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Coluna do Guga: Um voto de confiança a Bob Bradley, do Los Angeles FC

Na 22ª edição da Coluna do Guga, assinada pelo Jornalista Gustavo Demétrio, o leitor terá a opinião sobre o trabalho do técnico do Los Angeles FC, Bob Bradley, na MLS, desde 2018

Nos dias que antecederam um dos programas da casa, o Território MLS Debate, que teve sua última edição veiculada na terça-feira (28), colocamos em conversa entre produção e os integrantes da mesa um potencial tema, ”Técnicos que já deram o que tinham que dar na MLS”. Fiz uma relação com alguns nomes que poderiam se encaixar nesse assunto que trataríamos ao vivo. Nela, coloquei os seguintes treinadores: Raphael Wicky (Chicago FIre), Matías Almeyda (San Jose Earthquakes), Luchi Gonzalez (FC Dallas) e Bob Bradley (Los Angeles FC). Essa lista acabou se tornando assunto do programa, com ressalvas de alguns membros, que discordavam pontualmente da inclusão de um ou outro nome ali. Confesso que quando a elaborei, achava que realmente todos esses técnicos eram passíveis de demissão em seus clubes, mas após a realização do Debate, e com os argumentos muito bem apresentados pelos integrantes, eu revi minha posição e cheguei a conclusão de que Bob Bradley merece um voto de confiança.

O comandante de 63 anos do time californiano montou todo o elenco da franquia, que estreou em 2018 e balançou as estruturas da MLS, à época, com grandes jogadores e também um futebol vistoso dentro de campo. Todavia, com o passar das temporadas, seu trabalho foi sendo minado por quem deveria, em tese, o ajudar, afinal o General Manager John Torrigton enfraqueceu o grupo de jogadores a cada ano, chegando neste 2021 com o pior time sob comando de Bradley.

John Thorrington_Los Angeles FC
(John Torrington, General Manager do LAFC/Foto: Reprodução – Site LAFC)

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Na temporada de estreia, aquele elenco tinha grande profundidade, com todos os setores tendo atletas, entre titulares e reservas, que jogariam em qualquer outra franquia da liga. No gol, o ótimo Tyler Miller, no sistema defensivo o jovem Walker Zimmerman e o experiente Laurent Ciman, com Beitashour, Joao Moutinho e Harvey nas laterais, já no meio-campo André Horta, Atuesta, Kaye, Nguyen e Feilhaber. Nas opções de ataque, além da estrela Carlos Vela, Diomandé, Diego Rossi, Christian Ramírez e Marcos Urena.

Com esta ”mão de obra”, Bob Bradley levou o Los Angeles FC ao recorde de melhor campanha em temporada regular de um clube de expansão da Major League Soccer. Foram 57 pontos, 16 vitórias, nove empates e também nove derrotas, mesmo que nos Playoffs o time tenha caído precocemente.

Em 2019, Bradley subiu mais um degrau. Melhorou o desempenho do time, alcançando o título da Supporters’ Shield, com 72 pontos, 21 vitórias, nove empates e apenas quatro derrotas, na melhor campanha da história da liga em fase regular. Além disso, melhorou também o sistema defensivo muito criticado no ano anterior, sendo o time que menos sofreu gols em 2019. Isso tudo alcançado mesmo tendo perdido algumas peças, como Nguyen, André Horta, Laurent Ciman, que ou se não eram titulares, contribuíam entrando bem ao longo dos jogos.

(Bob Bradley, técnico do Los Angeles FC/ Foto: Reprodução – LA TImes)

No entanto, em 2020, foi impossível para Bradley, como seria para qualquer um, continuar seu trabalho de clara evolução, que amadurecia o título da MLS Cup, depois de mais cortes em seu grupo. Desta vez, um dos melhores goleiros do campeonato, Miller, foi trocado para o Minnesota United. O melhor zagueiro, Zimmerman, foi para Nashville, e tanto gol quanto defesa foram os problemas deste então, mesmo com gastos de dinheiro em reposições fracassadas, como Vermeer ou Segura. E é importante que se diga isso, não foi por falta de grandes investimentos que o GM abriu mão destes atletas, nem para atender alguma das complexas regras de orçamento da MLS, foi somente por incompetência.

Apesar de neste mesmo ano, a final histórica da CONCACAF Champions League ter sido alcançada, mesmo sem o título no fim, a campanha pífia da equipe durante o campeonato nacional escancarou todos os problemas criados por Torrington, na temporada que foi a pior desde que o LAFC entrou no torneio, com 32 pontos ganhos, nove vitórias, cinco empates e oito derrotas.

Para 2021, o pior elenco de todos na mão do treinador.  Uma equipe muito comum, sem brilho e obviamente resultados positivos longe de serem mais duradouros, saindo em apenas quatro anos da briga por título para,  com sorte, uma vaga nos Playoffs da Conferência Oeste. Este cenário, óbvio, não exclui erros do próprio Bradley no caminho, pelo contrário, ele também tem vários problemas acumulados nesse período.

Bradley não teve a capacidade de flexibilizar, de adequar algumas de suas ideias em jogos específicos de mata-mata que pediriam outro contexto, tanto no auge quanto já no momento ruim, o que sempre cobrou caro em termos de classificação. Além disso, o relacionamento com o americano também é um pouco difícil, até pelo desgaste natural de um trabalho longo,  como vai se desenhando este. A rusga mais conhecida, com Carlos Vela, no início dessa temporada, por falta de uma boa comunicação na hora da substituição, em que o mexicano aparentemente tinha se lesionado, mas logo se recuperou e mesmo assim foi sacado pelo técnico, ainda na primeira etapa de jogo contra o Austin FC.

Isto posto, fica claro a quem pertence o saldo positivo do LAFC nos últimos tempos, e também quem merece as criticas mais duras. Por isso, Bob Bradley tem meu voto de confiança na sequência de seu trabalho.

* As opiniões emitidas nesta coluna não necessariamente refletem o posicionamento integral do Território MLS.

(Capa: Reprodução/LA Times)

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