo que o torneio já desenvolveu bons craques e busca atrair jogadores internacionais no auge. Na internet, Ibra soou confiante, o natural “marrento”. No fundo, foi só desagradável.
Ainda que tenha marcado três gols no clássico contra o LAFC e derrotado Vela, Ibrahimovic só quis provar seu ponto do pior jeito possível. Ele diz que é a “cara da MLS”, mas a liga não é arrogante e prepotente. A MLS é um torneio humilde, que sabe de suas limitações e faz o melhor para construir um ambiente decente. Rapinoe entenderia isso, Ibra jamais saberá olhar além de seu umbigo.
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