Análise: Sem rumo, LA Galaxy desmorona na MLS e precisa tomar um novo caminho

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CARSON, CA - MARCH 7: Javier Hernandez #14 of Los Angeles Galaxy during the Los Angeles Galaxy's MLS match against Vancouver Whitecaps at the Dignity Health Sports Park on March 7, 2020 in Carson, California. Vancouver Whitecaps won the match 1-0 (Photo by Shaun Clark/Getty Images)

Nesta última quarta-feira (14), uma das franquias mais tradicionais da Major League Soccer sofreu mais um baque. O LA Galaxy, jogando em casa, contra o rival San Jose Earthquakes, perdeu por 4 a 0, completando uma série de vexames seguidos na temporada. Para entendermos como os Galácticos chegaram até este momento, no entanto, é preciso fazer uma volta no tempo para contextualizar a situação.

Não há uma data especifica que marca como tudo começou a se desajeitar, pois momentos assim em times de futebol ocorrem tal como à experiência do sapo e água fervendo: Quando colocamos um sapo num recipiente com a mesma água de sua lagoa e fervemos a água, o animal fica estático durante todo o tempo, mesmo que a água ferva e ele acabe morrendo. Por outro lado, outro sapo que seja jogado nesse recipiente com a água já fervendo, salta imediatamente para fora”. E justamente é isto que ocorre na parte branca de Los Angeles, a temperatura da água aumenta gradativamente, mas sem o Galaxy perceber.

Durante anos à fio, depois da sequência de ouro da ”Era Beckham” e seus resquícios que foram embalsamados com a saída de Robbie Keane em 2016, a diretoria da franquia insiste no mesmo erro que culmina com os vexames: contratar grandes estrelas, mas negligenciar a montagem de um elenco competitivo, profundo e sem buracos.

Steven Gerrard, Zlatan Ibrahimovic e agora Javier ”Chicharito” Hernandez, cada um em sua época e com suas especificidades, sofreram por falta de companhia robusta em quantidade. Óbvio, bons jogadores foram contratados nesse período, como Romain Alessandrini e Christian Pavón, mas e os outros?

Apostar em jogadores que sempre estiveram na liga e não mostraram nada mais do que o comum, como Kitchen e até o próprio Lletget, que vem bem, mas não é o jogador para ser um dos pilares de sustentação, é apostar no erro. Podemos, inclusive, estender estes dois exemplos de jogadores insustentáveis para se montar qualquer projeto para a defesa. Jelle Van Damme, Steres, Ciani, Romney, De Puy, Feltscher… Esta franquia tem trabalho de scout? É a única conclusão em forma de pergunta que se pode chegar.

LA Galaxy GM Dennis te Kloese on new-look transfer market: "There will be  opportunities" | MLSsoccer.com
(Dennis te Kloese, General Manager do LA Galaxy, é responsável pelas contratações e projetos/ Foto: reprodução/Twitter LA Galaxy)

Ademais, exemplos para que o LA Galaxy não tomasse esse caminho não faltaram: o vizinho Los Angeles FC, Atlanta United, Minnesota United, Sporting Kansas City e afins, todos apostando em elencos, em processos e em apoio à seus principais nomes, quando existem principais nomes, afinal as duas últimas equipes citadas neste paragrafo são ainda mais coletivas, pois é no conjunto de jogadores muito bons que vencem e convencem, sem nenhuma super-estrela.

Retornando para os tempos atuais, os Galácticos (que mais parecem buracos negros atualmente) foram eliminados na fase de grupos do ”MLS is Back Tournament”, sendo goleados pelo LAFC sofrendo seis gols, somando apenas um ponto no total, sem nenhuma vitória.

Além disso, apesar de um respiro no retorno da temporada regular da liga, com algumas vitórias, a equipe continuou a toada de fracassos, que já somam sete jogos sem triunfos, com apenas um empate nesta sequência, além de 19 gols sofridos e apenas cinco marcados, ostentando o último lugar na Conferência Oeste, praticamente sem chances de conseguir vaga na pós-temporada.

O atual técnico, Guillermo Barros Schelotto tem culpa por isso, assim como a ”superestrela” Chicharito Hernandez, que não parece integrada à comunidade e ao time. Todavia, como já foi dito, qualquer interferência em mudar apenas isto, encarando que técnico ou um jogador são o problema, vão fazer o LA Galaxy agir como um cachorro, correndo atrás de seu próprio rabo, sem chegar a lugar nenhum novamente.

Por isso, é tão importante que seja definido um caminho, um rumo, uma ideologia a se seguir pelas bandas de Carson, pois, caso o contrário, futuramente nem os grandes nomes aceitarão vir para o clube, tendo opções melhores na própria liga. E além disso, o tempo é implacável, então a reestruturação tem que ser feita rapidamente.

*As colunas opinativas do Território MLS são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não necessariamente traduzem a opinião do site.

(Capa: Reprodução/Twitter LA Galaxy)