À flor da pele! O que deu errado para o Orlando City?

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ORLANDO, FL - NOVEMBER 29:Orlando City forward Nani 17 argues the call during the MLS, Fussball Herren, USA playoff match between Orlando City FC and New England on November 29th 2020, at Explorer Stadium in Orlando, FL Photo by Andrew Bershaw/Icon Sportswire SOCCER: NOV 29 MLS Cup Playoffs Eastern Conference Semifinal - New England Revolution at Orlando City SC Icon20201129000332

Três expulsões nos últimos quatro jogos. Orlando City permitiu que fator emocional falasse mais alto e atrapalhasse desempenho dentro de campo.

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Orlando apresentou um time guerreiro mas que, mesmo com jogadores experientes, não conseguiu se controlar emocionalmente. (Imago Images)

Times brigadores, guerreiros, costumam ganhar o coração dos torcedores. De fato, quando a arquibancada percebe toda a entrega dos jogadores dentro de campo, energia e sintonia entre torcida e atletas não faltam.

O elenco do Orlando City em 2020 apresentou exatamente esse cenário: Muita entrega em campo, disposição nas disputas e, claro, vitórias. O time caiu nas graças da cidade como talvez nunca antes tivesse acontecido e não é por menos, uma vez que fez por merecer tal carinho.

No entanto, o mesmo espírito de luta que colocou o Orlando City em boas condições na temporada foi o que acabou eliminando e culminando as chances de título da equipe.

Se voltarmos para a final do MLS is Back, onde o Orlando perdeu para o Timbers por 2 a 1, veremos um time que chegou embalado após eliminar LAFC e Minnesota, e que claramente sentiu o peso do jogo. Normal, afinal de contas, era a primeira decisão da história da franquia.

Durante a temporada regular, o time se reencontrou após a derrota e seguiu fazendo campanha sólida. Venceu boas equipes, como Sporting Kansas City e Columbus Crew e terminou a temporada com a quinta melhor campanha entre os 26 times da liga.

No entanto, na reta final, principalmente após o jogo contra o Columbus Crew, a empolgação e a garra dos jogadores do Orlando City se transformaram em “pilha” e o time não soube mais se encontrar emocionalmente.

Quando Nani foi expulso de campo injustamente contra o Crew, os jogadores se desesperaram, se sentiram roubados, mas ainda assim venceram o jogo. Na partida seguinte, no entanto, o Orlando recebeu o Nashville, esteve à frente do placar em duas oportunidades, mas tomou a virada no fim do jogo.

Entrando nos playoffs, a batalha campal contra o New York City mostrou que o time estava psicologicamente perdido. Toda e qualquer falta que não fosse apitada a favor gerava uma imensa confusão e bate boca entre os atletas. Numa dessas, o brasileiro Ruan chutou Mackay-Steven, do NYCFC, e foi expulso de campo, deixando time com um a menos durante toda a prorrogação.

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Orlando City perdeu a cabeça em vários momentos na parte final da temporada e isso pode ter custado a chance de ir mais longe na competição. (Imago Images)

O Orlando passou naquele dia e se classificou, mas poucos sabem explicar como. Os jogadores se superaram e conseguiram vencer um adversário que tinha um jogador a mais e era superior tecnicamente na partida. Além do controle emocional, o futebol do Orlando também desapareceu nos playoffs.

Contra o Revolution, o mesmo cenário. Reclamações contra a arbitragem, muito bate boca e expulsão. Dessa vez, Mauricio Pereyra, num carrinho completamente desproporcional. Mas diferentemente da partida contra o New York City, que tem um bom time mas que ainda precisa de ajustes, o Revolution, do técnico mais vencedor da história da MLS, não perdoaria os erros do time da Flórida.

O Orlando tem um bom time, um grande técnico e, dentro de campo, precisa de poucos ajustes para melhorar ainda mais em 2021. No entanto, o fator psicológico da equipe precisa ser rapidamente reconstruído e melhorado para que o “destempero” dos atletas, quase todos experientes, não volta a atrapalhar os objetivos da equipe.

*A coluna “Opinião TMLS” não reflete, necessariamente, o pensamento do portal “Território MLS” e de responsabilidade de seu autor.

(Capa: Imago Images)