InícioColunasBaú do TMLS: O decepcionante Washington Diplomats

Baú do TMLS: O decepcionante Washington Diplomats

No terceiro episódio da série Baú do TMLS, trazemos uma das primeiras equipes de futebol da capital do Estados Unidos, que contou com uma lenda do futebol mundial vestindo sua camisa

O Washington Diplomats foi uma franquia de futebol profissional que competiu na North American Soccer League por seis temporadas. O time foi inaugurado no dia 21 de janeiro de 1974 e se tornou a terceira tentativa de uma franquia de futebol na capital do país. Nick Mangione, um investidor de Baltimore, e Mike Finci, proprietário de uma seguradora, pagaram juntos um valor de 75 mil dólares para ter uma franquia na então famosa NASL.

(Foto: NASL.com)

Com o objetivo de apresentar um projeto que mostraria o inverso das tentativas anteriores na cidade, os proprietários sonharam alto. Um dos primeiros feitos foi a contratação do técnico e ex-jogador do Manchester United, Dennis Viollet, que ficaria no comando até o final de 1977. Além do técnico, o atacante inglês, ex-West Bromwich Albion/ING, Clive Clark e, Kevin Lewis, ex-Liverpool/ING e Sheffield United/ING, foram contratados naquele ano.

Os Dips, como eram conhecidos, lutaram para estabelecer uma identidade em seu primeiro ano na liga. Com um alto investimento em jogadores sem dar resultados, e com a queda de público nos jogos, a decepção foi imensa. Com isso, os proprietários venderam o time em 1975 para família Danzansky, no valor de 650 mil dólares.

Depois da péssima primeira temporada, os Diplomats alternaram seus jogos em dois estádios com o intuito de reconquistar e atrair mais torcedores. Mesmo assim o time não conseguiu mostrar um bom futebol que era desejado pelos proprietários.

Depois de três decepcionantes temporadas, o técnico Dennis Viollet foi demitido. Com a chegada de John Cabray, como novo gerente geral do Dips, o americano apostou as fichas no ex-técnico do New York Cosmos, Gordon Bradley, que ficaria por quatro anos para tentar melhorar a situação do time. Além do técnico, o zagueiro ex-Tottenham/ING, Mike Dilon, e o meio campista holandês, ex-PSV Eindhoven, Guus Hiddink, chegaram para reforçar a equipe.

Na temporada de 1978, os Dips fizeram 145 pontos e alcançaram a segunda posição na conferência nacional ficando atrás apenas do New York Cosmos na tabela de classificação. O goleiro irlandês, Bill Irwin, com passagens como técnico da seleção feminina sub 23 de seu país, com a boa fase foi nomeado ao time All-Star daquela temporada. Com a boa fase apresentada, o público no estádio que era de 5 mil pessoas passou a ser mais de 13 mil torcedores por jogo.

Com a classificação aos playoffs, o time de Bradley enfrentou na primeira fase o Portland Timbers, quando perdeu por 2 a 1, fazendo com que a ótima campanha na temporada regular fosse em vão.

Depois do fim da temporada de 1978 da NASL, os Dips foram novamente vendidos. A Madison Square Garden Corporation foi quem lhes comprou  juntamente com o conglomerado Gulf & Western. O Madison Square Garden na época era dono do New York Knicks, da NBA, e do New York Rangers, da NHL. Com os recursos da Gulf & Western por trás da equipe, de repente parecia plausível que os Diplomatas pudessem finalmente ter êxito na NASL.

Com uma enorme gama de poderio financeiro, os Dips tinham como plano principal trazer uma estrela do futebol mundial. Jogadores como o zagueiro argentino Daniel Passarella e o atacante inglês, Kevin Keegan, ex-Liverpool, eleito o melhor jogador do mundo por duas vezes, foram tentativas de reforços, mas acabaram não tendo sucesso.

