O raio-x felino: Como chega o Tigres/MEX para decisão da CONCACAF Champions League

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Apesar de todas as adversidades que o ano de 2020 nos reservou e ainda reserva, chegamos a grande final da Concachampions, o duelo em que Tigres e Los Angeles FC medirão forças para sagrar-se como campeão do torneio e representar a Concacaf no Mundial de Clubes da FIFA.

A TRAJETÓRIA ATÉ A FINAL

O Tigres chegou para a competição com ligeiro favoritismo dentre os mexicanos, já que as eliminações de América e Cruz Azul na Liga MX foram especialmente traumáticas.

As equipes mexicanas contam com um retrospecto favorável já conhecido na competição diante de equipes da MLS, porém o caminho do Tigres foi bem tranquilo se compararmos com as pedreiras pelas quais o LAFC teve de enfrentar. A equipe felina suou para passar pelo Alianza/SLV ainda antes do surto de Covid-19 e consequente paralisação nos campeonatos, com direito ao gol da classificação nos últimos minutos e de autoria do goleiro Nahuel Guzmán que se lançou a área adversária.

Nas quartas-de-final, o Tigres eliminou com tranquilidade o New York City FC, com um placar global de cinco a zero e na semi-final despachou o Olimpia/HON por três a zero também sem muitos problemas.

O HISTÓRICO DE FINAIS INTERNACIONAIS

A equipe mexicana apesar de um grande sucesso em competições domésticas na última década com direito a cinco títulos de Liga MX entre outros títulos nacionais, não repete o mesmo desempenho quando se trata de disputas internacionais, a equipe universitária já tem em seu currículo três vice-campeonatos da própria Concachampions, em 2016 para o América, em 2017 para o Pachuca e em 2019 para o maior rival Monterrey além da dolorosa derrota para o River Plate na final da Libertadores da América de 2015.

O MODELO DE JOGO DE RICARDO FERRETTI

O técnico brasileiro, radicado no México, já está no Tigres desde 2010 e já se tornou figura histórica não só do clube como da Liga MX no geral. “Tuca” Ferretti é conhecido por mesclar um jogo de transição mais rápida, com intensa marcação no meio-campo para recuperar a bola, com jogos de maior posse de bola, dependendo da necessidade de cada partida e cada adversário.

O esquema tático mais utilizado costuma ser o 4-2-3-1, se utilizando sempre de atacantes de lado muito velozes e de pé invertido, que hoje são Luis Quiñones, canhoto pela ponta-direita e Javier Aquino, destro pela ponta-esquerda, os atacantes de lado contam com o apoio intenso dos laterais, principalmente pela lateral-direita com Luis “Chaka” Rodríguez.

Um conhecido do público brasileiro tem papel fundamental nesta equipe: Rafael Carioca, o volante que teve passagem por Grêmio/BRA, Vasco/BRA e Atlético Mineiro/BRA, desempenha a função de “área-a-área”, ajudando Guido Pizarro na defesa e auxiliando nos ataques da equipe, chegando por vezes a pisar na área para concluir a gol.

Outro tema importante é a qualidade de Leo Fernández, o meia uruguaio contratado em 2019 junto ao Fenix/URU esteve emprestado a Universidad de Chile/CHI e ao Toluca/MEX e após o ótimo desempenho se juntou ao Tigres para a disputa do Guard1anes 2020, jogando por trás do francês André-Pierre Gignac, grande ídolo e máximo artilheiro do clube.

GIGNAC X VELA

O grande duelo individual da noite é sem sombra de dúvidas o que coloca frente a frente os atacantes francês e mexicano. Gignac é um centro-avante de muito recurso e grande referência do clube, quando a diretoria dos felinos o contrataram em 2015, certamente não esperavam o sucesso que o jogador faria, se tornando grande líder e símbolo da era mais vitoriosa da história do clube regiomontano, tornando-se maior artilheiro do clube e certamente o maior ídolo.

A final da Concachampions 2020 ganha ares de último desafio possível para Gignac no Tigres, que apesar dos 35 anos mantém a forma, sendo um dos artilheiros do último torneio mexicano com 13 gols marcados. O atacante francês, assim como o técnico brasileiro certamente querem muito escrever a história desse título nas páginas do clube.

Foto: Reprodução/ MSN

A PRESSÃO PELA CONQUISTA

O Tigres terá que jogar a final com uma dupla pressão, primeiramente interna, pela necessidade de estancar a sequência de derrotas em finais internacionais e segundamente externa, numa espécie de defesa da honra da Liga MX perante a MLS, os mexicanos vem de seguidas conquistas desde 2006 enquanto a liga de franquias estadunidenses e canadenses não conquista a competição desde 2000.

Provável Tigres: Guzmán, Rodríguez, Ayala, Salcedo, Dueñas; Pizarro, Rafael Carioca, Luis Quiñones, Aquino, Leo Fernández; Gignac

(Capa: Reprodução/Twitter Club Tigres)