O jovem atacante Brenner, do São Paulo, é a bola da vez no mercado de transferências. Um dos principais jogadores do tricolor paulista em 2020/2021, tem apenas 21 anos e foi contratado pelo FC Cincinnati, da Major League Soccer.
A franquia do estado de Ohio, desconhecido do grande público, como quase todas as equipes dos Estados Unidos, desperta curiosidade em muitos torcedores do futebol brasileiro: Afinal de contas, que time é esse que trouxe uma das joias do Brasileirão?
CLUBE JOVEM DE SEGUNDA DIVISÃO
Fundado apenas em 2016, o FC Cincinnati iniciou sua trajetória na USL Championship, atualmente segunda divisão dos Estados Unidos. Assim que foi fundado, o clube apresentou uma proposta para “subir” de divisão e jogar a Major League Soccer.
Para quem não acompanha a MLS, vale lembrar que nos Estados Unidos não existe promoção ou rebaixamento. Para um equipe entrar na liga, é preciso pagar uma quantia em dinheiro e ter um projeto que pareça rentável aos olhos da liga.
Na segunda divisão, o FC Cincinnati foi um time competitivo. Nos três anos em que por lá ficou, o time alcançou os playoffs, mas nunca conseguiu chegar à decisão do mata-mata e lutar pela USL Cup.
O melhor período do time foi em 2018, um ano antes da mudança para a MLS, quando o Cincinnati foi o melhor time do primeiro turno, sendo assim campeão geral da temporada. No mata-mata, no entanto, caiu logo nas quartas de final, perdendo para o Nashville SC, nos penaltis.
SOFRIMENTO NA MLS
Em 2018, no mês de maio, a MLS anunciou que o Cincinnati seria o segundo clube do estado de Ohio (ao lado do Columbus Crew) a fazer parte da liga. O Cincinnati subiria para a liga já no ano seguinte, 2019 e talvez essa mudança de status repentina tenha feito mal ao clube.
Em duas temporadas na principal liga dos Estados Unidos, o FC Cincinnati só ganhou 10 partidas. Apenas 10 vitórias em 57 jogos disputados. Um número assustadoramente ruim para um time de elite. A título de comparação, o Minnesota United, que estreou na MLS em 2017 e que teve duas temporadas tenebrosas antes de alcançar o sucesso, conquistou 21 vitórias entre 2017 e 2018.
O grande momento do Cincinnati na MLS foi ter avançado de fase no MLS is Back, torneio paralelo realizado durante a pandemia. Ali, num grupo que tinha Red Bulls e Atlanta, o Cincinnati até avançou pras oitavas de final e parecia que viveria dias melhores, mas na volta da temporada regular, fracassou novamente.
TIME EM CONSTRUÇÃO
Brenner foi um dos principais jogadores do Campeonato Brasileiro. Por isso, sua adaptação ao FC Cincinnati deve ser mais fácil. A equipe dispensou metade de seu elenco ao fim da temporada e vai se acertando para fechar o grupo da temporada de 2021.
Em entrevista recente, um dos diretores do clube admitiu que o Cincinnati precisará de pelos menos mais dois anos para, enfim, ser competitivo dentro da MLS. Todavia, a contratação do brasileiro já representa um marco de tentativa de mudança de patamar do clube neste momento, afinal, também foi especulado a contratação do argentino campeão da Libertadores com o RiverPlate/ARG e com passagem pelo Atlanta United, Pity Martínez.
Além disso, a franquia inaugurará a sua nova casa, o West End Stadium, nesta temporada de 2021. O Estádio custou em torno de US$ 250 milhões (dólares)
No elenco atual do Cincy, entre os atletas mais conhecidos, está o atacante Jurgen Locadia, ex-Brighton/ING, que ainda vem sofrendo para se adaptar após uma temporada inteira com o clube norte-americano. Jaap Stam, ex-jogador lendário é o técnico da franquia.
CINCINNATI É O CAMINHO?
Para que Brenner siga desenvolvendo seu futebol e possa dar o passo além e se tornar mais que uma promessa, ir para o FC Cincinnati é um passo certeiro neste momento, vide as ambições que o clube está demonstrando.
A Major League Soccer já passou a fase de trazer jogadores renomados em fim de carreira, se é que ela já foi só isso em algum período. A liga atualmente contrata várias promessas da América Latina a cada temporada, sem contar que na última janela de transferências para Europa negociou nove jogadores entre 18 e 26 anos para clubes do velho continente, como Roma/ITA, Borussia Monchengladbach/ALE e Red Bull Salzburg/AUS. Essa visão estereotipada de um liga fraca em qualidade já não é realidade, afinal o mundo está de olho na MLS, que já não é esperança para o futuro e sim pro presente.
Por fim, Brenner tem tudo para se dar bem do Cincinnati, e claro, o clube se aproveitar dele e de um novo pensamento estrutural que vai tomando forma em Ohio.
Confira outro conteúdo do TMLS que envolve futebol brasileiro:
Contribuíram para matéria: Pedro Breganholi e Gustavo Demétrio
(Capa: Reprodução/ Site FC Cincy)