(Foto: NASL.com)

Só em fevereiro de 1980, os Diplomats poderiam dizer que tinham uma estrela do futebol mundial. Após pagar uma taxa de transferência de cair o queixo (na época) de 2,5 milhão de dólares para os Los Angeles Aztecs, o holandês Johan Cruyff finalmente vestiria a camisa dos Dips, fazendo o meio campista obter o maior salário do time. Além de Cruyff, o meia compatriota Wim Jansen e o espanhol Juan Lozano, ex-Real Madrid, chegariam para reforçar ainda mais o time.

Dentro e fora do campo, os Dips apostaram tudo na temporada de 1980. Mas a grande aposta mesmo da equipe era em Cruyff, Lozano e Jansen. Eles tinham apenas um objetivo em mente, ser campeão da NASL custe o que custar.

O time fez sua primeira aparição na capital em 13 de abril de 1980, com uma vitória por 3 a 1 sobre o Philadelphia Fury. Com o público de 24.203 no estádio, o feito se tornou o maior público na história até então desde a inauguração, mas também mostrou que o clube ainda tinha muito o que demonstrar para derrubar o status de favorito na época do NY Cosmos.

Em 1 de junho de 1980, os Dips enfrentaram o NY Cosmos no RFK Stadium diante de uma multidão recorde de 53.351 pessoas. A partida prometia tanto que foi recorde de audiência na emissora ABC. O clima no estádio era um jamais visto na liga. Mas era de se esperar tais marcas, porque muitos veriam uma partida de estrelas contra estrelas. Na época, o Cosmos chegava com um timaço para o confronto, tinham nomes como Giorgio Chinaglia, Carlos Alberto Torres, Vladislav Bogicevic, Franz Beckenbauer e Pelé.

Logo no começo do primeiro tempo, os Dips abriram o placar com um gol de pênalti marcado pelo canadense Bob Iarusci. O primeiro tempo foi bastante eletrizante com varias bolas na trave e brigas durante a partida. Em uma dessas brigas, Cruyff recebeu seu segundo cartão amarelo, sendo assim expulso da partida.

No segundo tempo o jogo foi mais calmo. Na metade da segunda etapa, depois de um cruzamento feito pelo brasileiro Carlos Alberto, Chinaglia subiu alto e cabeceou sem chances para o goleiro Irwin, empatando a partida. Os Dips até viraram o jogo duas vezes, mas os dois gols marcados foram anulados. Depois do final do tempo regulamentar, a partida foi decidida no shootout. Com apenas um gol marcado no shootout, Bogicevic deu a vitória para o Cosmos. Com a derrota os Dips se classificaram em segundo lugar na conferência nacional.

Apesar do grande investimento em jogadores e publicidade, a temporada de 1980 foi uma repetição da temporada anterior. Os Dips até se classificaram para os playoffs daquele ano, mas acabariam perdendo na primeira fase para o Los Angeles Aztecs por 2 a 0 mesmo com Johan Cruyff e companhia naquele jogo.

No ano seguinte, com Cruyff lesionado e mencionando para imprensa que queria jogar em outro lugar, os Dips caíram consideravelmente de rendimento na liga. Com o mau momento, os atuais proprietários escolheram não investir mais na equipe. Procuraram um novo comprador para o time, mas as tentativas falharam. Com isso, os Diplomats se tornariam a quarta equipe na capital a ser extinta na NASL.

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(Foto: NASL.com)

Time titular do Washington Diplomats:

Bill Irwin; Bob Iarusci, Don Droege, Nick Mijatovic, Tommy O`Hara; Carmine Marcantonio, Win Jansen, Johan Cruyff, Joe Horvath; Sonny Askew, Alan Green.

Atualmente na MLS, principal liga de futebol dos Estados Unidos, o DC United, que a pouco tempo também jogava no RFK Stadium, é o único time que representa a capital. Diferentes das tentativas na NASL, o United é o segundo maior ganhador da MLS Cup.

(Capa: Arte Território MLS)

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