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Coluna do Guga: Seattle Sounders quebra os próprios recordes

Na 18ª edição da Coluna do Guga, assinada pelo Jornalista Gustavo Demétrio, o leitor terá a análise sobre mais um feito marcante do Seattle Sounders, comandado por Brian Schmetzer

No último domingo (23), apesar do empate em casa, em 1 a 1, contra o Atlanta United, o Seattle Sounders mais uma vez deu uma demonstração de força dentro da Major League Soccer. O time do estado de Washington alcançou seu melhor inicio na história do campeonato, com cinco vitórias, dois empates e nenhuma derrota, em sete partidas. O recorde anterior foi há pouco tempo, em 2019, quando também sobre a batuta de Brian Schmetzer chegaram à quatro vitórias, um empate e duas derrotas. E esse é o ponto a se ressaltar: o mesmo técnico, a mesma base de elenco e a subida de patamar no desempenho dos Sounders, que se reinventou ao longo do tempo.

Brian Schmetzer está no Seattle há muito tempo. Está lá desde antes da franquia entrar para Major League Soccer, em 2009, inclusive. Essa é a segunda passagem como treinador do time principal, já esteve no cargo em épocas de disputa nas divisões inferiores do futebol norte-americano. Quando foi comprada a vaga na principal liga do país, o histórico Sigi Schmid foi quem assumiu o posto. Em 2016, quando o alemão saiu no meio da temporada, Schmetzer, que era auxiliar, viu a responsabilidade de tentar revitalizar um time, que estava muito mal, cair em seu colo.

O final dessa história, todos sabem, o time foi campeão pela primeira vez da MLS naquele ano e passou a voltar para disputa em alto nível em temporadas seguintes, garantindo mais uma taça em 2019 também. O que é menos comentado, no entanto, é que em todo esse período Schmetzer mudou a forma de jogar uma dezena de vezes, se mostrando além de um ”camaleão tático”, um competentíssimo treinador.

(Foto: Reprodução/Imago Imagens)

Em 2016, pelo contexto de ter pego o time fora da zona de classificação aos playoffs, Schmetzer montou aquele Seattle Sounders da forma mais pragmática possível. A posse de bola era um quesito secundário, ”descartável”. A objetividade imperava. O time fazia jogos travados, era difícil quebrar a linha de defesa armada por ele. Nos dois anos posteriores, já se viu uma tentativa de mudança, com algumas peças sendo contratadas para isso, em busca de deixar o time mais fluído, de fato ofensivo. Esse período pode ser caracterizado como de transição, até chegar em 2019, onde tudo se convergiu.

O lateral-esquerdo impetuoso Brad Smith, o meia articulador Victor Rodriguez e centroavante Raúl Ruidíaz foram contratados em 2018, e com um ano de experiência na equipe, se estabeleceram para mudar, junto com Nicolás Lodeiro e Jordan Morris, há bem mais tempo em Seattle, mais uma vez a equipe de patamar, agora jogando de forma dominante, conforme as características desses atletas. O 4-2-3-1, que ficou conhecido como ”a cara” de Schmetzer, permaneceu, mas havia mais sendo produzido nesse esquema, e em 2019, mais uma vez o título da MLS Cup.

Inquieto, no entanto, essa formação se tornou pequena para o que o treinador queria. Por isso, já neste 2021, mais uma mudança: três zagueiros, dois alas, um atacante a menos e um meio-campo mais técnico do que nunca. Tudo vai se convergindo novamente no campeonato que vai acontecendo, mesmo com lesões de Lodeiro e Jordan Morris, afinal os substitutos desses dois no atual time titular do Seattle foram, ao ”jeito Schmetzer”, remodelados.

O principal exemplo disso é Will Bruin, centroavante grandalhão de 31 anos, que sobre o comando do próprio Schmetzer já foi movido ao time B da franquia e hoje é a principal carta na manga do treinador para surpreender os adversários. Bruin, quando vestia a camisa do Houston Dynamo e na maior parte de sua passagem nos Sounders, foi o homem de área das equipes, mesmo que tivesse alguma categoria fora dali. Abaixo, é possível conferir o mapa de calor do jogador em 2016, quando jogava no time texano, onde ficava predominantemente entre os zagueiros rivais e com presença no meio-campo somente quando a sua equipe estava sem a bola, defendendo em bloco baixo de marcação.

(Foto: Reprodução/SofaScore)

Em muitos jogos isso também ocorreu no Seattle, mas em 2021, Schmetzer revolucionou o jogador. Sem Lodeiro e precisando de alguém para conectar meio com o ataque, o técnico baixou o posicionamento médio de Bruin e o trouxe para jogar, em determinadas situações de uma partida, como quase um camisa 10, entrelinhas, procurando Ruidiaz, Alex Roldan ou Brad Smith. Confira abaixo o mapa de calor desta temporada até aqui e note a diferença.

(Foto: Reprodução/SofaScore)

 

Abaixo, para o leitor visualizar esses movimentos mais claramente, é possível acompanhar um ”frame” do jogo entre Seattle Sounders e Los Angeles Galaxy, pela rodada 3 da Major League Soccer, onde Bruin está como o jogado que atua por atrás da última linha ofensiva, com Ruidiaz, que por tempos já fez essa função, passou a ser a referência no campo de ataque. Além disso, graças a mudança tática para temporada, passando a utilizar três zagueiros, Schmetzer também abriu a possibilidade de aproveitar o poderio de Brad Smith, que atuando como ala na nova formação, tem um contexto para aproveitar sua velocidade e seus movimentos da melhor forma possível.

Neste lance especifico, o resultado da jogada terminou em gol do centroavante peruano. Você pode conferir, na íntegra, nos melhores momentos, este lance, clicando AQUI.

(Foto: Reprodução/Vídeo Youtube)

 

Vale ressaltar que Morris poderá voltar aos campos após recuperação e que esse esquema pode mudar novamente, porque em condições para jogar, o norte-americano é titular no lugar de Bruin, mas seja como for, nas duas situações, não há perdas.

Não se sabe ainda se o Seattle Sounders manterá o mesmo desempenho deste inicio avassalador de MLS, pela imprevisibilidade do futebol, mas certamente, caso as adversidades surjam, problemas apareçam no meio do caminho, provavelmente Brian Schmetzer  encontrará uma forma de mudar tudo e trazer o time de volta aos eixos. Por enquanto, resta aproveitar esse ótimo desempenho.

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* As opiniões emitidas nesta coluna não necessariamente refletem o posicionamento do Território MLS

(Capa: Reprodução/Imago Imagens)

 

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