No LA Galaxy, Chicharito está mais próximo da aposentadoria do que dos gols

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Os torcedores fizeram festa quando Chicharito Hernandéz foi contratado pelo LA Galaxy. Já contavam os dias para a estreia, para os primeiros gols e para os títulos: TRAGAM AS TAÇAS, diziam eles. A mídia, assim como todos dentro do soccer, o tinham como uma das maiores contratações da liga. De fato, foi. Mas o sonho virou pesadelo e hoje eles dizem: quando ele vai embora?

A fase da franquia mais vitoriosa da MLS é preocupante. Última colocação na Conferência Oeste e na classificação geral ganha apenas de D.C United e Cincinatti. Uma sequência de seis derrotas seguidas foi interrompida com uma vitória sofrida nos acréscimos do último jogo contra o Vancouver no último dia 18. Detalhe: Chicharito Hernandez começou no banco e teve seus momentos “inacreditável FC” na segunda etapa.

O atleta chegou com uma missão bem árdua, que seria substituir Zlatan Ibrahimovic como principal jogador do time e também da MLS. Javier Hernandez chegou botando banca, cutucando o antigo craque da equipe: “Seria muito fácil e egoísta eu chegar aqui fazer meus gols, ganhar a atenção que quero pra mim e ir embora. Isso nunca vai acontecer comigo”, foram as palavras dele em sua apresentação.

Chamando a atenção ele está, pelos motivos errados. Afinal, fez apenas um mísero golzinho com a camisa do Galaxy e não consegue liderar uma mudança nem nele e muito menos na equipe. Bem diferente do teatral Zlatan.

Teatral mas efetivo: Ibrah ficou pouco, mas não deixou o Galaxy na mão. (Reprodução/Instagram @efra_26)

A temporada atípica afetada pelo coronavírus funcionou bem como desculpa para o atacante que ficou de fora boa parte da temporada por uma lesão na panturrilha. Não fez muita falta, afinal de contas, o melhor momento do Galaxy foi sem Chicharito, quando ganharam quatro jogos seguidos, inclusive dois “El Traficos” no início da temporada regular.

A última derrota da equipe, por 4 a 0 no CaliClasico contra os Earthquakes, demonstrou como tem sido a relação entre time, treinador e Chicharito: a paciência está se esgotando. Neste jogo, Schelloto substitui Javier logo aos nove minutos da segunda etapa por um jovem de 18 anos.

Ninguém consegue encontrar uma resposta para o momento do Galaxy e do jogador. O único consenso é que Chicharito parece estar desconectado do resto da equipe. Bate cartão, recebe seu salário e enfrenta as críticas pelo Zoom. Nem de longe repõe o líder e a cultura vencedora dentro do vestiário que o Ibrahimovic conseguia impor aos colegas.

Ele não tem culpa sozinho, é claro. O time não joga bem, toma muitos gols e não tem nenhum poder de reação. A contratação do mexicano funcionou para os negócios no início, quando este clima de chegada alavancou as vendas de camisas. Mas logo este clima ficou um pouco estranho, quando um vídeo do craque conversando e chorando com o pai vazou na internet. No vídeo, Chicharito chorava e dizia ser “o início da minha aposentadoria”.

Ele tentou se explicar na época quais eram as intenções e o contexto da fala. Mas, o que vemos hoje, é que realmente ele aceitou e está nesta fase de pré-aposentadoria. Suas atitudes e sua performance demonstram isso.

(Capa: Reprodução/Getty Images)