A conquista do Supporter’s Shield pelo Philadelphia Union, no domingo (8), após vencer o New England Revolution, por 2 a 0, no Subaru Park, entrou para a história do clube da Pensilvânia por se tratar do primeiro troféu erguido desde a fundação do clube, em 2008.
Comandado pelo técnico Jim Curtin desde 2014, o Union têm se tornado o modelo para a Major League Soccer em como montar um elenco que possa preencher as necessidades que cada treinador deseja, alcançar a competitividade, aliando a trinca categorias de base, o draft da MLS e a contratação de jogadores disponíveis no mercado ou gastando quantias modestas para o padrão da liga, cada vez mais ativa no mercado internacional, sobretudo na América do Sul.
Curtin, um ex-zagueiro de Chicago Fire e Chivas USA, formatou um grupo de jogadores ao longo de seus anos dirigindo a equipe de acordo com suas características de jogo. O Philadelphia Union, em 2020, passou a atrair os holofotes da imprensa que trabalha com a cobertura do futebol, nos Estados Unidos, ainda no torneio MLS is Back, disputado em Orlando, marcando o retorno das atividades do soccer no país, afetado de forma impiedosa pela Covid-19.
Filosofia pé no chão
O Union, se não conquistou o título, é verdade, agradou ao público presente e os espectadores mais distantes, que puderam acompanhar o futebol objetivo e rápido, quando o time adota a postura de contra-atacar seus adversários ou adotando a “pressão alta” na hora de marcar o adversário.
Depois do torneio e já com a temporada regular em pleno ritmo, a equipe treinada por Jim precisaria de 14 vitórias, cinco empates e apenas quatro derrotas, terminando em primeiro na Conferência Leste, com 47 pontos, três a mais que o Toronto FC, segundo colocado, com 44 pontos.
Time titularCom três jogadores adquiridos via o draft da MLS, duas crias das categorias de base, um atleta perambulando sem contrato por aí e cinco aquisições nas quais o clubes teve que pagar para contar com seus serviços, o Philadelphia Union não segue a tônica dos times da Califórnia, por exemplo, tradicionais gastadores de quantias exorbitantes para os padrões da MLS.
O maior valor investido pela equipe na contratação de reforços aconteceu com o meia-atacante cabo-verdiano, Jamiro Monteiro, que pagou U$2 milhões ao Metz/FRA, em 2019.
Na defesa, o goleiro Andre Blake e o lateral-direito Ray Gaddis, chegaram ao clube através dos drafts da MLS. O zagueiro Mark McKenzie veio das categorias de base, enquanto seu parceiro de zaga, o norueguês Jakob Glesner, contratado em janeiro, ainda não teve os valores da transação divulgados.Fechando, o lateral-esquerdo Kai Wagner que estava atuando na terceira divisão alemã, defendendo as cores do Würzburger Kickers, da Bavária, chegou ao Union, no ano passado, por $300 mil dólares.
No meio, além de Monteiro, o Philadelphia precisou investir no pilar da sustentação de seu estilo de jogo. Na Venezuela, o clube pagou U$325 mil dólares ao Zulia pela contratação do volante José Martínez, em janeiro.
Totalmente adaptado à MLS, o jogador se tornou figura carimbada nos onze iniciais. Já o capitão Alejandro Bedoya, em sua quinta temporada na equipe, foi comprado junto ao Nantes/FRA, por U$1 milhão, em 2016.
O único titular do meio-campo que não custou nada aos cofres do Union foi a sensação Brenden Aaronson, que, em 2019 foi promovido ao grupo principal e, na atual temporada, se destacou ao ponto de já ter sido negociado para o RB Salzburg, da Áustria, por um valor que pode chegar aos U$6 milhões, dependendo de condicionantes de desempenho.Ataque barato
Já a dupla de ataque, autora de 16 gols na fase regular, é um bom exemplo de como o Philadelphia Union preza por seus investimentos. Para ter o brasileiro Sergio Santos, o clube pagou U$500 mil para o Audax Italiano, do Chile. Seu companheiro de ataque, o alemão naturalizado polonês, Kacper Przybylko, estava sem equipe após passar por um período de testes no FC Magdeburg, da segunda divisão da Alemanha e chegou à Philadelphia sem custos.
No total, sem incluir os valores gastos na contratação do zagueiro Jakob Glesnes, o Philadelphia Union investiu U$4.125.000 na montagem do elenco que entraria para a história do clube após ganhar o Supporter’s Shield, em 2020, primeiro taça da história do Union.(Capa: Twitter/Philadelphia Union)