Columbus contraria prógnostico e é campeão “antes da hora”

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No último sábado (12), o Columbus Crew venceu o Seattle Sounders e levantou sua segunda taça da MLS Cup na história.

A equipe contou com vários destaques durante a temporada para conquistar o título, como o zagueiro Mensah, os volantes Artur e Nagbe, o camisa #10 Lucas Zelarayán e os atacantes Pedro Santos e Zardes.

Sendo terceiros colocados na Conferência Leste, com 41 pontos, tendo perdido apenas uma partida em casa durante toda a temporada, com a melhor defesa dos playoffs e quatro vitórias seguidas na pós-temporada, o Columbus Crew alcançou a glória novamente.

No entanto, se engana quem pensa que esse time foi montado já para ser campeão em 2020. Muito pelo contrário, o Crew ainda está no começo da caminhada. O trabalho está sendo tão bem feito, que antes mesmo do seu ápice já, o clube já conquistou títulos.

PRIMEIRO TÍTULO E TROCA NO COMANDO

Depois do primeiro título da MLS Cup, em 2008, o Crew passou principalmente de 2011 a 2013 por um período de vacas magras, sem perspectivas de sucesso esportivo, devido a diminuição dos investimentos por parte do então proprietário Clark Hunt, que já não tinha os mesmos interesses que o fizeram campeão com a franquia apenas três anos antes.

Por isso, em 2012, Anthony Precourt comprou por $68 milhões (dólares) o direito de operação do clube – à época um recorde absoluto se tratando de Major League Soccer. Um ano depois, o novo dono trouxe Gregg Berhalter, atual técnico da Seleção dos Estados Unidos, para os cargos de treinador e General Manager. Em outras palavras, Berhalter tinha carta branca para escolher quem quisesse, entre jogadores, funcionários, etc.

Com isso, novos tempos vieram em Columbus, com o braço direito do dono reformulando o elenco. No período de 2014 até 2018, foram contratados na sequência, Hector Jimenez, Waylon Francis, Harrison Afful, Jonathan Mensah, Josh Williams, Pedro Santos, Zardes e Valenzuela, todos campeões em 2020. Em 2015, Berhalter levou alguns desses jogadores à final da MLS, quando o Crew perdeu para o Portland Timbers.

SAVE THE CREW E NOVO DONO

Todavia, já em 2018, o projeto dos ”Black & Gold” que se desenvolvia para alçar cada vez coisas maiores foi abruptamente interrompido, e desta vez quem ajudou a elevar novamente o patamar da equipe foi responsável pela queda. Anthony Precourt tentou mudar o local da franquia, querendo levá-la para Austin, com outro nome e cores. Ele não teve sucesso nisso, devido a campanha dos torcedores intitulada #SaveTheCrew, e então foi forçado a vender a sua propriedade para Jimmy Hasleem, dono do Cleveland Browns, da NFL.

O novo dono, entretanto, só conseguiu assumir o clube em 2019, com a certeza de que Gregg Berhalter, fundamental na recuperação de 2013 para aquele ano, não iria continuar, pois foi convidado para ser o novo treinador da seleção norte-americana.

A única escolha diante deste cenário era tentar seguir a mesma linha que Berhalter tinha deixado. Por isso, em 4 de janeiro de 2019, Tim Bezbatchenko, que montou o Toronto FC multi-campeão de 2013 até 2018, foi contratado como presidente e General Manager. Para técnico, Caleb Porter, que foi um dos responsáveis por tirar do Crew a MLS Cup de 2015, também chegou.

Sob o guarda-chuva de Bezbatchenko e Porter, o Columbus investiu pesado com novos fundos que o dono disponibilizou. O clube contratou Eloy Room, goleiro com passagem longeva pelo futebol holandês, o ala costa-riquenho Luis Diaz, que veio como jogador designado, além de Youness Mokhtar e Chris Cadde, que deram profundidade ao elenco.

Foi só em 2020, com a continuidade do trabalho, que os resultados vieram, mas não sem a cereja do bolo: por $ 7 milhões (dólares), a diretoria contratou Lucas Zelarayán, meia argentino que estava no Tigres/MEX. A transferência foi a mais alta da história da franquia. Além disso, Darlington Nagbe, bicampeão da liga com Portland e Atlanta, foi adicionado para dar experiência e qualidade a equipe. Os jovens Etienne Jr, Aidan Morris e Sebastian Berhalter (filho do ex-técnico do time) também foram adionados ao plantel.

Mas ainda assim o Columbus Crew não era considerado favorito. Reconhecidamente, outros times eram melhores e a diretoria ainda não os julgava como ”prontos” para chegar ao título. Só que a pandemia mudou as configurações da temporada e outros clubes perderam jogadores importantes e não conseguiram se ajustar em campo. O caminho que seria com passar dos anos galgado com Bezbatchenko e Porter foi aberto já em 2020.

Em seu planejamento, feito ainda em 2019, os novos donos do Crew com certeza não esperavam um título tão grande já em 2020. A conquista da MLS Cup é um prêmio para um trabalho que vem sendo bem feito e pode, no futuro, render ainda mais frutos.

(Capa: Reprodução/Twitter Columbus Crew)